Capítulo 53

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Perdoem os erros.

Três horas antes.

— Você acha mesmo que Halel foi muito longe? Essa mata parece silenciosa demais para um Pecador estar aqui?! — Perguntou Max enquanto mirava a sua arma de caça junto a sua lanterna no meio da mata mais uma vez.

— Halel é o pecado orgulho. Mais além disso ele é um homem estratégico e argiloso. Tenho quase certeza de que ele veio pra cá. É um lugar muito sombrio e quieto. — Disse ele arrastando a sua voz enquanto caminhava.

Max bufou.

— Fala sério! E tudo isso por culpa de uma maldita tatuagem dá pra acreditar?

— Tatuagem ou o ataque repentino da sua mulher? Sinto muito te informar meu irmão, mais a sua mulher precisa ser domada. Ela é extremamente louca quando quer. — Max revirou os olhos. 

Max não precisava de um discurso para saber o que Rebecca era. Mais o que ele poderia fazer? Teria que carrega-la sobre os ombros pelo o resto da sua eternidade. Rebecca era uma pecadora aprendiz, precisava de tempo para se acostumar com tudo aquilo, precisava de um tempo para ela. E Max estava disposto a lhe dar aquilo, ele iria se afastar o mais distante que ele pudesse.

Mesmo que para isso ele tenha que morrer por dentro.

Ela precisava amadurecer, precisa se tornar aquilo que ela foi destinada. Uma pecadora.

— Rebecca tem seus defeitos. Mais eu tenho certeza que com um tempo necessário, ela irá superar e logo vai se tornar a mulher que nós amámos. A doce e dócil delegada Rebecca.

— Ou a bêbada delegada Rebecca. — Disse Aquiles sarcástico.

Max franziu o cenho.

— Porquê tenho a leve impressão de que Álvaro não me contou tudo sobre aquela noite? — Disse ele em um tom bem humorado.

Ambos caminharam mais um pouco em direção a mata, a iluminação estava péssima. Apenas as lanternas não estavam sendo o suficiente.

— Talvez seja porquê, realmente ele não lhe contou nada. — Max bufou.

— Bando de traíras. — Resmugou ele.

Max abaixou-se diante de uma galho. Eles caminharam mais um pouco, Aquiles farejava o lugar com perfeição, ele mais parecia um cão bem adestrado do que um homem.

— Se eu fosse você não iria por este caminho, Álvaro foi muito bondoso em não lhe proporcionar detalhes. Se eu estivesse no seu lugar não iria querer saber.

Max gemeu insatisfeito.

— Foi tão ruim assim? — Perguntou. Ele clareou mais um ponto escuro na mata e mais uma vez... Nada.

Aquilo já estava o deixando frustrado.

— Digamos que para o meu critério não! Rebecca se comportou até dignamente para o seu estado bêbado, tirando é claro o momento em que ela o confundiu. Aquilo foi um pouco constrangedor, mais fora isso ela foi muito bem elegante no seu termo bêbado.

— Devo me sentir aliviado ao ouvir isso? E afinal, o que há com você? Primeiro a detesta e depois diz que ela foi uma mulher elegante quando estava bêbada? O que diabos há com você, está sofrendo o distúrbio da... — Aquiles o impurrou fortemente, suas largas costas bateram contra a madeira. Uma imensa árvore cobriu o seu corpo perfeitamente, enquanto Aquiles observava a espreita um possível inimigo. — Bipolaridade? — Sussurou ele, completando a sua frase.

— Shii.. — Ordenou Aquiles. Seus olhos avaliavam todo o cenário com atenção. Um animal surgiu em seu campo de visão, ele parecia ferido ao chão, aquilo de alguma forma fez o corpo de Aquiles relaxar.

Seus extensos olhos azuis o encaravam com atenção.

— Respondendo a sua pergunta! Não, eu não tenho o distúrbio da bipolaridade. E quanto a Rebecca, eu realmente a odiava. Mais depois daquela sua noite de bebedeira eu pude perceber que Rebecca não era quem eu odiava e sim o que ela era. Saber que as companheiras estão de volta depois de tantos séculos, aquilo me matou por dentro e infelizmente Rebecca foi um alvo fácil no qual eu não pude resistir. Descontei toda a minha raiva e frustração nela e peço desculpas pelas minhas palavras naquele dia. — Max acenou ainda em silêncio. — O fato é que ainda não superei Cecília, a morte dela me causou um dor que me devastou e agora saber que irá surgir uma outra mulher... Uma mulher que sou destinado a amar pela eternidade, uma mulher que irá ocupar o lugar de Cecília. Da minha Cecília. — Aquiles soltou um suspiro frustrado.

