Capítulo 18

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Perdoem os erros.

Rebecca não estava preparada. A sua mente estava em um turbilhão de sentimentos, seus batimentos estavam descompesados, e a sua respiração quase falha. Ela se sentia péssima.

Mais de alguma forma, estar ao lado de Red lhe dava a calmaria perfeita, para que ela não surtase. As suas lembranças estavam voltando como um sopro violento.

Os seus piores medos estavam sendo revelados, e a angustia tomou o lugar da curiosidade. Rebecca simplesmente queria não se recordar mais de nada, ela só queria esquecer aquele fiasco que foi a sua vida na infância, ela não estava preparada para dizer o que havia passado em sua triste infância.

Red acareciava os seus cabelos, assim como ela havia feito com os dele. Ela se sentia cada vez mais próxima dele, mesmo o conhecendo apenas em algumas horas. A forma como ele lidava com o sofrimento do próximo era reconfortante, e por este motivo Rebecca não se sentiu triste ou intimidada o suficiente para não se abrir com ele. Ela se sentia segura por confessar o seu pior ou melhor lado para ele, ela queria que ele soubesse que mesmo sem conhece-lo confiava nele o suficiente para se abrir e contar a sua triste história.

— Tinha cinco anos quando toquei a minha primeira sinfonia em público. Quando pude ver o quão vidrados e emocionados eles estavam ao me ver tocar, fiquei constrangida e ao mesmo tempo feliz. Eu nunca ... — Ela fez uma exagerada pausa. — nunca havia tocado para uma plateia gigantesca mais quando eu percebi o quão boa fui para eles isso me trouxe uma certa paz, algo que me confortou durante anos... Mais depois de um tempo, nem mesmo a música ou os acordes perfeitos e melancólicos me transmitiram a paz que eu necessitava, nada mais era suficiente ... A solidão que carregava junto a mim era caótica, aquilo parecia um enorme furacão, eu sentia que aos poucos aquilo estava me consumindo mais e mais até não sobrar nada. — Murmurou com a voz embargada. Rebecca tentou esconder o seu choro repentino, mais as lágrimas que caim nas roupas do seu mais novo amigo, denunciava o seu choro.

— Você sofreu na infância? Quero dizer teve algo que lhe tramautizasse o suficiente para sentir tanto sofrimento e dor? — Perguntou suavemente.

— Não ... Eu apenas há sentia não era algo pessoal ou algo do tipo. Ninguém nunca havia me feito nada, cresci em um lar adotivo fui adotada por pais maravilhosos e sempre tive o maior e o melhor amor deles. Mais não era o que eu precisava... Eu sentia que o amor que eles me davam não era o suficiente, eu sempre precisava de mais e mais. E acho que foi por conta disso que eu acabei me afastando deles, por medo de feri-los ao notar o quão vazia estava me tornando... Eu sou uma pessoa horrível Red. — Murmurou com a voz chorosa.

As lágrimas de Rebecca escorriam como uma goteira sem fim. Red sabia que ela não iria fazer isso de novo, ela estava se abrindo, estava demonstrando toda a sua dor guardada por anos, ela estava sendo sincera.

Red apenas acareciava os seus cabelos em uma forma de consolo silencioso. Ele sabia que em momentos desses palavras não significavam nada, afinal palavras eram apenas palavras,  apenas os gestos faziam coisas que nunca poderíamos dizer... Seus pequenos gestos foram o suficiente para acalma-la.

Red deixou que ela chorasse tudo o que tinha que chorar, e quando notou que os seus soluços não era mais que pequenas respirações curtas, ele decidiu falar.

— Você é uma pessoa maravilhosa, nunca se esqueça disso. A culpa não é sua por se sentir tão vazia. Na verdade ninguém deve se culpar por isso, os sentimentos são coisas nas quais não controlamos, eles simplismente vêm quando bem entendem. Nós não podemos contrala-los, apenas podemos lidar com eles. — Murmurou Red deliberadamente.

