Capítulo 61: Às Vésperas da Mudança

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Dois meses depois...

Hoje completo 28 semanas de gestação, marcando o início do sétimo mês. As horas parecem se estender, mas a minha rotina permanece a mesma, cheia de pequenas alegrias e desafios diários. A grande novidade é que amanhã terei uma consulta para verificar como está o nosso bebê. Ian e eu estamos prestes a nos mudar para o novo apartamento, uma mudança que deve acontecer em menos de duas semanas. A ansiedade nos envolveu enquanto buscamos móveis para a nova casa.

— Você realmente acha que este sofá azul é uma boa ideia? — Ian questiona, sua expressão misturando dúvida e determinação.

— Azul? Não, eu prefiro um tom mais neutro, como cinza. — Respondo, já prevendo a batalha de opiniões que está por vir.

O resultado é sempre o mesmo: debates acalorados seguidos de risadas e reconciliações. Ao mesmo tempo, já compramos algumas coisas para o nosso filho, embora ainda não tenhamos decidido seu nome. O quarto dele está longe de estar completo, mas prometemos que esta semana será dedicada às últimas compras. O pequeno já começou a receber uma chuva de presentes: fraldas, roupinhas e brinquedos, tudo repleto de carinho. 

Enquanto a Bianca, a gravidez dela avançava, já está no terceiro mês mas a barriguinha ainda é discreta. Ela está aceitando a situação aos poucos, embora seus pais ainda não tenham conhecimento da notícia. Graças ao bom Deus, hoje é sexta-feira. Estou me arrumando para sair com o Ian, a ansiedade era palpável no ar. Com a minha barriga crescendo, a preocupação de Ian também aumentou, e ele redobrou os cuidados comigo.

— Que horas é a consulta do Luan amanhã? — perguntou, o olhar focado na estrada enquanto arranca o carro.

— Quem é Luan? — eu pergunto, um sorriso involuntário se formando nos meus lábios.

— Nosso filho! — Ele dá partida e eu coloco o cinto de segurança, tentando esconder a diversão.

— Ian, já falei que o nome dele vai ser Osvaldo! — explodo em gargalhadas.

— Osvaldo? Ele vai sofrer bullying, você sabe disso, né? — Ian ri, balançando a cabeça.

— Prefiro Ryan, combina mais com o seu nome. — O tom da minha voz é brincalhão.

— Ryan? — Ele faz uma pausa, pensando. — Irei pensar, então. E a consulta dele é às dez da manhã, certo?

— Isso mesmo. — Respondo, ainda rindo.

(...)

Na manhã seguinte, acordamos cedo para a consulta. Nesses dias, meu sono é leve, repleto de sonhos interrompidos. Após um café da manhã reforçado, seguimos para a clínica do doutor. O trânsito da manhã é um teste para o meu sistema nervoso, e percebo que a ansiedade de Ian está em alta. Ele frequentemente acorda à noite, achando que o bebê pode nascer a qualquer momento, mesmo faltando dois meses.

Ao chegarmos à clínica, o doutor me cumprimenta com um sorriso caloroso.

— Como você tem se sentido nos últimos dias? Está dormindo e se alimentando bem? — ele pergunta, repetindo as perguntas que se tornaram familiares.

Depois de alguns minutos examinando a minha barriga com o aparelho, ouvimos o coraçãozinho do bebê batendo forte. Meus olhos se enchem de lágrimas, e a emoção é incontrolável.

— Então, papais, já decidiram o nome desse bebê forte e saudável? — O doutor nos observa, e eu sinto meu rosto esquentar.

— Luan! — Ian responde, a certeza na voz dele.

— Ryan! — eu exclamo em uníssono, fazendo o doutor rir.

— Quem sabe na próxima consulta vocês já tenham chegado a um consenso? — Ele sorri, gentil. — No sétimo mês, o bebê já está apto à vida. Ele engole bastante líquido amniótico, desenvolve seu paladar e o corpo toma forma. Antes do oitavo mês, precisamos que ele pese pelo menos 1,5 quilo e meça cerca de 40 centímetros. Então, vamos torcer para que ele engorde mais um pouquinho antes de nascer, no final de janeiro.

— Estou tão ansiosa para o parto, mal posso esperar para ter ele em meus braços! — comento, sentindo o coração acelerar enquanto Ian me observa, sorrindo.

Sinto meu coração pulsar forte, minhas mãos ficam gélidas ao pensar no parto, que me provoca um misto de temor e expectativa. Decidi que tentarei o parto normal, mas a inexperiência me faz hesitar. A maternidade é um território novo para mim, uma surpresa que mexeu com o meu psicológico. No entanto, agora percebo que estou vivendo uma das melhores fases da minha vida. Apesar da juventude, sinto-me realizada, feliz e completa.

Sou grata por tudo que está acontecendo, e a ansiedade para segurar o meu pequeno guerreiro nos braços cresce a cada dia. O nervosismo se mistura à expectativa de uma nova vida que está prestes a começar, uma experiência que mudará tudo para sempre.

De Repente GrávidaOnde histórias criam vida. Descubra agora