Capítulo 22

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Perdoem os erros.

Max atravessou a fenda, e quando os seus pés finalmente pousaram sobre a terra celestial, ele pode contemplar o quão bonito era aquela lugar. As árvores estavam perfeitamente como ele se recordava, o gramado limpo e cheiroso, o céu aberto estava em cores mais belíssimas que alguém já havia visto. Um pequeno balanço ainda estava ali pousado como um objeto decorativo, o lago cristalino pousado ao lado do banco estava como um próprio reflexo belo e lindo. Por mais que ele odiasse o dono daquele mundo, ele não seria hipócrita em dizer que o Criador era um ótimo artista.

— Admirando as paisagens filho? — A sua voz resplendora ecoou através do vento, Max não precisava se virar para saber de quem se tratava.

—Já disse para não me chamar de filho! — Repreendeu Max.

Ao virar-se observou ao longe, um homem com vestes mais limpas do que a pura lã, seu rosto transbordava de luz, ele era puro e astuto. Max sabia que poderia estar pisando em ovos ao conversar com o seu Criador, mais as suas dúvidas eram bem maiores do que a prevenção.

— Sei que estás aqui por algo, você nunca usou a fenda desda aquela triste batalha.

Max bufou sarcasticamente.

— Triste batalha ou emboscada? Por sua culpa a nossa espécie foi devastada. — o Criador se locomóvel até o pequeno balanço, seus pés eram brilhantes como o céu, enquanto se movia a sua túnica branca se balançava com graça e suavidade.

Max se perguntou onde mais em seu corpo, aquele brilho resplendor possuía. Sentando-se no pequeno balanço o Criador o observou com mais atenção, com os seus olhos dourados feito fogo e a visão mais aberta feito uma águia, ele parecia pensativo e inquieto, parecia estar preste a colocar uma bomba em seu próprio corpo.

— Acredite filho, eu não tive culpa. Vocês eram os Sete guerreiros, possuem a marca nos qual eu escolhi, eu não seria egoísta o suficiente para tirar de vocês algo tão precioso. — Disse com as feições duras.

— Você sabe o quanto Aquiles sofreu e ainda sofre com aquela maldita perda? Eu pensei que com o tempo ele poderia curar a dor que ele sentia, mais agora...

— Eu sei o quanto meu filho sofre Maxwell, não preciso de você para lembrar-me. Ainda assim repito, não tive culpa alguma sobre o atentado.

Max bufou ferozmente.

—Você é o Criador! Como pode não fazer nada? Você nós criou, criou a droga desse mundo em que vivemos. — Murmurou Max com rispidez, enquanto se aproximava do seu Criador ainda mancando.

—Está ferido filho? — Perguntou o Criador com as feições preocupadas.

— Estou bem, apenas mais uma batalha desnecessária dos seus filhos mestiços. — Murmurou Max com desagrado.

O Criador parecia triste, suas feições não estavam tão serenas como antes. Ele parecia solitário e angustiado, Max sabia que já se fazia décadas que nenhum dos seus irmãos havia usado a fenda para conversar ou até mesmo admirar o Criador. Na era de Nanatsu os Cavaleiros Sagrados eram os mais temidos e invisíveis, ninguém nunca havia ousado interferir ou até mesmo desafia-los... Mais um dia tudo mudou, tudo se transformou em ruínas e chamas, tudo estava morto ao redor dos seus irmãos.

— Acho que Aquiles nunca vai me perdoar... — Disse o Criador quase em um sussurro.

Max franziu o cenho. Ele estava sofrendo?

—Talvez um dia... Você sabe, quando nós perdemos alguém que amámos, temos que culpar alguém e o mais próximo que temos de um Deus é você. — O Criador lhe lançou um sorriso franco, enquanto o convidada silenciosamente para se juntar a ele.

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora