Capítulo 21

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— Vocês ficaram? – ela perguntou curiosa e eu assenti com vergonha– Que legal amiga! –comemorou.
— Ele foi um príncipe, me tratou super bem –deixei um suspiro escapar ao lembrar– Mas...
— Mas o quê? –perguntou ela, quando sentamos nas cadeiras.
— Luan chegou com a oxigenada dele –contei para ela.
— Mas que porra! –ela exclamou indignada– Nem no seu primeiro encontro com o Ricardo, o Luan te deixa em paz.
— Ele não falou comigo, só me fuzilou com os olhos –comentei– A oxigenada veio debochar de mim e acabou levando deboche para casa –Larissa sorriu.
— Como assim?
— Eu estava esperando o Rick sair do banheiro, ai ela apareceu perguntando se o príncipe havia abandonado a princesinha.
— Como sempre, ela sendo inconveniente –eu assenti e contei o resto– Queria ter visto pessoalmente, iria gargalhar na cara dela –falou e eu soltei uma risada pequena.
Ficamos conversando por mais um tempo até nossa orientadora nos chamar para apresentar o trabalho.

{...}

— Vai para casa, amiga? –perguntei quando vi o carro da mãe de Larissa se aproximando.
— Não Liv. Nós vamos na casa dos meus avós –respondeu.
— Aqueles que moram do outro lado da cidade? –perguntei e ela assentiu– Tudo bem, eu vou de ônibus mesmo –sorri– tchau amiga, depois eu te ligo –me despedi e saí caminhando.

|Luan|

Fiquei com muita raiva quando soube que a Lívia aceitou sair com o tal do Ricardo.
Será que só ela não percebe, que esse cara é um idiota?
Ontem eu fui ao cinema com a Clara porque ela implorou que eu fosse.
Não fazia ideia de que a minha melhor amiga e aquele idiota estariam lá.
Percebi que ela fingiu não me ver, então resolvi não falar com ela. Nós nos sentamos um pouco atrás de onde ela estava e eu agradeci mentalmente por isso.
Durante o filme, vi Lívia e Ricardo se beijando, confesso que senti meu sangue esquentar de raiva e a minha única vontade, era ir até eles e arrancar a Lívia de lá.
Quando o filme acabou, Clara e eu saímos da sala. Ela precisou ir ao banheiro e eu resolvi espera-la na saída do cinema.
Lívia passou por mim depois de um tempo com o babaca do lado e apenas me olhou. Eu a encarei por alguns segundos e ela virou o rosto.

{…}

— Luan, preciso que faça um favor para mim –meu pai entrou em meu quarto, enquanto eu me arrumava.
— Que favor? –perguntei, penteando o cabelo.
— Quero que você vá buscar meu carro na oficina. Estou atrasado para o trabalho e não tenho como ir busca-lo –disse e me entregou as chaves do carro.
— Tudo bem. –guardei a chave em meu bolso– Mas como o senhor vai trabalhar hoje?
— Seu tio vai me dar uma carona –eu assenti e ele saiu do meu quarto.
Terminei de me arrumar e fui buscar o carro do meu pai.
Ele estava mesmo sem tempo, pois nunca me entregaria a chave do carro dele.
Ainda estou usando a carteira de motorista provisória e meu pai não confiava em mim o suficiente para deixar eu dirigir o carro dele.

Aproveitei que meu amigo Matheus estava indo para o estágio da faculdade e peguei uma carona até a oficina.
Paguei ao mecânico e peguei o carro do meu pai.
Ao me acomodar dentro do carro, percebi que havia esquecido minha carteira de habilitação em casa.
— Mas que merda! –exclamei– Deixei a habilitação em cima do criado mudo. O que eu vou fazer agora? Está acontecendo uma puta fiscalização na avenida principal –cocei a nuca, preocupado.
Lembrei que havia um caminho onde eu não precisaria passar pela fiscalização, então decidi segui-lo.

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