Capítulo 21

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Perdoem os erros.

Red estava preocupado. Já fazia horas que Rebecca não havia voltado para o mundo real, ela estava inconsciente e frágil. A sua pele estava cada vez mais pálida, enquanto o seu corpo permanecia imóvel e frio.

— Onde diabos está esse maldito doutor? Ele deveria ser expulso da nossa sociedade, por ser tão inútil. — Grunhiu Red, enquanto tocava delicadamente nas pequenas mãos de Rebecca.

— Relaxa Red! Até parece que é você o dono desse dondoca aí. Ele já está a caminho. — Garantiu Álvaro.

Red bufou.

— Até parece... Ele sempre está a caminho, quando o assunto se diz nós.

— Não podemos culpa-lo! Você sabe o quão terrível nós fomos no passado. Por culpa nossa, a família dele foi devastada. Tudo por culpa daquela maldita missão.

— Acredite meu irmão, se tem um culpado nessa história não somos nós, e sim o Criador. Foi ele quem nos mandou para aquela missão. — Disse Aquiles em um tom superior.

Ele estava atrás de Álvaro, em uma postura rígida e confiável. Seus cabelos estavam levemente assanhados, enquanto o seu olhar sombrio estava carregado de exaustão. Red sabia muito bem que aquilo não se tratava de exaustão física, e sim mental. Ele sabia o que seu irmão estava passando, e aquilo era terrível.

Aquiles se aproximou do leito onde estava Rebecca, com um olhar curioso. Ele estava cauteloso e silencioso, parecia estudar-la de alguma forma.

Aquiles era um dos irmãos, mais questionador. Ele sempre procurava lógica em tudo, sempre era o cético do grupo, sempre o mais incrédulo. 

— Onde está Max? — Perguntou Red com o semblante confuso. Ele sabia que estava sendo egoísta em barrar o seu irmão. Red sabia que Max tinha todo o direito sobre Rebecca, ela era o seu cálice, o seu porto seguro, a sua única fonte de amor. Mais o fato era que Red não queria correr riscos, precisava manter-la segura até mesmo de Max.

Álvaro deu de ombros.

— Disse que iria procurar "Respostas" — Disse Álvaro, enquanto jogava aspas no ar.

Red franziu o cenho.

— Respostas? Como assim respostas? — Perguntou com o semblante confuso.

— Disse que nós éramos uns idiotas, e que iria procurar as respostas que ele procurava por conta própria. — Disse Álvaro formal, enquanto passeava pelo quarto de Max. — Porquê diabos ele matem esse quarto tão escuro? Parece mais um Vampiro do que um Pecador.

Red lançou um olhar sarcástico, em direção ao seu irmão

— Talvez ele queira ser um Vampiro... Sempre achei que o perfil de Max não se enquadrava bem como um pecador. — Álvaro soltou uma risada rouca e curta.

— Ele sempre será um ótimo pecador, o sangue de guerreiro corre sobre suas veias, sobre nossas veias. Uma pena que nossa espécie foi devastada. — Murmurou Álvaro com desanimo.

O quarto se tornou silencioso, todos sabiam que a perda dos guardiões foi terrível.  A cena de morte, a ruína no planeta onde eles moravam, o sangue que nunca foi vingado. Tudo aquilo era terrivelmente triste.

Red sabia a dor que o seu irmão sentiu ao perder o seu grande amor. Red ainda podia se lembrar vagamente do dia em que Aquiles se tornou um homem louco e agressivo. Ele nunca havia extrapolado, nunca havia se tornado um homem tão vulnerável, mais naquele dia... Por Deus! Naquele dia o seu irmão estava irreconhecível.

— Todos nós sabemos o que perdemos Álvaro, não precisamos nos lembrar delas novamente. — Disse Aquiles ferozmente.

Os olhos de Red passearam pelo rosto do seu irmão, ele estava irritado, mais a cima de tudo em seus olhos ainda haviam dor... A dor da perda.

Álvaro levantou ambas das mãos em forma de rendição. Ele sabia que o caminho que ele estava percorrendo era traiçoeiro. Ninguém nunca ousou ver Aquiles irritado, e Álvaro não seria um deles.

— Calma aí cara, lembresse que eu não sou o seu inimigo. Aqueles malditos saqueadores ainda vão nos pagar, eles aproveitaram a nossa partida para se apossar das nossas mulheres e depois... — Antes mesmo de Álvaro terminar a sua frase, Aquiles já estava em cima do seu irmão, o impressando com brutalidade sobre a parede.

— Já disse para acabar, com a droga desse assunto. — Grunhiu ferozmente.

Red levantou-se da cama em uma velocidade extremamente, o seu irmão estava descontrolado. Parecia que a vinda de Rebecca para a vida de Max, havia mexido com ele de alguma forma.

— Já chega disso Aquiles... Ele não tem culpa disso, e você sabe. — Murmurou Red enquanto finalmente tirava o seu irmão de cima de Álvaro.

Os olhos de Aquiles estavam um turbilhão de sentimentos, e de preferência sentimentos ruins, muito ruins.

Halel apareceu na porta do quarto com as feições estranhas, a sua respiração estava irregular e um pequeno fio de suor estava brotando sobre sua testa.

— O que diabos houve com você? — Perguntou Red com o semblante confuso, enquanto segurava firmemente Aquiles pelo os braços, o imobilizando de alguma forma.

— O doutor chegou... — Disse com a voz quase falha.

Red franziu o cenho.

— E você está desse jeito, só porquê o doutor chegou? — Questionou Red. Halel negou ainda em silêncio.

— Então o que estás havendo com você homem? — Perguntou Red com o semblante já impaciente.

— É o Max... — Murmurou quase em um sussurro. Em um solavanco, Aquiles havia se libertado do aperto do seu irmão. Ele caminhou em direção a Halel em passos curtos e calculados. Seus olhos estavam frios e sua postura como as de um verdadeiro predador.

Ao se aproximar o suficiente do seu irmão, Aquiles segurou firmemente a camiseta do seu irmão. Fazendo-o ficar preço assim como Álvaro sobre a parede.

— Desembucha... O que aconteceu com Max? — Grunhiu Aquiles ferozmente. Os olhos de Halel se arregalaram por tamanha surpresa.

—E-ele... — Gaguejou Halel desesperadamente. Aquiles o precionou ainda mais sobre a parede, e dessa vez Halel não teve a ajuda de Red para liberta-lo. Ele estava sendo um tremendo babaca com todos, inclusive com Rebecca.

— Ele o que Halel?

— Ele usou a fenda tá legal? Ele... Foi ver o Criador.

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora