Capítulo 61

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Após esquentar o jantar de Ricardo, fui para o quarto, estava precisando de um banho.
Quando já estava no banheiro, pronta para tomar banho me dei conta da enorme marca em meu braço.
O lugar onde Ricardo apertou havia ficado vermelho e provavelmente no dia seguinte ficaria roxo.
— Meu Deus! –sussurrei para mim mesma e quando tentei tocar no local senti um pouco de dor.
Uma enorme tristeza me atingiu e a minha única vontade era chorar. E assim fiz.
Por quê ele agiu assim? Por quê ele está me tratando tão mal?
Liguei o chuveiro e logo me molhei, deixando as lágrimas irem embora junto com a água.

{...}

Acordei cedo no dia seguinte, estava me sentindo um pouco melhor do que antes.
Quando estava me arrumando percebi que a marca havia ficado roxa mesmo.
Vesti uma blusa com uma manga mais comprida e desci para tomar café, Ricardo já estava acomodado na mesa tomando seu café.
— Bom dia, amor –disse ele, sorrindo para mim.
— Bom dia, dona Lívia –ouvi Lena, a nossa ajudante, falar de dentro da cozinha.
— Bom dia, Leninha –respondi e me sentei.
— Por quê não respondeu meu bom dia? –ele perguntou me encarando.
— Porque hoje não é um bom dia –respondi séria.
— Ainda está com raiva por causa de ontem? Desculpas, eu perdi a cab...
— Perdeu mesmo, olha aqui –levantei a manga e mostrei a mancha roxa– você acha isso bonito?
— Ah Lívia, eu já pedi desculpas, para vai! –exclamou sem paciência.
— Suas desculpas não vão fazer essa mancha horrível sumir do meu braço, Ricardo! –exclamei sentindo raiva.
— Você vai ficar assim comigo, é isso? –eu assenti e me levantei, tinha perdido a fome– Onde você vai? Eu estou falando com você!
— Eu vou trabalhar, é bem melhor do que ficar aqui com você! –fui pegar a chave do carro que estava em cima da mesa, mas ele foi mais rápido do que eu.
— O que você está fazendo? Me dá essa chave, Ricardo! –pedi, já perdendo a paciência.
— Já que vai ficar desse jeito comigo, não vai usar o carro que eu –deu ênfase na palavra– te dei.
— Você me deu porque quis, eu estava bem satisfeita com o carro que eu tinha, não te pedi nada! –exclamei– Ah, quer saber? Engole essa porcaria de carro! –saí da cozinha rapidamente e fui para a sala, peguei minha bolsa e quando eu estava abrindo a porta pude ouvir ele me chamar, não dei importância. Abri a porta e saí o mais rápido que pude.
Por sorte eu morava perto da escola em que trabalhava, então resolvi ir a pé mesmo.

{...}

— Lívia? –estava caminhando quando ouvi alguém chamar meu nome, olhei ao redor e do outro lado da rua pude ver Bruna, que sorria para mim. Fazia alguns meses que eu não à via. Ela mudou, agora estava loira. Bruna já estava com seus 19 anos e fazia faculdade de administração, enquanto Gabriella, minha irmã, estava com 18 anos e estava começando na faculdade de fisioterapia.
— Bruna? Que surpresa –sorri para ela, que logo atravessou e me abraçou– Como você está linda, Bubu! –falei assim que ela me soltou.
— Faz quanto tempo que nós não nos vemos? Dois meses? –perguntou.
— Acho que mais ein, nos vimos pela última vez no aniversário do meu pai –lembrei.
— Verdade –concordou– Você está bem, Liv?
— Estou –sorri forçado– e você? A tia e o tio?
— Nós estamos bem –respondeu sorrindo– O Luan está vindo prá cá na semana que vem –senti meu coração disparar no instante em que ela disse o nome dele.
— Que legal –respondi meio sem graça.
— Por quê não vai nos visitar quando ele chegar? Estamos com saudades de você.
— V... Vou sim, claro –sorri para ela.
— Eu preciso ir, Liv. Te espero lá, ein?
— Vou aparecer. Tchau Bruna –sorri e nós nos despedimos.

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