Os olhos de Rebecca se abriram ao ouvir as palavras do seu amigo. Ela lhe lançou um olhar grato, ele estava sendo paciente e bom para ela... Estava sendo uma amigo no qual ela nunca teve antes. E aquilo era bom.

— Obrigada Red. — Rebecca lhe lançou um sorriso fraco. Ele apenas lhe deu um breve aceno como resposta.

Eles se mantiveram em silêncio por um breve momento, apenas desfrutando da companhia um do outro, eles estavam felizes e confortáveis. Algo que era muito novo para Red, já que ele nunca havia se sentido tão bem por estar ao lado de uma companhia feminina.

— Se eu pedisse para você tocar para mim, você faria? — Rebecca lhe lançou um olhar confuso.

— Tocar para você? E-eu não sei! Acho que estou um pouco enferrujada. — disse com as feições envergonhadas.

Red bufou com sarcasmo.

— Papo furado. Ouvir dizer que tocar instrumentos é como andar de bicicleta, você nunca esquece.

Rebecca franziu o cenho.

— Devo dizer a esse ditador, que ele é um tremendo mentiroso. Tocar um instrumento não é como andar de bicicleta, todo o instrumento requer prática e aprendizado. — Murmurou com as feições firmes.

Red lhe lançou um sorisso sarcástico.

— Falando desse jeito parece uma mamãe chata. — Rebecca sorriu abertamente. Seus olhos brilhavam ainda mais, devido as lágrimas.

— Não tenho vocação para ser mamãe querido. Apenas estou esclarecendo o seu ditado de principiante.

Red lhe lançou um olhar sarcástico.

— Está zombando com a minha cara senhorita? — Rebecca lhe lançou um olhar travesso.

— Talvez eu esteja. — Murmurou com sarcasmo.

Red riu ferozmente. Nunca antes havia se divertido tanto.

— Você é mesmo uma pentelha garota. — Disse Red com sarcasmo, enqauto bagunçava o seus cabelos suavemente.

Ela sorriu abertamente junto a ele, enquanto tentava arrumar os seus negros cabelos, que agora estavam complemente arruinados.

Ao se levantar do sofá, Rebecca correu para um espelho mais próximo. Enquanto tentava arrumar os seus cabelos, chaves estavam sendo postas na fechadura. Red não precisava verificar para saber que se tratava dos seus irmãos.

As pesadas botas ecoavam por todo a andar, enquanto conversas animadas preenchia todo o silencioso que antes ambos estavam. Rebecca lhe lançou um olhar confuso.

— Não se preocupe... São meus irmãos! Deverá se acostumar com eles, sempre estarão aqui. É como se essa casa fosse o nosso segundo lar. — Disse Red formal, enquanto se levantava do largo sofá e se juntava a ela.

— Vamos! Devo lhe apresentar eles formalmente. — Red estendeu uma de suas mãos, lhe oferecendo para que á pegue.

Rebecca o avaliou com mais atenção. Ela estava relutante, parecia indecisa e insegura.

— Vamos lá pentelha, eles não irão lhe fazer mal algum. — Garantiu.

— Quantos são? Quero dizer... Quantos irmãos você tem? — Perguntou ela com curiosidade.

— Sete... Ou melhor dizendo agora são oito, pelo menos pra mim. — Disse formal.

Rebecca franziu o cenho.

— Oito? — Perguntou confusa.

— Sim! Esqueceu que agora você faz parte da nossa família? — Perguntou Red enquanto lhe lançava um olhar sarcástico.

O coração de Rebecca se afundou com a confissão do seu amigo. Família? Rebecca achava que nunca mais poderia ouvir se quer essa palavra. Mais agora... Agora ela estava mais que feliz por ouvi-la novamente.

— Você promete?

— Sim pentelha! Eu prometo, serei a sua família agora.

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E aí estão gostando de ver o lado do nosso Red? Pois é! Ele realmente é um amor.
Passei três dias sem postar, e só pra compensar aqui vai três capítulos.... Bjs! Amo vocês ❤

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora