Ao chegarmos à festa, fomos imediatamente envolvidos pela vibração contagiante que tomava conta do ambiente. A música alta e os risos se misturavam, criando uma atmosfera elétrica que prometia uma noite inesquecível. As luzes coloridas piscavam de forma frenética, criando um cenário digno de uma balada. O local estava repleto de pessoas animadas, e eu conhecia a maioria dos convidados — colegas de escola, vizinhos e amigos do mesmo círculo social. No entanto, eu não fazia ideia de como Bianca havia conseguido reunir tantas pessoas em uma única noite.
Léo, ao reconhecer seus próprios amigos, se afastou de mim e se perdeu na multidão. Eu me dirigi para o centro da festa, procurando a aniversariante, que estava posando para fotos com os convidados. A Bianca estava deslumbrante em um vestido azul brilhante, e seu sorriso iluminava o ambiente. Assim que me viu, correu em minha direção, pulando e me abraçando com uma alegria contagiante.
— Você veio!!! — festejou Bia, enquanto me envolvia em um abraço caloroso.
— Achou mesmo que eu perderia a festa do ano da minha melhor amiga? — respondi, rindo e retribuindo o abraço.
— Venha, vamos aproveitar!
Percorremos a festa, cumprimentando amigos e conhecidos, e aproveitei para atualizar minhas redes sociais sobre o evento. A decoração estava impecável, exatamente como Bia sempre havia sonhado. O ambiente era um deleite visual, com arranjos criativos e uma paleta de cores que refletia a personalidade vibrante da aniversariante.
Um drink apareceu em minha mão, quase sem que eu percebesse, mas decidi comer algo antes de beber, já que estava começando a sentir um leve mal-estar. A festa estava a todo vapor, e todos se dirigiram para a pista de dança. Eu estava me divertindo como há muito tempo não fazia.
Tudo parecia perfeito até que, por um breve desvio de olhar, uma sensação desconcertante me atingiu. Uma presença familiar me observava do outro lado da sala. Meu coração acelerou e um frio na espinha me paralisou. Eu podia jurar que era o Ian, mas o jogo de luzes coloridas dificultava a visualização. As emoções tomaram conta de mim, e eu me vi subitamente dominada por uma onda de náuseas.
Sentindo um enjoo intenso, corri para o banheiro mais próximo, onde me curvei sobre a pia, expulsando tudo o que havia ingerido. A sensação era estranha e desconfortável. Confusa e ainda tonta, consegui sair do banheiro e acabei esbarrando em um alguém inesperado.
— Isabele?! — a voz familiar fez meu coração disparar ainda mais.
— Ian?! O que está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter a compostura enquanto a tontura ameaçava me derrubar. Antes que eu pudesse me apoiar em qualquer coisa, ele me agarrou gentilmente e me ajudou a subir as escadas que davam acesso aos quartos. Com cuidado, ele me deitou em uma das camas disponíveis.
— Você está bem? — indagou Ian, com uma expressão de preocupação genuína.
— Sim, deve ser algo que eu comi. Mas já está passando.
— Acho melhor continuar deitada. Posso te levar ao hospital se preferir.
— Não precisa. — respondi, tentando forçar um sorriso. Fiquei em silêncio por alguns momentos, sentindo o mal-estar ainda presente.
— Fique aqui, eu vou buscar água para você.
— Que horas são? — perguntei, o som da festa ainda ecoando de longe.
— São quase meia-noite.
— Ah, meu Deus!! É hora dos parabéns! A Bianca deve estar me procurando! — Levantei-me às pressas, mas Ian tentou me segurar.
— Você não está bem. — insistiu.
— Eu vou ficar bem.
Desci as escadas correndo, e ao entrar na sala principal, todos já estavam cantando os parabéns. Acompanhei a melodia enquanto caminhava em direção a Bianca, que estava radiante de felicidade. Ver a amiga tão realizada com a festa de seus sonhos me encheu de alegria. A expectativa que eu tinha para meu próprio aniversário cresceu, apesar de ainda não saber como o celebraria.
— Feliz aniversário, Bia!!! — disse, envolvendo-a em um abraço apertado. — Você merece toda a felicidade do mundo só por me suportar durante todos esses anos. Espero que nossa amizade dure para sempre.
— Obrigada por tudo!! — Bia respondeu, olhando para mim com um semblante preocupado. — Você está um pouco pálida, o que aconteceu?
— Não se preocupe comigo, hoje é um dia especial!
A hora do corte do bolo chegou, e Bia fez um discurso emocionante antes de servir o bolo de chocolate belga trufado. Eu, no entanto, optei por não comer, ainda me recuperando do mal-estar. Olhei ao redor e não encontrei meu irmão ou o Ian. A Bia havia ido trocar de roupa para o segundo look da noite.
O clima de alegria deu lugar a um momento inesperado quando o DJ começou a tocar uma música romântica, a pedido da Bianca. Para minha surpresa, senti duas mãos segurando minha cintura. Era Ian novamente. Quase nos beijamos, mas consegui me controlar, afastando-me rapidamente.
— Me esquece, por favor... — pedi, desfeita do seu abraço e afastando-me, decidida a não deixar as emoções me dominarem.
A festa começou a se esvaziar conforme a noite avançava. Eu estava exausta e meu corpo clamava por descanso. No final da noite, encontrei Bianca jogada no sofá, completamente fora de si. Com cuidado, a ajudei a ir para sua cama e, exausta, fui dormir ao seu lado.
(...)
Acordei com o sol ardente invadindo o quarto, fazendo meus olhos se ajustarem lentamente. Estranhei o fato de estar deitada na cama enquanto a Bia jogada no chão. Meu corpo estava dolorido e minha cabeça latejava com uma ressaca persistente. Sentindo o enjoo retornar, corri para o banheiro, pensando que talvez precisasse realmente de um médico. Era possível que eu estivesse com alguma intoxicação alimentar.
— O que aconteceu com você? — ouvi a voz sonolenta de Bia ao me ver saindo do banheiro.
— Nada demais, apenas uma ressaca. Estou indo embora, tá bom?
— Tá bom... boa noite. — respondeu Bia, com um tom doce.
— Você quis dizer: boa tarde, né?! — brinquei, e ambas gargalhamos suavemente.
Apesar dos percalços, a noite foi especial e cheia de momentos memoráveis. A festa foi um sucesso, e o que realmente importava era a felicidade de Bianca. Eu estava feliz por ter participado de um evento tão significativo para a minha melhor amiga.
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De Repente Grávida
Jugendliteratur+16 "Ela não quer alguém que a entenda por completo. Mas ela não abre mão de alguém que acalme sua cabeça e principalmente o seu coração. Ela quer por as vezes estar junto de ti e ficar apenas em silêncio, mas que esse silêncio nunca signifique...