— Isso eu não posso suportar Max... Eu não... — Um grunhido feroz e selvagem fez ambos dos irmãos Pecadores gelarem.

O silêncio se rompeu na mata e Aquiles mirou sua lanterna em direção a mata, mais uma vez. Com Max lhe dando cobertura Aquiles correu em direção ao animal selvagem e ferido, e se surpreendeu ao notar que Halel era o animal jogado sobre o chão.

A sua lanterna mirou sobre o rosto do seu irmão, ele estava irreconhecível. Seus olhos possuia um tom preto, seus caninos estavam expostos e as suas veias quase saltavam dos seus braços. A suas unhas se tranformaram em enormes e salientes garras, enquanto a tatuagem que ele carregava sobre as costas brilhava feito um raio de Sol através da sua camiseta.

— Mais que merda. — grunhiu Max.

— Max observe ao redor... Precisamos tirar ele daqui. — Disse Aquiles enquanto se aproximava de Halel que rungia feito um leão ferido.

Max bufou enquanto mirava a sua arma em todas as direções da mata. Tudo continuava silencioso e sombrio, nada estava fora do lugar, nem um movimento, nem um som de galho, nada.

— Está óbvio que isso se trata de uma emboscada meu irmão. Esses malditos estão em algum lugar desta mata, se sairmos dessa mata carregando ele sobre os ombros, seremos pegamos com facilidade. — Sussurrou Max ainda observado a mata com atenção.

Aquiles suspirou.

— Então o que você sugere? — Max mirou os seus olhos em direção a Aquiles com convicção. Ele precisava ser o líder, precisava liderar aquela situação.

— Teletransporte-se junto a ele. Ficarei aqui e tentarei despista-los, caso eu seja capturado, peço que...

— Capturado? Não precisa disso Max você pode muito bem...

— Eu estou fraco Aquiles! Um lado ruim de possuir uma companheira é que nós somos leais a elas. A minha maldita consciência não permitiu que eu me alimetementasse de outra mulher a não ser de Rebecca. — Aquiles o encarou perplexo.

— Então, teletransportarei os dois. — Disse ele firme. Max segurou o ombro do seu irmão em um toque de companheirismo. Ele sabia que Aquiles estava disposto a dar sua vida por ele. Aquiles sempre foi e sempre seria leal a ele em qualquer tipo de situação. E ele se sentia grato por isso.

— Não meu irmão! Você não é forte o suficiente. Se Álvaro estivesse aqui talvez ele conseguisse, mais você... Não meu irmão, salve a quem precisa eu me viro por aqui. —Aquiles lhe lançou um olhar duvidoso.

— Max não...

— Apenas vá! Isso é uma ordem. Avise aos outros e faça feitiços de proteção na casa. Ninguém entra e ninguém sair daquela casa, mantenha Rebecca segura. Ela ainda não completou a sua transformação e tenho certeza que longe de mim será doloroso demais para que ela possa suportar. Se ela precisar de sangue...

— Tenho certeza que Abraham estará  dispoto em doar para ela. Ele não tem esse coração de pedra quanto você pensa. Ele gosta da garota, sei que não irá deixa-lá em agonia — Max acentiu em silêncio.

— Tudo bem! Agora vá e por favor se eu não voltar, diga a Rebecca que eu á amo e que ela foi e sempre será suficiente para mim.

Aquiles lhe lançou um sorriso fraco

— Não se preocupe quanto a isso. Tenho certeza que poderá dizer isso a ela pessoalmente. — E foi então que ele partiu. Aquiles se teletransportou feito fumaça, junto a seu irmão ferido.

Max suspirou pesadamente, enquanto voltava a observar severamente a mata junto aos seus inimigos.

— Vamos logo seus bastardados de merda apareçam. O Pecador está disposto a brincar..

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora