Capítulo 42

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Perdoem os erros.

Talvez Rebecca devesse instruir Max em como usar um bilhete de metro, ou talvez devesse dizer a ele que nunca devemos acenar para um automóvel que possivelmente corre mais que um carro potente. O fato era que Rebecca estava se divertindo demais vendo o homem tão indestrutível e mal humorada se irritar com um simples meio de transporte coletivo.

— Se continuar a travar a mandíbula desta forma, irá acabar deslocando ela. — Rebecca lançou um olhar cheio de sarcasmo em direção ao homem irritado. De fato ele ainda não era um homem no qual ela confiava cegamente. Mais ainda assim ela teve confiança o suficiente para dividir a sua cama com ele. Dividir uma cama duas vezes deve lembrar-se.

Max lançou um olhar interrogativo enquanto se mexia em um modo inquieto em seu acento. Pessoas passavam apressadamente de uma lado para o outro. Max podia contar nos dedos quantas vezes os humanos faziam gestos e manias enquanto esperavam o transporte.

Alguns batiam o pé sobre o chão em um ritmo quase irritante, outros roíam as unhas no intuito de aplacar a sua ansiedade, alguns mexiam em seus celular para observar apenas o visor. Coisas no qual Max horas atrás poderia achava-las toscas, mais que agora, podendo observar com a sua total atenção achava até ridiculamente aceitável.

— Estou tentado ser paciente! — Murmurou quase em um rosnado. Seus olhos estavam centrados nos trilhos do metro. Ele não havia desviado nem um segundo sequer, estava inquieto e fascinado como os humanos poderiam ter criado aquela coisa esquisita.

— Quebrar um bilhete com as mãos não vai ajudar muito.— Max desviou o olhar rapidamente, eles foram em direção a suas mãos e de fato ele estava praticamente amassando o bilhete como se fosse um simples papel. Ele franziu o cenho.

— Acho que estou perdendo o controle em relação aos meus poderes. — Disse Max quase em um sussurro como se apenas ele pudesse ouvir a sua alta avaliação. Uma lastima que os ouvidos de Rebecca eram tão ágeis quanto as de uma águia.

Rebecca o avaliou com atenção.

— E o que acontece quando você perde o controle? — Max lhe lançou um olhar questionador. Nem ele mesmo sabia o que ocorria quando um Pecador perdia o seu controle. Talvez ele ficasse louco... Ou talvez indomável.

Um arrepio gélido atravessou a espinha de Max. Indomável não era uma palavra boa em se dizer. Ainda mais quando aquilo se referia a ele mesmo.

O silêncio cortante de Max fez com que Rebecca lhe cutucasse em seu braço. Imediatamente Max lançou um olhar confuso em sua direção.

— O que houve? — Murmurou.

— Como assim o que houve? Eu lhe fiz uma pergunta, o certo seria você me responder não?

— Não. — Rebecca arregalou os seus olhos. Max sacudiu a sua cabeça feito um cão confuso. — Quero dizer sim, claro eu deveria lhe responder mais...

— Mas?

— Eu não sei a resposta... Talvez o Criador possa nos responder a essa pergunta.

— Desculpe, cria quem? — Max suspirou.

— Criador.  É como nós o chamamos e como você deve chama-lo daqui por diante. — Rebecca se remexeu em seu banco com impaciente. Ficar no escuro nunca foi um situação confortável para Rebecca, metaforicamente e literalmente, Rebecca odiava o escuro. E saber que  agora ela faz de um mundo no qual ela nem se quer sabe como chama-lo chegava a ser assustador e pavoroso.

— Ele é como um Deus ou algo do tipo? Quero dizer ele só pode ser um Deus não é? E que tal você me dá isto aqui?  — Rebecca tomou o bilhete completamente amassado de suas mãos com uma certa impaciência. E ao avaliar o bilhete agora eu suas mãos Rebecca fez uma breve careta, ela estava em dúvida se aquele cartão ainda poderia funcionar algum dia.

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora