Capítulo 36

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— Vamos, Lívia? –ouvi Ricardo chamar– Preciso acordar cedo amanhã.
— Vamos –respondi– Tchau Rafa –abracei Luan outra vez– Espero te ver outra vez, antes de você viajar para Londrina. –falei quando me soltei dele e Luan assentiu.
Me despedi das pessoas que estavam ali e saí com Ricardo, que me puxou durante o caminho até o carro.
Quando entramos no carro, percebi que ele estava com a respiração bem ofegante.
— O que você tem? –perguntei sem entender.
— Da próxima vez que a gente for sair, vê se veste algo mais comportado. Porque isso aí –apontou para o meu vestido– não é o tipo de roupa que uma mulher comprometida deve usar.
— Vai querer mandar nas minhas roupas, agora? –perguntei, encarando ele.
— Aquele idiota estava olhando pra sua bunda! –exclamou irritado e socou o volante, fazendo com que eu me assustasse– Você acha que eu me sinto bem vendo outro cara olhar para você? –perguntou me encarando.
— Ele não estava olhando para minha bunda Ricardo, para de viajar! –exclamei irritada– Eu não vou mudar minhas roupas só por que estou namorando.
— Você acha mesmo que algum homem gosta de ver a namorada usando esses tipos de roupa? –perguntou– Você sabe o que as pessoas pensam sobre as mulheres que vestem roupas curtas demais, não sabe?
— Eu não ligo para o que o povo fala –retruquei, sem paciência.
— Mas eu sim! –respondeu– Pensa bem em tudo que você está fazendo, precisa mudar isso, se não...
— Se não o quê?
— Se não nós vamos terminar. Eu aceito muita coisa de você, Lívia, aí quando peço para você mudar uma coisinha, você nega.
— Você pode, por favor, me levar para casa logo? –não respondi, apenas mudei de assunto. Eu estava me sentindo mal, só queria chorar, as coisas que ele me dizia machucava, mas eu sabia que era verdade. Nenhuma das pessoas que eu conheço usa roupas tão curtas depois que começou a namorar. Talvez, eu deva mesmo parar de usar.
Quando paramos em frente a minha casa desci do carro, bati a porta e entrei em casa sem ao menos me despedir.
Fui direto para o meu quarto, tomei um banho, troquei de roupa e deitei. Desliguei o celular para não correr o risco de Ricardo me ligar e chorei, coloquei tudo o que eu estava sentindo para fora.

|Luan|

Quando cheguei em casa, mandei mensagem para Lívia, avisando que minha viagem de volta para Londrina tinha sido adiantada, mas ela não visualizou. Então resolvi que passaria em sua casa antes de ir para o aeroporto.

{...}

— Oi Gabi –cumprimentei minha prima, quando ela abriu a porta– A Lívia está em casa?
— Oi Luan –ela sorriu– Está sim, ela não foi para faculdade hoje –franzi a testa estranhando– Entra, ela está no quarto dela. –se afastou para que eu pudesse passar– Pode ir lá.
— Valeu Gabs –sorri para ela e fui em direção as escadas.
Subi as escadas e fui direto para o quarto de Lívia, a porta estava fechada então resolvi bater. Depois de dois minutos esperando, bati outra vez, só que mais forte.
— Estou dormindo –ouvi a voz de Lívia e sorri.
— Então acorda, preciso me despedir de você –respondi e em questão de segundos ouvi a porta ser destrancada e ela abriu a porta.
Ela estava vestida em um baby doll azul claro que valorizava muito seu corpo, estava também com o rosto inchado, principalmente os olhos, com certeza havia chorado.
— Mas você me disse que só ia embora amanhã –falou.
— Adiantaram a viagem, Lili. Amanhã tenho outro show –respirei fundo– Posso entrar? –ela assentiu.
— Que horas são? –ela perguntou, indo em direção à cama e sentando em seguida.
— Quase onze –respondi olhando a hora no meu celular– Meu vôo saí as duas.
— Ainda tem um tempinho –eu assenti.

Voar Outra VezOnde histórias criam vida. Descubra agora