Capítulo 23

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Perdoem os erros.

Já se passava mais de meia hora que o Doutor Sampaio estava dentro do quarto junto a Rebecca. Red já estava prestes a roer a sua oitava unha quando o doutor voltou a aparecer no campo de visão de todos.

As suas feições estavam levemente franzidas, seus óculos estavam completamente deslocado do seu rosto, suas mãos ainda tremiam enquanto passava entre os irmãos e jogava-se perante o sofá negro. O seu jaleco de doutor espalhava-se por todo o sofá, dando um contraste  perfeito sobre o sofá. A sua cabeleira avermelhada parecia mais um completo ninho de pássaros selvagens.

Álvaro franziu o cenho, enquanto ouvia o Doutor bufar a cada segundo. Ele parecia ter corrido uma maratona, estava afobado e nervoso.

— Quer parar de suspense e dizer logo o que está havendo com Rebecca? — Perguntou Álvaro com as feições impacientes. O Doutor fixou os seus olhos castanhos em direção a Álvaro, ele parecia indeciso e sádico.

— Há algo errado. — Disse em um tom baixo, os irmãos precisaram  inclinar-se para ouvir o que o Doutor havia dito.

Halel bufou com sarcasmo.

— Óbvio que há algo errado com ela seu pative! Se não houvesse, nós não precisaríamos de você. — Murmurou Halel com frieza, enquanto sentava-se na poltrona de Max, lançando a todos um olhar superior.

Com os seus olhos levemente puxados, Halel parecia mais um asiático do que um americano. Certa vez Red havia se perguntado se Halel era realmente um americano ou se tratava de um mestiço. Com os olhos puxados e em um tom azul celestial, Halel seguia um estilo de homem exótico, com os cabelos negros cortados em um corte atualizado, ele tinha a postura de um samurai, mais a mentalidade era de um babaca. Um babaca sádico e pervertido.

— E você não mudar né seu idiota? Se atualiza Halel, desse jeito ninguém irá te suportar, nem mesmo os irmãos. — Disse Álvaro, o olhando com desprezo.

Halel apenas revirou os olhos, enquanto se mantinha em silêncio. Ele sabia que não era o momento certo para discussão em família. Todos temiam o que Max poderia fazer se ele descobrisse que a sua amada estava em perigo novamente.

— E então Sampaio, o que está havendo realmente com Rebecca? — Questionou Red.

O Doutor suspirou novamente. Ainda com as mãos trémulas, ele retirou do seu pequeno bolso do jaleco um papel bem dobrado. Parecia uma folha de caderno que ele havia arrancando de qualquer forma, mais que ainda assim estava dobrada perfeitamente.

— Rebecca não está doente, na verdade ela não pode ficar doente. — Disse o doutor, com o semblante ainda franzido.

— Como assim ela não pode ficar doente? — Questionou Red.

— Ela simplesmente não pode! Testei todos os tipos sanguíneos dela e nada. Procurei algum tipo de doença em seu corpo mais nada foi encontrado também. Até mesmo doenças simples que ela possuía como renite, alergia ou moléculas malignas todas exatamente todas foram eliminadas como em um passe de mágica. Não existe nada de ruim sobre o corpo dela... É como se ela fosse... — O Doutor consertou os seus óculos rapidamente o deixando perfeitamente alinhando sobre o seu rosto.

— Como se ela fosse... — Incentivou Red.

O Doutor mirou seus olhos castanhos em direção a todos, ele encarava ambos com convicção e certeza. Assim como os médicos faziam quando dava aos familiares uma notícia ruim. Ele estava sentado e sério, o medo não possuia mais em seus olhos. Agora quem falava era o Doutor Sampaio e não o homem que vestia o jaleco.

Levantando-se do sofá, o Doutor caminhou novamente para a porta de entrada da sala, onde todos estavam reunidos. Com um olhar sério e com a postura reta, ele encarou todos com convicção.

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora