CORROMPIDO

Capítulo 58

Perdoem os erros.

Tudo havia ocorrido bem! Pensou Rebecca ao sentar-se sobre o sofá. Seu semblante estava cansado, seu corpo pedia cama aos berros. Mais ela não podia! Max precisava dela, precisava da sua total atenção.

Se deixando levar Rebecca fechou os seus olhos por alguns segundos. Ela estava com sono, na verdade ela estava com bastante sono. Suspirando mais uma vez Rebecca se permitiu relaxar sobre o sofá borrachudo.

— Cansou da missão, minha amiga? — Rebecca abriu os seus olhos rapidamente. Lançando um olhar sonolento em direção a seu amigo, ela deixou escapar um pequeno sussurro.

— Talvez eu esteja fora de forma. — Assumiu a delegada. Red sorriu abertamente enquanto se encostava no sofá junto a ela.

— Eu também tenho que confessar. Estou morto! Todas essas emoções em apenas um dia não é o meu forte. — Rebecca acentiu. Ela encostou-se no ombro do Pecador e se permitiu fechar os olhos mais uma vez.

— Você não vai mesmo contar? — Perguntou ele quase em um sussurro. Rebecca permaneceu em silêncio enquanto sentia as asperas mãos do Pecador acariciar a sua com delicadeza.

Ela sabia que ele estava esperando a sua resposta, mais Rebecca não podia lhe revelar. Precisava manter esse segredo junto com ela a sete chaves.

— Eu não tenho nada há esconder Red! — Ele bufou. — Conta outra Rebecca, aquele vampiro te falou muito mais do que informações. Ele até pode ser nosso informante mais eu não confio nele. Ele é um vampiro Rebecca e vampiros são traiçoeiros. — Rebecca abriu os seus olhos rapidamente e encarou o seu amigo com convicção.

— Ele não é assim Red. Eu pude ver em seus olhos... ele é diferente!

— Ele não é diferente Rebecca! A sua inocência não permite que você veja com bons olhos as pessoas. Especialmente os sobrenaturais! Vampiros são traiçoeiros e estrategista, não se deixe ser seduzida por esse tipo de raça, minha amiga. — Rebecca suspirou mais uma vez.

— Está certo! Terei mais cuidado, não se preocupe. — Disse ela com as feições firmes. Red lhe lançou um sorriso caloroso mais uma vez.

— Ótimo! Agora vamos te alimentar pentelha. — Rebecca franziu o cenho. — Me alimetar?

O Pecador assentiu.

— Abraham se prontificou a te alimetar. Ele é o segundo mais poderoso, tenho certeza que o seu sangue será o suficiente para que você possa se manter alimentada e matar a sede do seu querido amado. — Disse ele em um tom bem humorado.

Rebecca franziu o cenho mais uma vez. Abraham se voluntariou para alimeta-la? Aquilo era muito estranho. Red espalhou os seus cabelos no intuito de chamar a sua atenção. Rebecca o encarou fixamente mais uma vez.

— Aonde estava? Em Marte?

Rebecca fez uma breve careta.

— Como você ainda tem humor? Eu estou péssima e você está tão...

— Feliz? — Sugeriu ele. Rebecca acentiu e ele sorriu mais uma vez. — É óbvio que eu estou feliz, afinal como não poderia  estar? Salvamos os nossos irmãos e não precisamos matar ou esconder cadáver de ninguém. Além do mais estamos há  salvos em casa.

Nisso Rebecca não teria como discordar. Todos estavam a salvo e felizes. Pelo menos por algum tempo eles teriam alguns momentos felizes.

— Você tem razão! Deveríamos estar festejando por estarmos a salvos e bem, e não com esse semblante de enterro e tristonho.

— Exatamente! Vamos festejar! Encher a cara e quem sabe... — Red sorriu com malícia. Rebecca fez uma careta enojada.

— Que nojo. — Ele arqueou uma das suas sobracelhas.

— Eu não havia terminado de falar.

— E nem precisa! A sua cara já responde tudo e um pouco mais. Vocês homens realmente não têm limites. — Ele lhe lançou um olhar bem humorado.

— É mesmo? E vocês mulheres são muito santas, não é mesmo?

— Nós, não somos santas. Você sabe disso, a diferença é que nós não somos umas desesperadas que não aguenta manter um pau dentro das calças depois de ver um rabo de saia. — Red cruzou os braços a cima do seu peitoral, enquanto encarava Rebecca de igual para igual.

— E o que você sabe sobre ter um pau senhorita? Aposto que se você tivesse esse instrumento aqui, não iria nós julgar por mantermos ele do lado de fora.

Antes que Rebecca pudesse lhe responder, Aquiles surgiu em seu campo de visão com o semblante sério.

— Como ele está? — Perguntou ela com o semblante aflito.

— O doutor estar cuidando dele. Não se preocupe, em breve ele estará bem. Só vim aqui para te avisar que Abraham está lhe esperando em seu quarto, por favor não demore muito ele está um pouco impaciente com tudo o que ocorreu hoje, todos nós estamos um pouco a flor da pele. — Rebecca acentiu em silêncio.

— Já estou indo! Obrigada Aquiles, você tem sido um ótimo amigo e lider.
  — Ele deu de ombros demonstrando indiferença.

— Não precisa agradecer! Não fiz mais que a minha obrigação. Afinal cabe a mim ajudar a minha raça quando for necessário. Agora vá! Abraham não gosta que o façam esperar.

Rebecca levantou-se do acento rapidamente. Lançando um olhar duvidoso em direção ao seu amigo, Red apenas acentiu com a cabeça no intuito de aprovar a sua decisão.

Suspirando profundamente Rebecca seguiu em direção ao corredor. Ela estava nervosa e faminta! Precisava de sangue o mais depressa possível e saber que estava prestes a se alimetar direto da fonte lhe dava um certo prazer ao se aproximar do seu quarto.

Ao se aproximar do seu quarto Rebecca abriu a porta de uma só vez, ao entrar no cómodo Rebecca teve o deslumbre de observar Abraham sentado sobre a ponta da sua cama com o semblante nada satisfeito. Suas mãos estavam sobre as suas pernas, seu corpo levemente inclinado, seus longos e castanhos cabelos dançavam sobre os seus largos ombros. E os seus olhos... Por Deus! Como eram iguais os de Max.

Um esverdeado limpo e depravado, Rebecca amava aqueles olhos. Eles combinavam perfeitamente com o estilo que os irmãos gémeos seguiam. Um estilo único e intimidador.

Seus olhos cravaram sobre os dela e por um momento Rebecca chegou a observar chamas faiscantes saírem deles. Ele estava irritado! Estava de péssimo humor e extremamente agressivo. Rebecca não precisava se aproximar para saber o quão pesado estava aquele quarto.

— Até que enfim você chegou! Vamos! Ande logo, eu não tenho o dia inteiro.