Capítulo 80

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Após quatro horinhas de sono despertei com o chorinho do Ryan, peguei ele com cuidado e o coloquei no meu colo do jeito que a enfermeira me ensinou. O Ian acordou num pulo assim que ouviu o choro, eu mal tive tempo de ir ao banheiro e tive que amamentar o meu filho. Hoje a gente vai receber visitas aqui no hospital durante a tarde, e se Deus quiser a noite o médico vai nos dar alta, eu e o Ryan estávamos bem, me recuperei rápido pós o parto já que foi normal e tudo ocorreu perfeitamente bem sem nenhuma complicação. Eu não estranhei logo de cara em cuidar de um bebê recém-nascido, pelo ao contrario, acho que o meu extinto materno me deixou completamente preparada para esse momento mágico, era a coisa mais gostosa e fofa da vida.

— Quem é o garotão do papai? – Ian brinca com o nosso filho que sorria abrindo seus olhinhos lentamente nos revelando a cor esverdeada.

— Filho, não é justo a mamãe te carregar por nove meses na barriga pra você nascer a cópia do seu pai. – Encostei meu nariz no seu e beijei seu rostinho delicado.

— Que bom que ele não puxou você. – Ian gargalha e eu bato no mesmo. — Brincadeira, amor, mas o papai aqui é mais gatão.

— Não sei aonde. – Reviro os olhos e suspiro.

— Você sabe aonde... – Me olha malicioso e eu tento achar um lugar para enfiar a minha cara, as enfermeiras estavam bem perto de nós. — Daqui uns dias vamos fazer outro filho, já vai se preparando.

— Só se for no seu sonho, né? – As enfermeiras riram.

— Depois do parto a mulher não pode ter relações sexuais por pelo menos 40 dias, o interior do útero estará se refazendo das mudanças ocasionadas pela gravidez. – Uma delas diz e eu só falto aplaudir.

— O doutor Rodrigo tinha nos falado isso.

— Aproveitem essa fase porque os bebês crescem num piscar de olhos.

Agora são duas horas da tarde, eu já havia almoçado e tomado banho. Os meus pais chegaram juntos com o Léo e a minha cunhada Leticia, achei estranho a Carla não querer vir visitar o Ryan... Será que ela achou ruim a presença da minha mãe? Fiquei preocupada com esse encontro delas duas. Bom, eles mimavam muito o Ryan que já bocejava cheio de sono. Quando o mesmo começou a chorar eu só peguei ele no colo e em poucos minutos dormiu.

— Léo? – Chamei o mesmo que se aproximou de mim. — Cadê a Carla? – Perguntei baixinho.

— Na casa dela, acho que ela não se deu muito bem com a mamãe.

— Entendo, deve ser difícil mas espero que um dia elas se entendam porque agora somos uma família.

Os meus pais e inclusive o Léo não queriam ir embora, queriam estar perto da gente e especialmente do Ryan que dormia feito um anjinho. A Carla chegou depois mas ficou pouco tempo, ela deu outro presente pro bebê que era um body azul escrito "Meu 1º mês", claro que vai demorar um tempinho para ele usar mas mesmo assim eu havia amado. Conversamos, tiramos fotos, ela desabafou comigo dizendo que não tinha nada contra a minha mãe, só que para ela é estranho esse encontro de ex e atual, eu a compreendo porque os meus pais ficaram juntos por muitos anos e se separaram recentemente, então era normal essa insegurança. Daqui um tempo isso vai mudar e a relação delas ficará melhor, somos da mesma família agora e as duas são muito importante pra mim.

Quando ela foi embora, eu e o Ian fomos surpreendidos com a visita do Marcelo e da Bianca. Ela me parecia bem, usava tranquilamente uma roupa que mostrava seus braços e pernas, e que marcava também a sua barriga que crescia a cada dia. A Bia me abraçou forte, a mesma estava muito feliz por mim e quase morreu de amores pelo Ryan, ela acariciou ele e deu um beijinho em sua testa, o MC apenas observava aquela cena de longe com seu semblante fechado.

— Own amiga, ele é muito fofo! – Ela sorria enquanto eu colocava o Ryan em seu colo.

— Eu o amo tanto que você não tem noção.

— Não vejo a hora de poder pegar a minha princesinha no colo.

— Acho que nunca vivi algo tão intenso e verdadeiro, não tem preço que pague essa nova fase da minha vida. Sei que nós duas somos muito novas e tínhamos tudo pela frente, aliás, nós ainda temos. Mas tudo acontece por um motivo, um propósito, e esse presente que recebi veio para me transformar, mudou completamente a minha vida. E tenho certeza, Bia, que a sua filha virá para melhorar a sua vida, o seu relacionamento, ela irá mudar a vida do MC.

As lágrimas escorreram pelo seu rosto angelical, ela estava frágil, emocional, no fundo ainda havia a tristeza nela. Nos abraçamos forte mais uma vez, foi um abraço triplo porque o Ryan estava no nosso meio, inclusive ele acordou. Percebi que a sua fralda estava cheia de xixi, a enfermeira me ensinou a trocar então eu já sabia mais ou menos como fazer, aos poucos vou pegando prática. O Ian implorou para eu deixar ele trocar o Ryan e eu deixei, até o Marcelo quis ver de perto o amigo trocando pela primeira vez na vida uma fralda.

— Amor, não precisa me ensinar porque eu... – Ele mal termina de falar e logo vimos um jato de xixi sendo despejado pelo ar, mais especificamente na cara dele. Quase me taquei no chão de tanto rir.

— Cara, o seu filho é demais! – Marcelo gargalha.

— Amor, me ajuda aqui!!! – Se desesperou.

— Ah, agora você precisa da minha ajuda? – Vou ajudá-lo depressa, terminei de trocar a fralda do bebê e vestir sua roupinha. — Quer pegar ele, Marcelo? – Pergunto pro mesmo que me olhou assustado.

— Não, eu não qu... – Coloco o meu filho nos seus braços que ficaram meio desengonçado segurando um bebê pequeno e mole.

— Segura com cuidado. – Digo.

A Bianca se aproximou dele e os dois ficaram brincando com o bebê, aproveito para ir ao banheiro porque o Ian ainda estava lá lavando o seu rosto desesperadamente. Aquela cena foi engraçada e fofa, agora precisamos tomar mais cuidado com o jato do nosso filho, tinha me esquecido desse detalhe que os bebês meninos as vezes fazem. Eu estava muito feliz com as visitas de hoje, assim como elas também estavam vendo o Ryan. O meu pai de primeira achou estranho ver sua única filha menina com um bebê no colo mas logo se acostumou e agora ama demais o seu neto. A minha mãe vai me ajudar fora do hospital, vai ficar mais algumas semanas comigo. O Léo provavelmente não vai sair mais lá de casa junto com o Iago e a minha sogra. O que não faltava para esse bebê é amor, sou muito grata por ter essas pessoas maravilhosas na minha vida, me ajudando e me ensinando, não vejo a hora de sair desse hospital para poder finalmente ir pra casa com o meu pequeno.

De Repente GrávidaOnde histórias criam vida. Descubra agora