Capítulo 68

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Perdoem os erros.

Ali, sentada em frente a um extenso palco com diversas cadeiras vazias, Rebecca estava se sentindo em paz. Em suas mãos estava o instrumento que por anos foi o seu único amigo e a sua única distração. Estar ali parada em frente ao lugar onde um dia foi a ponta do iceberg para a sua completa solidão, era libertador.

Rebecca se sentia em paz, se sentia sozinha e machucada. Pela primeira vez uma sua vida Rebecca se sentia tão destruída quanto um copo de vidro quando se cair sobre o chão. O seu coração pulsava tão forte quanto ele podia, suas mãos segurava o instrumento tão forte como se ele fosse o seu único porto seguro. Rebecca estava a um segundo de perder o seu total controle.

— Está pirando não é mesmo? —Rebecca levantou-se do chão em um sobressalto. Virando-se rapidamente ela encarou o intruso com as feições assustadas.

Levantando ambas das mãos no ar o vampiro surgiu em seu campo de visão com as feições sarcásticas.

— Calma! Sou eu. — Murmurou ele enquanto se aproximava em passos lentos. Seus cabelos estavam penteados para trás, e suas roupas estavam limpas e muito bem alinhadas, parecia mais um ator de Hollywood, se não fosse é claro, os seus belos olhos vermelhos denunciando a sua inormalidade .

Rebecca recuou automaticamente.

— O que faz aqui? — Questinou ela com a voz tremula. O vampiro deu de ombros.

— Vim alimenta-la e trazer novidades do meu chefe, é claro. — Rebecca fez uma breve careta.

— Não tenho nada pra falar com o seu chefe! Nós temos um acordo, não voltei atrás com ele. — Disse ela em um tom firme.

O vampiro soltou um riso forçado, enquanto se aproximava ainda mais.

— De fato, nós temos um acordo. Mais infelizmente aconteceu algo que não tinhamos previsto. — Rebecca franziu o cenho.

— Que seria? — O vampiro deu mais um passo. Parando bem a sua frente, ele lhe lançou um olhar bem humorado.

— A resposta exata seria isto! —Apontando para a sua barriga, Rebecca não precisava questiona-lo para saber o que de fato aquilo significava. Suas feições se tornaram pálidas, Rebecca se sentia sem chão.

— I-isso não faz sentido, o meu período fértil começou apenas hoje. — Gaguejou ela, enquanto jogava o instrumento sobre chão.

— Você sabe que isso não é verdade. — Grunhiu o vampiro.

Ela estreitou o seus olhos.

— E como saberia? Dias atrás eu nem sabia o que realmente eu era como iria saber o que é estar em um momento fértil?

Os olhos do vampiro passearam sobre o chão, ele encarava o instrumento agora completamente quebrado com as feições duvidosas.

— Excesso de força.... Acho que as dúvidas do mestre em relação ao primogénito estavam corretas. — Disse ele em um tom pensativo.

Rebecca lhe lançou um olhar perplexo.

— O que?

— O mestre sentiu o seu poder durante a noite, você estava com raiva e no intuito de protege-la de si mesma essa aberração que está carregando manifestou o seu poder de alguma forma. O que é engraçado pois ele ainda não passa de um grão de mostarda. O que ele capaz de fazer quando se conseguir gerar em seu ventre?  -— Os lábios de Rebecca tornaram-se a secar.

— Você está louco. Eu realmente não sei do que você está falando.  — Disse ela em um tom ríspido.

— Não posso negar os fatos! — Disse ele em um tom formal. Rebecca estreitou os seus olhos.

— Acontece seu idiota, que não podemos dizer que são apenas fatos quando se está marcada para morte. Eu preferia não saber que estou levando mais uma vida junto com a minha alma desprezível. — Gritou ela.

O vampiro fez uma breve careta.

— Você não vai morrer! Prometi salvar a sua vida e será isso que eu irei fazer. Agora quanto a está coisa.... Não posso garanti que sobreviva.

Rebecca recuou mais um passo, agora o seu coração estava a pular da sua boca. Rebecca estava se sentindo recuada, e por um momento ela se amaldiçoou por não ter chamando Gael para vim consigo.

— O que você quer dizer com isso? — Perguntou ela em um sussurro.

O vampiro suspirou.

— Estou dizendo que essa cria pode ser um híbrido. Ele pode ser metade humano e metade pecador!

— E se ele for um híbrido?

— Não teremos problemas com ele. Mais nós não podemos arriscar! — Disse ele em um tom sombrio.

— O que você quer dizer com nós?

— O mestre quer isso morto antes que ele venha a este mundo. — Rebecca estreitou os seus olhos.

— Isso que você chama de monstro é o meu filho! Nem você e nem ninguém irá machucar ele. — Disse ela em um rosnado.

Ele lhe lançou um sorriso sarcástico.

— Olha só já está falando como uma mamãe leoa. — Disse ele com ironia. — Rebecca você ainda é humana, não estou fazendo isso apenas por ordens. Eu me importo com você! Se você conceber essa cria ainda humana, você não irá sobreviver.

— Se você realmente se importasse comigo não iria querer matar o meu filho! — Rosnou ela. — Você tem noção do quanto isso iria me matar?

— O caos que o mundo vai se tornar vai muito além do seus sentimentos Rebecca. O mestre teme que esse pequeno monstro seja um pecador puro.

— O mestre teme, ou você o teme?

— Digamos que os dois! Não sabemos com que pecado ele virá, não podemos arriscar Rebecca, eu sinto muito.... e-eu...

O empurrando para trás, ela tentou sair do palco o mais depressa possível. Mais antes que ela pudesse alcançar as cadeiras, uma mão puxou-lhe pelo seus cabelos fazendo-a recuar.

— Não torne as coisas mais difíceis querida. — Murmurou ele próximo ao seu ouvido.

As mãos de Rebecca foram de encontro a mãos dele no intuito de soltar do seu agarro. Mais todas as suas tentativas foram falhas.

— Alecc por favor... ele não tem culpa!
— Sussurrou ela com a voz chorosa.

— Não tenho escolha... Mais prometo que será rápido.

Antes que Rebecca pudesse lhe dizer algo, o seu corpo foi arremessado em direção ao segundo andar do teatro. Seu corpo foi de encontro a parede fazendo-a arfar de dor. Rebecca sentia os ossos da suas costas se partirem, os seus olhos se tornaram um barão, enquanto ela tentava a todo custo se levantar.

— Não lute contra isso querida! Será mais fácil pra você. — Mumurou ele enquanto se aproximava mais uma vez.

— Vá para o inferno! — Gruinhiu ela enquanto tentava retomar o fôlego, sentado-se ela arfou. Se aproximando o suficiente, ele abaixou-se e lhe lançou um olhar penoso.

— Eu já estou nele querida! — Sussurou ele com a voz falha.

Suas mãos foram de encontro ao pescoço dela. Rebecca sentia o ar do seus pulmões se acabado aos poucos, ela sentia a morte batendo em sua porta. Era desesperador não poder fazer nada quanto a vida que estava em seu ventre, Rebecca tentava a todo custo se manter acordada no intuito de salvar a vida do seu filho, mais a escuridão já havia predominado tudo ao seu redor. E Rebecca não teve outra escolha, há não ser rezar para que alguma divindade poupasse a vida do seu filho.... do seu único amor!

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora