Capítulo 11

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Perdoem os erros.

Já era a vigésima quinta vez que Max observava sua Companion respirar tranquilamente e pausadamente em seu leito. Era fascinante observa-la tão quieta e silenciosa, desda noite naquela boate Max nunca teve a oportunidade de observa-la com uma devida atenção. Agora sabia que os seus olhos eram de um tom azul cristalino, e quando ela ficava zangada os pequenos traços dos seus olhos se contraiam e estreitavam-se transformando o seu azul cristalino em pequenas esmeraldas escuras. Max suspirou cansado. Ele sabia que o efeito do pequeno feitiço que o seu irmão lançou sobre ela estava prestes a terminar.

Já havia se passado duas noites em seguida que ele a observava dormir serenamente, o que significa que havia se passado duas noites onde ela não havia comido, nem muito menos acordado para a sua nova realidade. Nova realidade... O que ele estava pensando? Era obvio que ela iria fugir na primeira oportunidade que tivesse. Ninguém em sã consciência iria escolher o tipo de vida que ele e seus irmãos vivem. O que eles tinham era apenas um ao outro, e nada mais. Bens matérias, casas, empregos... Tudo era passageiro para eles, nada era permanente e ele sabia perfeitamente que aquela mulher que estava sob os seus braços não iria ser diferente, ela seria passageira, seria apenas um pequeno presente que o destino ou o criador havia lhe dado temporariamente. E saber que um dia seria separado dela para sempre, o deixava doente.

Max examinou suas feições novamente. Era tão delicada como um anjo caído, seus cabelos escuros e compridos caim feito cascata em seus largos ombros, seus lábios entre abertos eram como um passe livre para a loucura, e os seus olhos... Por Deus seus olhos eram os mais belos e distintos que Max já havia visto na terra. Talvez fosse o seu instinto em uni-se a ela que o fazia parecer um fanático apaixonado, ou fosse apenas o seu olhar como Companion que o deixava ver com mais clareza o quão bela era aquela mulher. Mesmo mantendo as suas pálpebras fechadas como uma lacuna Max podia ver com perfeição o seu formoso rosto murchando-se rapidamente. A sua pele que antes era de um bronzeado saudável agora não passava de uma casca maltratada e pálida, o seu corpo estava adaptando-se a desidratação e aquilo estava o matando.

Ele precisava liberta-la para que pudesse sobreviver. Provavelmente haveria uma chuva de policias atrás dela, provavelmente eles estariam monitorando tudo, rodoviárias, aeroportos, câmeras de seguranças, tudo... Max suspirou drasticamente.

— Acorde querida — Sussurrou Max próximo ao seu ouvido.

Os olhos da delegada Rebecca foram abrindo-se suavemente. Ela não sabia onde estava, e nem com quem. Apenas sabia que o lugar onde se encontrava era escuro e quente... Muito quente.

Os olhos da delegada foram focando-se cada vez mais no lugar onde se encontrava. Ela podia sentir uma presença. Uma presença boa e acolhedora, seus braços mexeram-se sob o seu comando pousado em algo duro e solido. A delegada franziu o cenho. Porque o objeto que ela tocava respirava?

A delegada levantou a sua ligeira e delicada cabeça, e avistou uma massa de cabelos negros repousando ao seu lado da cama. Seus ligeiros olhos percorreram o dono da cabeleira negra, e assustou-se ao notar o quão próximo o seu resto estava do dele.

Seus esverdeados olhos prenderam sob os seus, nenhum dos dois ousaram desviar um só segundo. A lufada de ar que ambos estavam proporcionados fazia com que o quarto sombrio e frio, se tornasse uma pequena jaula sob o inferno. A intensidade que ambos estavam era arrebatadora. As sobrancelhas da delega se fundiram em forma de desafio, seus ilesos olhos azuis se tonaram ainda mais amplos, e a sua visão foi tornando-se cada vez mais nítida enquanto a delega encarava com atenção o belo rosto do homem desconhecido.

Rebecca sentia como se a sua garganta fosse um poço seco e abandonado, que nunca havia visto um pingo de água antes. Ela se sentia como uma pessoa imponente, se sentia muda, como se as suas cordas vocais não existissem mais. Rebecca tentou vasculhar o seu cérebro em algum acontecimento, algo que a fizesse lembra-se de algo... Mais o que ela apenas podia lembra-se era de um imenso buraco negro a cosumindo por inteira, parecia que ela estava vivendo um sonho ou até mesmo uma ilusão, parecia que ainda estava dormido sob o seu leito. O seu leito? Onde era mesmo a sua casa? A delegada franziu o cenho novamente. Sua mente estava em branco, como se algo ou alguém passasse uma borracha sob o seu cérebro, ela não se recordava do que ela era, nem muito menos onde estava... Só se lembrava da escuridão... Apenas dela.

Seus olhos transmitiam confusão e desespero. Levantando-se em um sobressalto, Rebecca cobriu-se sob o lençol negro que estava exposto na enorme cama luxuosa. Ela encarava aquele formoso homem com o semblante curioso e franzido. O homem que estava ao seu lado era silencioso e astuto, com os seus olhos sensuais e a massa de músculos que carregava sobre o seu corpo, aquele homem tinha o ar de um Rei ou até mesmo de um Deus. Ele era sexy, atraente e charmoso. Rebecca sentia que aquele homem a queria ao extremo, sentia-se sendo arrebatada por ele mesmo sem ao menos toca-la. E aquilo era estranho... Muito estranho.

Em meio a sua batalha emocional Rebecca conseguiu achar a sua terrível voz em algum lugar da sua garganta. Parecia até que de algum modo ela não havia se recordado nem se quer como era  falar. E quando a sua voz saio perante os seus lábios foram como uma tormenta junto ao seu alivio.

— Quem é você? —  A sua voz estava rouca e esguichada. Parecia mais um mudo tentando comunica-se to que uma pergunta. Mais os ágeis ouvidos do homem misterioso ouviram perfeitamente a sua pergunta, Rebecca agradeceu mentalmente por isto, ela não queria passar por este constrangimento novamente. As suas grossas sobrancelhas do homem misterioso arquiaram-se e os seus selvagens olhos esverdeados estreitaram-se em sua direção.

— Como assim quem sou eu? Não recorda-se de mim? —  A sua voz era como um cântico de um levita. Calma, ligeira e sexy o corpo da Delega arrepiou-se ao extremo. Ela não sabia o quão letal aquele homem poderia ser perante ela. Rebecca se sentia presa sobre ele, sentia-se excitada e extremamente cofusa. Ela se sentia deslocada, como se algo não se encaixasse, parecia que algo estava faltando. Algo realmente importante.

Enquanto Rebecca encarava os seus incríveis olhos, Max lhe proporcionava um olhar quente e cheio de Luxuria. Ele sabia que se ela estivesse o enganando, ela não iria sentir-se atraída por ele, assim como ela fez na boate. Talvez fosse um truque para fugir ou talvez ela realmente esteja falando a verdade, mais como? Ela apenas permaneceu dois dias dormindo, isso nunca iria lhe causar uma amnésia instantânea.

Com o semblante confuso e olhar sedento, Max sentiu que o quarto estava sendo tomado por uma luxúria e uma paixão avassaladora. Uma paixão no qual nunca experimentou, era quente e sensual e tudo aquilo gerava em torno dela... E só dela. Não demorou muito para o seu corpo esquentar-se e sua enorme ereção apresenta-se sobre os lençóis negros.

Ele a queria. E há teria de qualquer forma, e se fosse para mentir só para tirar lucro da situação que seja... Ele estava disposto a arcar com as consequências, mais que pelo menos as consequências fossem sobre ela. Max lhe lançou um sorriso quente e misterioso, seus sedentos olhos verdes miraram sob o azul cristalino com fome e voracidade. E quando ele achava que tudo estava perdido o destino vem e lhe entrega mais um presente em suas mãos... O destino havia lhe dado o melhor e o maior presente. A inocência dela.

O destino havia lhe dado Rebecca e não mais a Delegada Rebecca.

Max olhou fixamente a sua nova mulher... A sua tentação. Ele estava disposto a começar uma nova vida com aquela nova mulher, estava disposto a entregar o seu coração para ela... E tudo iria iniciar naquela noite. Naquela noite ele ira toma-la para si e nunca mais iria deixa-la ir. Tinha dado uma ótima opção ao destino, mais em vez disso o destino havia lhe dado mais uma chance de viver com ela.

Com o olhar determinado e as feições sombrias, Max respondeu a pergunta da sua amada... Respondeu como deveria ter respondido a duas noites atrás.

Sou o seu amante querida.

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora