Capítulo 45

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Perdoem os erros.

Red estava maravilhado com a sua nova companheira de quarto. Desde que Max havia partido a cinco dias atrás Rebeca o visitava toda noite, parecia ter virado uma certa mania da sua amiga. Ela costumava dizer que a casa era estranha e escura demais para se manter sozinha em um quarto, mais Red estava ciente de que aquilo era apenas uma desculpa para ela não dormir sozinha no quarto de Max.

E naquela noite não foi diferente. Red esperava espontaneamente Rebecca surgir entre a brecha da porta e perguntar se estava tudo bem, e logo depois ela iria perguntar sobre o clima e por fim perguntar se poderia  dormir junto a ele.

Red já havia decorado toda as suas desculpas esfarrapadas. E se ele fosse sincero consigo mesmo diria que adorava ouvir as suas desculpas.

Por um momento Red se pegou sorrido ao lembra-se da sua amiga. E foi naquele momento que ela surgiu em seu campo de visão. Ela estava dentro de um roupão negro e cumprido, Red não precisava questionar-la para saber de quem aquele roupão se tratava.

— O clima está estranho não acha? — Perguntou ela ao entrar no quarto com os cabelos ainda molhados.

Red arqueou uma das suas sobrancelhas.

— Pra mim o clima está muito bom! — comentou ele com sarcasmo.

Rebeca bufou.

— Como se você saísse muito dessa cama para saber sobre o clima. —  Disse ela enquanto se direcionava até a janela coberta por uma grossa e longa cortina e as abria em uma só vez.

Red pôde contemplar o céu incrivelmente fechado. Parecia que uma terrível tempestade estava por vim e pela primeira vez ele teve que dar crédito aos papos furados de Rebecca. O clima estava terrível!

Ele fez uma breve careta.

— Viu só! O tempo está horrendo. — Disse ela em uma forma exagerada enquanto apontava em direção as janelas agora escancaradas.

Red revirou os olhos.

— Estou vendo! Mais isso não explica o motivo da sua inquietação. — Disse ele enquanto fazia uma breve análise em sua amiga.

Os ombros de Rebecca tornaram-se tensos. Ela ficou imóvel e inquieta, parecia lhe esconder algo muito grave.

Red estreitou os seus olhos enquanto endireitava-se na cama. Suas feridas não lhe doíam tanto, e a sua terrível doença desconhecida parecia ter cessado. Pelo menos era isso que Red achava já que não havia sentido uma fadiga sequer.

— O que você está me escondendo Rebecca? — Perguntou ele em um tom duro.

Rebecca o lançou um olhar desconfiado.

— Porquê estaria escondendo algo? — Perguntou brutalmente.

Red bufou.

— Eu não sei quem sabe... Porquê você está quase quebrando os próprios dedos? — Disse com sarcasmo enquanto observava Rebecca torcer os dedos em suas costas.

Rebecca soltou as mãos rapidamente.

— O que houve pentelha? Quer sentar? — Perguntou em um tom acolhedor. Red deu duas batidinha no colchão chamando-a para sentar-se.

Rebecca o encarou com um olhar apreensivo. Ela estava estática, seus punhos estavam serrados ao lado do seu corpo. Ela parecia estar segurando-se, parecia estar fora de controle? Red franziu o cenho.

— Rebecca você está...

— Estou com sede Red. Na verdade estou faminta! Eu não sei o que está acontecendo comigo... Eu não me sinto bem. — Disse ela em um tom angustiado.

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora