Capítulo 16

2.2K 280 3
                                    

Perdoem os erros.

Max encarava as pessoas com desanimo. Milhares de pessoas sorriam e dançavam com alegria e sensualidade, todos estavam eufóricos e animados. Eles dançavam como se não houvesse um amanhã, e talvez seja isso que precisava acontecer! Não haver um amanhã! Para Max nada daquilo era importante, para ele tudo aquilo era muito igual.

A boate era igual, os móveis eram iguais, as pessoas eram iguais. Nada era diferente, nada possuía cor ou alegria, nada era Rebecca. Diabos agora tudo em sua vida girava em torno dela, o fato era que Max nunca havia se importado com uma mulher antes, para ele as mulheres não passavam de uma simples fonte prazerosa de alimentação e nada há  mais. E agora saber que ele estava agindo feito um obcecado apaixonado durantes dias chegava a ser  aterrorizante.

Bufando mais uma vez, Max encarava mais um catálogo de mulheres indispensáveis enquanto os seus irmãos lhe apresentavam cada uma delas com paciência e exaustão.

— Agora já chega Max, ou você escolhe a porra do seu alimento de uma vez ou serei obrigado a enfiar um pescoço nesse seus caninos. — Grunhiu Seb com impaciência.

A boate estava cheia e escura, os irmãos procuraram uma boate isolada e de preferência barata. Eles simplesmente não queriam correr o risco novamente. E por mais que aquela situação fosse repugnante Max não teria outra opção a não ser escolher uma vadia qualquer.

— Não é fácil escolher produtos de péssima qualidade Seb. Então fica na tua. — Os olhos de Seb se estreitaram, seu rosto se tornou uma máscara fria e impetuosa. Com os olhos de cor diferenciadas, Seb tinha a aparecia de ser um homem estranho e frio.

— Tanto faz. Apenas acabe logo com isso. Não tenho vocação para ser sua babá — Resmungou enquanto tomava um longo gole da sua bebida.

Max bufou com sarcasmo.

— Vamos ser francos Seb, você não tem vocação pra ser muita coisa. Você quase é um fantasma perante a sociedade.

Seb bufou.

— Não é pra tanto! — Garantiu. Max arqueou uma de suas sobrancelhas.

— Há não?! Bom vejamos, você não tem uma vida social, não tem uma profissão específica, e nunca se socializar com ninguém há não ser com a Irmandade. Que tipo de vida é essa? Quero dizer... — O olhar frio de Seb pousou sobre o rosto de Max com amargura. Seu olhar era tão gélido que chegava a ser um enorme iceberg. Sua compostura estava rígida e as suas feições duras, enquanto o som frenético da boate deixavam ambos desconfortáveis.

— O fato de não obter nada disso em minha vida justifica em apenas uma única coisa Irmãozinho. — Max por um momento chegou a pensar que o seu irmão iria saltar em cima dele e esgana-lo. —  Os meus malditos olhos, nunca serei a porra de um homem normal quando os meus olhos denunciam que sou uma verdadeira aberração. Eu tenho olhos diferenciados Max, e não me orgulho disso. Ninguém consegue me encarar por mais de cinco minutos e não se sentir intimidade o suficiente para se afastar de mim pelo menos um metro de distância. — Max sabia que o seu irmão sofria em silêncio, mais nunca poderia imaginar como ele realmente se sentia.

O fato de saber que o seu irmão sempre sofreu por se sentir inferior era terrível.

— Isso não é verdade, cara.

— Não mesmo? — Perguntou ele enquanto serrava os seus olhos. — Porquê está me parecendo que você só está dizendo isso por sentir pena da minha desgraça.

— Você sabe que eu...

— Não... Sinceramente, eu não preciso das suas caridades. Não quero sua pena, nem muito menos esse seu olhar ridículo. Quero apenas que você escolha uma maldita mulher e se alimente.

Max o encarou fixamente.

— Não estou te olhando com pena meu irmão. Apenas sinto muito por você ser um completo babaca. — Os olhos de Seb se arregalaram. A surpresa era nítida nas feições dele, mais não demorou muito para aquela máscara rígida voltar ao seu local de costume.

— Como disse? — Perguntou com as feições franzidas, enquanto tomava mais um gole da sua bebida. Seus olhos dançavam sobre as mulheres que se aproximavam da mesa com um olhar apetitoso.

— Foi o que você ouviu seu idiota... E vocês estão dispensadas — Seus olhos fixaram nas mulheres tão friamente, que nenhuma delas ousaram em discordar, apenas deram meia volta e sumiu entre as pistas de dança.

Max ouviu o seu irmão bufar.

— Fala sério Max, nós viemos aqui apenas para te alimentar e não para falar da minha vida fracassada. — Murmurou com sarcasmo enquanto voltava a observar as variadas mulheres na pista de dança.

— Dá pra você parar de ser tão babaca?

— Você ja me chamou disso pela  segunda vez. Acho que terei de proibir o seu contato com Álvaro, meu irmão.

Max revirou os olhos.

— Você está fugindo do assunto. Não seja covarde! — Grunhiu Max ferozmente. Enquanto Seb lhe lançava um olhar indiferente.

— Não estou fugindo do assunto, apenas não quero aborda-lo pode compreender? Não quero mais falar dos meus problemas.... — Murmurou em um tom quase impaciente.

Max lhe lançou um olhar fixo enquanto tomava a sua bebida em mãos, pela primeira vez.

— Então o que você deseja meu irmão? — Sua voz saiu carregada de poder. De algum modo a sobrecarga que Max estava carregando em seus ombros estava o possuindo de dentro para fora. Os seus caninos estavam alongando-se em um modo espontâneo, os seus olhos estavam tornando-se nublados e as sua mente estava se tornando cada vez mais sádica e sombria.

Seb lhe lançou um olhar sarcástico.

— Agora? Bom quem sabe... Em alimentar você primeiro.

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora