Perdoem os erros.
Já fazia muitos dias em que Max atravessava a fenda. Fazia cinco dias. Cinco malditos dias em que ele atravessava a fenda incansavelmente. Max estava convicto de que dessa vez sairia com todas as suas dúvidas esclarecidas e ele não iria aceitar um não como resposta.
— Devo admitir que você é um rapaz persistente, meu jovem. — Disse o Criador ao surgir em seu campo de visão novamente.
Ele estava belo, com suas vestes brancas em um tom do mais puro linho, ele possuía um cinturão prateado sobre a sua cintura. Seus ombros sempre erguidos em uma forma superior, dono dos mais fascinante olhos de águia, ele lançava a Max um olhar firme e afiado.
— O senhor sabe o que eu quero! E deve saber também que não irei sair daqui sem elas. — Disse em um tom firme.
O Criador voltou a sentar-se na cadeira de balanço. Aquilo já estava se tornando uma rotina para ele, sempre que tinham que conversar sobre algum assunto, eles sempre o abordavam sentados em uma cadeira de balanço.
— O que quer de mim filho? — Perguntou o Criador com a voz aflita. Ele sabia que o Criador temia por suas perguntas, mais agora nada ele podia fazer! Precisava de respostas e ele com certeza as teria.
— Preciso de respostas. E de preferência rápidas e diretas. — Disse o Pecador enquanto se aproximava do balanço e sentava-se ao lado do seu ... Pai!
— E qual seria essas suas perguntas?
— Bom! Pra começar porquê Red está doente e porquê permite que Rebecca se torne uma Pecadora como nós? Realmente é necessário todo o processo de um Pecador? Sabe o quanto isso deve ser estranho e doloroso para ela? — Questionou Max com as feições firmes.
O Criador deixou escapar um longo suspiro. Ele observava a suas criações com o semblante cansado.
— Não deveríamos conversar sobre assuntos do futuro! Isso pode mudar todo o percurso da história. — Disse por fim depois de uma longa pausa.
Max franziu o cenho.
— Como isso pode mudar o percurso da história? Não é você que as escreve? — O Criador lançou os seus olhos celestiais em direção ao seu filho. Neles Max pôde ver perfeitamente o fracasso.
Ele parecia cansado demais para ser um Deus supremo.
— Não sou eu que escrevo as histórias Maxwell. Eu apenas criou os personagens se posso assim dizer. É vocês que escrevem as suas próprias histórias, vocês tem o livre arbítrio de escolher o certo ou o errado, não posso inteferi-las.
Red franziu o cenho.
— Então está me dizendo que não pode fazer nada? Nem mesmo me dizer o que diabos está acontecendo com Red? — O criador prendeu os lábios em uma linha fina.
— O que aconteceu com Red foi uma escolha sua! Ele mesmo pediu por aquilo e agora está pagando as consequências. — Disse em um tom duro.
Max lançou um olhar confuso em direção ao Criador. O que teria Red feito para merecer tal praga?
— E de que consequências estamos falando afinal? Nada disso faz sentido para mim. Red é um dos guerreiros mais dóceis que já vir, nem mesmo na era dos Guerreiros deixei de duvidar da sua genuinidade. — O Criador lhe lançou um sorriso amargo.
Por um momento Max poderia jurar que havia visto lâminas cortantes iluminar sobre os lábios do Criador. O seu rosto iluminava luz, ele era belo demais, era perfeito demais. Quem o observasse diria que aquela divindade era jovem demais para ser um guardião tão velho quanto o mundo.
— Então acho melhor você reavaliar quem você acha genuíno, meu jovem. — Disse em um tom rude.
Max fez uma breve careta.
— Você não está esclarecendo as coisas Criador.
— E não é para esclarecer. Esse assunto não cabe a mim falar, ele pertence a outra pessoa e você sabe disso. Quer saber porquê o castigo caiu sobre as costas do seu irmão? Pois bem, pergunte a ele. Tenho certeza que ele saberá lhe responder quanto a essa dúvida. — Disse com frieza enquanto se levantava abruptamente do balanço.
Um forte vento se fez ao redor do paraíso enganoso. Os cabelos de Max voavam como se ele estivesse na frente de uma terrível tempestade. Max sabia muito bem o que aquilo significava! O Criador estava zangado.
— Em relação a sua Companheira lhe aconselho a correr atrás dela o mais depressa possível. — O coração de Max chegou a falhar com a declaração do Criador.
Rebecca poderia estar em perigo? Mais ele havia sido, mais que direto ao dizer que há queria em casa quando chegasse. A não ser é claro que os vampiros haviam...
— Não me diga que os vampiros...
— Não tem nada haver com vampiros. O que digo vai muito além dos vampiros, meu jovem. — Disse o Criador em um tom cauteloso, enquanto virava o seu rosto em direção a Max.
— O que estou querendo dizer é... — O Criador deu um passo em sua direção.
— Que se você não descer agora e saciar-la não irá sobrar muito pescoço sobrando na sua cidade. — Max chegou a falhar.Ele sabia que se não estivesse sentado iria cair feito pedra no chão. O seu cérebro trabalhava a mil por hora. Rebecca estava se alimentando? Mais quem diabos...
— Há mais aquele filho da mãe não fez isso! — Rosnou ele ferozmente. Os olhos de Max chegaram a ferver de tanta irá. Red iria pagar muito caro por ter desobedecido a sua ordem.
Bufando de raiva mais a vez, Max acenou ainda em silêncio para o seu Criador. Ele estava furioso! Furioso demais para formular uma palavra se quer. Precisava livrar-se da raiva que dominava o seu peito e ele sabia muito bem como...
— Até breve Criador. — Disse quase em um rosnado.
O Criador acenou em silêncio enquanto via o seu filho prodígio partir através da fenda mais uma vez.
— Até breve meu filho! Até muito breve.
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CORROMPIDO
FantasyO Pecado sempre esteve sob a terra desdo início do mundo, mais o que a raça humana não sabia era que os Sete Pecados Capitais habitavam no mesmo espaço que eles. Na Terra! Luxúria, Avareza, Fome, Irá, Preguiça, Orgulho e Inveja. Sete homens, Sete ir...