De Repente Grávida

Capítulo 53: O Aniversário

O sol da manhã filtrava-se pelas cortinas, e eu despertei com um bocejo, sentindo a suavidade do lençol ainda quente. Meu olhar vagueou pelo quarto, mas Ian já não estava ao meu lado. Levantei-me e, após um rápido banho, vesti um shorts jeans e uma blusa qualquer, sem muita vontade de pensar na ocasião. Ao entrar na sala, um vazio tomou conta de mim; a casa estava silenciosa. Porém, sobre a mesa, um buquê de rosas vermelhas e um cartão chamaram a minha atenção. Sorri ao ler a mensagem.

"Feliz aniversário, minha princesa mais linda! Se arruma porque hoje nós vamos almoçar fora. Te amo.

De: Ian      Para: Isabele"

O meu coração quase explodiu de alegria. Por um momento, pensei que ele tivesse esquecido da data. O aroma doce das rosas preenchia o ar, e eu as coloquei em um vaso antigo, herança de minha mãe. A lembrança dos aniversários passados me invadiu; a alegria do café da manhã em família, as surpresas de Bianca no shopping. Uma onda de saudade me atingiu. Embora meu estômago ainda estivesse cheio da noite anterior, comi uma fruta e bebi água no café da manhã, buscando um pouco de satisfação.

Segui as instruções do cartão, escolhendo com cuidado uma roupa especial. Hoje deveria ser um dia de celebração, mas uma sombra de desânimo pairava sobre mim. Optei por uma t-shirt e uma saia longa, complementando com uma maquiagem leve e o meu perfume favorito. Assim que finalizei, o meu celular vibrou: era uma mensagem do Ian, dizendo que já me esperava no carro. Apressando-me, saí em direção à saída.

— Feliz aniversário, princesa! — exclamou ele, envolvendo-me em um abraço caloroso. — Uau, você está deslumbrante!

— Obrigada!! Mas, eu posso desabafar uma coisa? — A voz tremia um pouco.

— Claro, também sou seu amigo antes de qualquer coisa. O que aconteceu?

— A minha família... acho que esqueceram do meu aniversário. — Minha voz falhou, e a emoção ameaçou transbordar.

— Não se preocupe, eles não esqueceram, eu tenho certeza.

— Todos os anos comemorávamos juntos. — As lágrimas começaram a escorregar, indesejadas.

— Ei... não chore, meu amor. Não quero te ver triste, especialmente hoje.

— Nem ao menos uma mensagem no celular. — Um soluço escapuliu.

— Espere um pouco. Quem sabe você não recebe algo muito mais especial do que um simples bilhete? — Ele sorriu, e a esperança começou a brotar em meu coração.

O Ian me levou naquele mesmo restaurante especial que ficava no alto de um prédio, onde a vista da cidade era deslumbrante. Mesmo em meio à tristeza, eu sentia o esforço dele para me fazer feliz. O almoço foi um deleite, e a sobremesa de sorvete com chocolate foi a cereja do bolo. Nossas conversas fluíram, tocando o futuro e o nosso filho. Tudo perfeito.

— Eu tenho uma surpresa para você! — Ian tirou uma caixinha vermelha do bolso.

— O que é isso? — Meu coração acelerou em antecipação.

— Esperei por este momento desde que pedi você em namoro, mesmo antes de você descobrir que estava grávida. Passamos por muitas tempestades e até nos separamos. — Ele fez uma pausa, seu olhar profundo. — Mas agora estamos aqui, e acho que chegou a hora de celebrarmos o nosso amor de uma maneira especial. — Com cuidado, ele colocou a aliança em meu dedo. — Isabele Rosie, casa comigo?

As palavras me deixaram sem fôlego. A emoção tomou conta, e as lágrimas de felicidade escorriam sem controle. 

— Sim! É claro que aceito!!

— Segura essa emoção porque ainda tenho mais uma surpresa!

— Ian...

— Você deve ter notado que acordei mais cedo hoje, na verdade, estava ocupado comprando o nosso apartamento.

— O quê?! Nós vamos morar juntos? — A incredulidade misturou-se à alegria.

— Sim! Ouvi você mencionando que o nosso filho não teria um quarto, e fiquei pensativo sobre isso. Então comprei um lugar espaçoso, com sala de games, brinquedos e um closet enorme só para você.

Me levantei da mesa, pulando em seus braços, sem me importar com o olhar curioso das outras mesas. Era uma nova vida que se desenhava diante de mim, repleta de promessas e amor.

— Quando vamos nos mudar? Posso começar a arrumar minhas coisas? — Indaguei ansiosa.

— Calma, amor! O apartamento ainda está em reforma, mas prometo que tudo ficará pronto antes do bebê nascer.

— Mal posso esperar! Faltam apenas quatro meses.

— Estou contando os dias...

— Eu também.

(...)

O tempo parecia voar. Às oito da noite, eu e o Ian estávamos voltando para casa após passarmos o dia passeando juntos. Ele havia me incentivado a me arrumar, trazendo roupas novas e um salto alto que realçava a minha figura. A expectativa me deixou ansiosa. Mas ao chegar, a casa parecia deserta, e a tristeza me envolveu novamente.

No entanto, ao abrir a porta, luzes brilharam e gritos de "Surpresa!!!" ecoaram para mim e para o Léo que chegou no mesmo instante. Amigos, familiares e risadas se misturavam na atmosfera. Não pude conter as lágrimas ao ver o quanto se esforçaram para me alegrar. Naquele momento, compreendi que a minha família era a base da minha vida, a razão de cada sorriso. Corri para abraçá-los, deixando que a emoção me envolvesse como um cobertor quentinho.