Capítulo 59

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Perdoem os erros.

Rebecca caminhou até o Pecador em passos confiantes. Ela sabia que não devia satisfação alguma a ele, mais de algum modo ela se sentia obrigada a justificar o seu pequeno atraso.

Desculpa não ter vindo antes. É que eu estava...

— Não me interresa onde você estava ou o que estava fazendo. Não sou o seu homem, não preciso de satisfações suas. — Rebecca recuou de imediato. Ela sabia que ele estava de péssimo humor, mais aquilo já era um pouco demais. A sua rispidez chegava a ser grotesca.

— Você deveria ser mais gentil. — Repreendeu ela.

Ele bufou. Arqueando uma das suas sobrancelhas, ele endiretou-se e sua postura se tornou rígida feito pedra.

— Digo das suas palavras, as minhas. — Ela lhe lançou um olhar estreito.

— Eu não o trato mal! — Defendeu-se ela. Abraham levantou-se da cama feito uma garça. Ele era intimidador demais.

— Você pode até não me tratar mal, mais ao meu irmão você o trata feito um lixo. Já se passaram dois meses... — Ele se levantou da cama feito um leopardo. Veloz. Rebecca recuo de imediato. Ele era grande demais, perigoso demais para ela se manter perto. — Dois malditos meses que ele corre atrás de você feito um cachorrinho e você... — Ele deu mais um passo. — Você o destrata, o faz de inimigo e ainda o manipular. E agora por sua culpa doce Rebecca, ele está naquela maldita cama e todos nós  poderiamos ter o perdido pra sempre.

— Não é pra tanto! Todos nós sabemos que vocês são imortais. Então não me venha com esse papo de o perder para sempre.

— Existe outros meios para se perder alguem Rebecca e acredite não é apenas a morte.

Encarando o Pecador na mesma altura. Rebecca cruzou os braços acima dos seios com determinação.

— Eu não preciso dos seus sermões Abraham. Nem muito menos da sua raiva ou quero dizer do seu remorso? Sei que você está se sentindo um inútil, afinal quem liderou e descobriu respostas sobre o seu irmão fui eu. — Os olhos de Abraham o fulminaram feito laminas.

— Não se gabe Rebecca! Você não passa de um briquedo para nós, você é um simples objeto prazeroso que o Criador enviou para o meu irmão. — Rebecca lhe lançou um sorriso amargo.

— Posso até ser uma vadia de sague mais pelo menos eu tenho uma tarefa, tenho uma missão a cumprir pela a minha eternidade. Já você... bom você irá continuar na mesma, um homem invejoso e cheio de rancor.

— Como ousa? — Rebecca o ignorou completamente. Descruzando os braços rapidamente, ela apontou o seu dedo indicador sobre o peito do Pecador. — Pelo o que eu soube dos seus irmãos você é um homem  amargurado. Nunca superou ter nascido em segundo e sempre quis ser o melhor. Não entendo porquê agora você está bancando o irmão preocupado e atencioso. O que foi? Decidiu bancar o super herói na história? Cansou de ser o vilão invejoso? Não me admirar esse pecador cair sobre as suas costas. Você é tão...

Abraham avançou sobre Rebecca e segurou-lhe pelo o pescoço. Fazendo com que o corpo da delegada ficasse preso sobre a parede e o corpo do pecador.

— Cale-se sua indigna! — Rosnou o Pecador. Rebecca pos suas mãos sobre as dele no intuito de tira-las do seu pescoço, mais como previsto nenhum dos seus movimentos surgiram efeito.

— Não calo! E sabe porquê? Porquê você acha que pode dar lição de moral nos outros, quando você mesmo merece uma boa surra. Eu posso até ser uma vadia sem coração, mais pelo menos eu me arrependi... Já você. — Rebecca lançou um olhar desdenhoso em direção ao Pecador. — Você nós nunca saberemos.

A mão desocupada do Pecador voou em direção ao rosto de Rebecca com tanta brutalidade que a delegada chegou a cair sobre os seus joelhos. Rebecca jurou nunca apanhar de um homem em toda a sua vida, e agora saber que ela havia recebido um tapa tão covardemente... Aquilo fazia o seu sangue ferver.

Rebecca abriu um sorriso gélido ainda sobre o chão.

— Isso mesmo! Bate mais, bate seu covarde de merda. É só isso que você é capaz? — Rebecca o desafiou com os olhos estreitos.

Abraham rosnou. Ele a puxou pelos os cabelos, fazendo com que a delegada se levantasse involuntariamente. 

— Já mandei você calar a boca Rebecca! Você não sabe com quem está mexendo. — Ameaçou ele.
Os olhos do Pecador não eram mais os mesmos, neles havia raiva, havia temor e havia luxúria?

— E muito menos você! Você não passa de um cretino, não passa de um revoltado com o destino e lhe digo mais você Abraham não passa de um...

Os lábios do Pecador se chocaram contra os de Rebecca. Os olhos da delegada se arregalaram, ele estava realmente fazendo aquilo? Ele estava há beijando deslavadamente?

Em um modo institivo Rebecca o empurrou tão forte, que o corpo do Pecador recuou uns três passos para trás. Abraham lhe lançou um olhar perplexo e zangado, parecia que ele não havia gostado de ser rejeitado.

— Você não deveria ter feito isso, você... O seu irmão está naquela cama doente e enquanto isso você está tentando me agarrar? — Abraham bufou.

— Eu não te agarrei! Você me seduziu, os seus olhos são uma perdição. O meu lado pecador não resistiu a você.

Rebecca lhe lançou um olhar perplexo.

— Porquê isso não me surpreende? Vocês homens sempre tem a tendência de culpar as mulheres pelo seus assédios e desejos reprimidos.

— Nós não podemos fazer nada se são vocês que despertam esse lado animal em nós.

— Isso não é desculpa.

— Mais é um belo e delicioso motivo.

Ele deitou-se na cama, como se aquilo que ele havia feito fosse a coisa mais normal no mundo. A sua indiferença chegava a chocar Rebecca, ele era frio demais, era sádico demais. E foi então que ela percebeu... Abraham e Max nunca serão iguais.

— Você me dá nojo. — Declarou a delegada. Apanhando o resto da sua dignidade Rebecca marchou em direção a porta e saiu de lá com os olhos mais duros que um dia ela possuiu.

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora