Capítulo 17

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Perdoem os erros.

Red nunca pensou que um dia, se sentiria tão confortável deitado sobre o colo de uma mulher. Ela era divina, na verdade os seus carrinhos eram  divinos. Suas pequenas e delicadas mãos passeavam sobre o seus devassos fios loiros como se fossem uma calma e sigilosa maré. Seus olhos estavam fixo na enorme TV enquanto o seu corpo estava debruçado sobre o enorme sofá negro.

Seus olhos não desviaram nem um segundo se quer, suas mãos trabalhavam calmamente sobre o seu couro cabeludo enquanto Red tentava se concentrar em qualquer coisa que não fosse em suas mãos trabalhando em seu cabelo. Os seus marcantes olhos prateados estava ficando cada vez mais pesados, o seu másculo corpo estava relaxado e as suas mãos pousadas ao redor do roupão negro de Rebecca.

Era incrível como Rebecca fazia qualquer um se sentir confortável ao lado dela, ela não tinha rótulos, não tinha caprichos e o melhor não tinha preconceito. Red podia ver em seus olhos o respeito que ela tinha com o próximo, ela era calma, era paciente  e era amorosa. Ela era o cálice perfeito para o seu irmão Max.

Com as mãos centrada em seu roupão, Red brincava com o cordão negro pousado em sua cintura. Ele estava tentando não dormir, precisava ficar acordado caso algo ou alguém tentando invadir a casa. Red sabia que as possetagem disso acontecer eram mínimas, mais ele não queria correr o risco. Precisava proge-la a qualquer custo.

Suspirando drasticamente, Red se remecheu sobre o colo de Rebecca, chamando a sua atenção.

— Há algo errado Red? — Perguntou com as feições franzidas.

Red negou em silêncio.

Suas mãos voltaram a acariciar o seu cordão, ele não queria conversar, não quando as suas mãos havia parado com o delicioso cafuné.

Rebecca o avaliou mais um pouco, seus olhos azuis passearam por todo o seu resto. Ela parecia querer desvenda-lo de alguma forma, parecia querer ler a sua alma suja e depravada ... Ela parecia querer lhe passar conforto. Seus sombrios olhos prateados se voltaram para a TV no intuito de não observar mais aqueles imensos olhos azuis. Ele não queria conversar, não queria falar mais nada... Ele só queria o seu carinho, apenas isso.

Rebecca entendeu o seu recado perfeitamente. Suspirando, ela voltou a trabalhar em seus fios loiros com delicadeza, seus olhos voltaram para a TV novamente enquanto apenas o som da TV preenchia o silêncio da enorme sala. Mais não demorou muito, para que ela voltasse falar novamente.

— Sabe, acho que aos poucos estou consegundo lembrar do meu passado.— Murmurou em um tom indiferente. 

Os olhos de Red a observou com atenção novamente. Seus músculos ficaram rígidos sobre o couro, enquanto os seus olhos tentavam avaliar o quão longe a suas lembranças voltaram.

  — Do que você lembrou? — Perguntou. Sua voz saiu como um veludo, calmo e reconfortante. Red tinha esse excelente dom, e ele o usava com frequência. Ninguém nunca realmente sabia o que passava por sua cabeça, Max sempre tentou desvenda-lo mais a calmaria que Red transmitia nunca permitia que ele demonstrasse o que realmente sentia.

Rebecca deu apenas de ombros.

— Nada demais. Apenas alguns flashbacks da minha infância, descobrir coisas novas... Coisas que eu  não conseguia recordar. — Seus olhos ainda estavam vidrados na TV. Red sabia que ela não estava prestando atenção de fato, mais ele não iria precionar-la. Ele respeitava o seu espaço assim como ela fazia com o seu.

De alguma forma Rebecca havia  erguido uma nova muralha ao seu redor, estava se fechado. Mesmo sem encara-la Red podia ver que a inocência que ela transmitia em seu olhar não era mais a mesma. A dor estava ocupado aquele brilho... A dor de algo muito ruim, Red podia sentir.

Vendo que a sua mais nova amiga, estava se tornando dura e fria novamente. Red decidiu intervir no assunto novamente. Ele precisava descobrir algo, nem que seja uma pista nova.

— Quer conversar sobre isso? — Perguntou pausadamente.

Rebecca negou em silêncio. Assim como ele havia feito. Seus olhos estavam pousados sobre a TV, com a postura reta e olhar cauteloso, Rebecca movia os seus dedos pausadamente, demonstrando o qual nervoso ela aparentava estar.

— Quando eu era criança tocava Violino ... — Murmurou quase para si própria, do que para ele.

Red levantou do seu colo e a encarou fixamente. Suas sobrancelhas estavam franzidas.

Red nunca poderia imaginar aquela Delegada Rebecca , a mulher quem ele conheceu na boate, vestida em um delicado vestido cor de rosa com um violino em mãos, o tocando com suavidade. Por alguns segundos Seb poderia ver a doçura da sua sinfonia, o modo inocente como ela dedilhava sobre o estrumento. Ela deveria ser perfeita.

— Você deveria ser a melhor... — Deduziu.

Rebecca lhe lançou um olhar curioso.

— Como sabe? — Perguntou.

Red apenas deu de ombros.

— Apenas sei ... Você é simplesmente competente em tudo o que faz.

— E o que eu faço? — Red estreitou os seus olhos.

— Não mude de assunto espertinha. Sei o que está tentando fazer. — Disse Red com convicção, enquanto cruzava os seus longos braços a cima do seu peitoral.

— Não estou fazendo nada. — Defendeu-se.

— Exatamente! Você está fugindo do assunto como uma covarde. Está fugindo dos seus fantasmas.

— Olha quem fala ... Você acabou de fugir dos seus fantasmas e mesmo assim não havia lhe precionado.

— Comigo é diferente Rebecca. — Rebecca lhe lançou um olhar sarcástico, enquanto arqueiava uma das suas pesadas sobrancelhas.

— Diferente como Senhor Red?

— Simples minha querida ... Eu não estou afim de falar da minha droga de vida, já você... Bom você abordou o assunto. Na lógica humana quando uma pessoa aborda um assunto é porquê quer conversar sobre ele.

— Talvez as pessoas só queiram desabafar, extravasar ou até mesmo...

— Ouvir conselhos? — Sugeriu. Rebecca lhe lançou um olhar atento, era exatamente isso que ela iria dizer.

— Sim, talvez ouvir um bom conselho. — Disse pensativa enquanto se ajeitava em seu acento.

Red se levantou e sentou-se assim como ela, fazendo-a deitar em seu colo. Invertendo a posição, de como ambos estavam. Suas mãos acariciaram os aveludados cabelos negros, enquanto esperava pacientemente o seu desabafo.

— Sou todo a ouvidos querida.

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora