Capítulo 56

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Perdoem os erros.

Não é que ele compriu mesmo o que ele havia dito. Pensou Rebecca ao notar um imenso corpo sobre o chão de concreto. Não que ela duvidasse da palavra do vampiro, mais de algum modo o seu extinto defensivo não permitia que ela acreditasse no vampiro completamente.

Se aproximando o mais depressa possível, Rebecca se adiantou e ajoelhou-se diante de Max. Seu corpo estava jogado de qualquer forma, ele parecia desconfortável naquela situação seus braços estavam sobre as suas costas e as suas pernas espalhadas sob o chão frio. Rebecca pôde suspirar aliviada ao notar que além dos horríveis hematomas sobre o seu rosto e corpo Max ainda respirava profundamente.

Logo os irmãos se aproximaram junto a Rebecca. Todos estavam silenciosos, desdo último acontecimento com o vampiro nenhum dos irmãos ousaram abrir a boca para questiona-la ou até mesmo coloca-la contra a parede. Rebecca sabia que todos estavam em seu limite, incluindo ela mesma.

Aquiles foi o primeiro a se abaixar e avaliar o seu irmão com atenção. Em seus olhos se transbordava pura raiva e desgosto.

— Diabos! O que fizeram com você meu irmão? — Murmurou o Pecador Aquiles. Rebecca deixou escapar um pequeno suspiro.

— Você acha que com o meu sangue esses hematomas no rosto dele irá sumir, assim como os do vampiro com os seus ferimentos? — Perguntou ela ao acariciar o rosto do homem desacordado suavemente.

Aquiles o avaliou com atenção. Fazendo uma breve careta, ele negou.

— Temo que não! Os vampiros tem seus próprios métodos para ferir alguém seriamente e temo que esses estrumentos perfurantes não tenham sido criadas por humanos. — Rebecca franziu o cenho.

Retirando uma massa de cabelo do rosto do Pecador, Rebecca fez o possível para não tocar-lhe no rosto mais.

— De que instrumento torturante estamos falando basicamente? — Aquiles lhe lançou um sorriso amargo.

— Objetos celestiais incrivelmente raros. Chifres de cordeiro sagrado, a espada de Miguel, lâminas de anjo, gargantilha consagrada por Querubins. Enfim as categorias são muitas, o fato é que nós somos seres das trevas nada que seja celestial ou da luz podemos tocar ou ingerir.

— Mais eu sou um ser da luz! Como posso toca-lo? — Aquiles deu de ombros.

— Você é uma exceção! Ou melhor dizendo vocês são uma exceção, já que são sete. Vocês são os nossos cálices, são os nossos pontos de equilíbrio por isso não pode nós machucar.

Rebecca voltou a encarar Max mais uma vez e antes que pudesse dizer algo, o restante dos irmãos já estavam formando um circulo humano ao redor do Pecador.

— Ele irá precisar de bastante sangue.
— Murmurou Seb ao encarar o seu irmão fixamente.

— Com toda a certeza! — Concordou Álvaro. — Mais não podemos esquecer que Rebecca também irá precisar e de preferência direto da fonte. Logo, logo a sua tatuagem estará completamente colorida e quando isso acontecer...

— Não iremos colocar o carro na frente dos bois certo?! — Cortou o Pecador. — Primeiro precisámos tirar esse grandão daqui sem que ninguém o veja e depois pensamos no que iremos fazer.

Todos os irmãos concordaram ainda em silêncio. Rebecca sabia o que eles temiam, mais nenhum deles ousaram dizer isso na frente dela. E Rebecca preferiu assim, afinal saber que a sua morte se aproximava a cada dia, não era uma coisa muito emotiva.

— Certo! Chega desse papo melancólico. Vamos direto ao ponto, como iremos tirar ele daqui? Está óbvio que precisamos da camihonete o mais depressa possível. Não irá demorar muito para olhares curiosos surgirem por aqui e acredite os boatos não serão bons. — Abraham suspirou pesadamente. Ele se levantou e saiu sem se quer dizer uma palavra. Os olhares dos irmãos, junto com o de Rebecca cravaram sobre as costas do Pecador que sumia cada vez mais do campo de visão de todos.

— Para onde ele vai? — Questionou Rebecca. Os irmãos se levantaram assim como Abraham havia feito.

— Ele está buscando a camihonete. E nós iremos cobrir o corpo dele para que ninguém o veja.

Rebecca fez uma breve careta.

— Porquê vocês não usam o teletransporte? Seria mais fácil e...

— Mais perigoso! Se usarmos o nosso poder agora, estaremos fraco e lentos demais para lutar contra uma ninhada de vampiros. Com certeza aqueles cretinos estão tramando algo grande. Entregar o seu maior inimigo de mão beijada não é algo que os vampiros fazem com frequência.

Rebecca engoliu a seco.

A sua consciência chegava a pesar. Ela sabia o que os vampiros estavam tramando, e com toda a certeza nada daquilo girava em torno dos pecadores e sim dela. Ela era quem eles queriam, e se fosse preciso ela dar a sua vida para salvar aqueles que ela tanto machucou, ela iria fazer.

— Você está certo! Devemos nós prevenir. — Levantando-se do chão Rebecca pousou a cebeça de Max sobre o chão o mais confortável possível, se é que aquilo era possível. — O que iremos fazer agora? — Questionou a Pecadora.

O Pecador lhe lançou um sorriso malicioso.

— Iremos nós camuflar.

CORROMPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora