Capítulo 27

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Estava jogada no sofá assistindo uma série que passava na TV junto com Gabriella, quando ouvimos a campainha tocar freneticamente. Meu coração acelerou mais uma vez e eu comecei a tremer. Sabia que era ele, mas eu não estava pronta para encara-lo.
— Gabi, atende por favor? –pedi sussurrando e ela me olhou– Se for o Ricardo, diz que eu saí com a mamãe e que você não sabe para onde nós fomos.
— Mas por quê? –perguntou curiosa.
— Nós estamos brigados e eu não quero falar com ele –menti– vai lá, antes que ele quebre a campainha.
Minha irmã levantou do sofá e foi até a porta, abrindo em seguida.
— Oi Gabi! –escutei a voz de Ricardo– A Lívia está? –perguntou.
— Não –respondeu breve.
— Você sabe para onde ela foi? –ele estava mesmo curioso.
— Ela saiu com a minha mãe, não sei para onde elas foram.
— Tudo bem. Quando ela chegar avisa que eu estive aqui, por favor –pediu e eu pude ver Gabriella assentir– Obrigado Gabi, tchau!
— Tchau! –fechou a porta e voltou para a sala.
— Obrigada, obrigada! –agradeci, abraçando minha irmã.
— Uma caixa de bombons –ela respondeu quando a soltei.
— Você se vende por muito pouco, meu Deus! –ri e ela mostrou a língua– Agora vou para o meu quarto estudar –ela assentiu e eu subi.

Não consegui fugir dele por muito tempo. Dois dias depois acabei encontrando Ricardo na biblioteca da faculdade e nós conversamos. Acabei pedindo um tempo para pensar, mesmo ele não gostando da ideia, acabou cedendo.

• UMA SEMANA DEPOIS •

Acordei com o celular tocando, pensei que fosse o despertador, mas havia esquecido que hoje era sábado e que não tinha aula.
— Alô –atendi ainda sonolenta, sem olhar quem estava ligando.
— Bom dia, flor do dia! –a voz de Luan soou do outro lado da linha e eu sorri.
— Espero, do fundo do meu coração, que não seja tão cedo. –respondi, fingindo estar irritada.
— São nove e meia da manhã.
— Planejei dormir até as onze –falei.
— Desculpa Lili, não quis te acordar –pediu– Só liguei para te avisar que minha viagem está marcada para hoje, quatro e meia da tarde –disse ele.
— Mas já? –perguntei incrédula– Preciso ir até aí, me despedir de você.
— Na verdade, quero que você me leve ao aeroporto. Você pode? –perguntou.
— A Clara não vai achar ruim?
— Vou sozinho. Ela vai semana que vem, que é quando as aulas realmente vão começar –explicou.
— Tudo bem então, eu te levo até o aeroporto.
— Obrigado Lili –respondeu e eu podia jurar que ele estava sorrindo do outro lado da linha– Agora volta a dormir –soltou uma risada abafada.
— Vou mesmo –ri– Tchau Rafa!
Nos despedimos e ele desligou.
Eu tentei voltar a dormir, mas não consegui. Minha cabeça não estava no meu quarto, ela estava no mesmo bairro, mas em outra casa, na casa do Luan.
Eu não conseguia para de pensar que ele iria embora hoje, para longe de mim.
Desde pequenos sempre nos imaginamos  juntos, desde o meu primeiro dia na faculdade, até o primeiro show do Luan.

"— Luan, nós vamos ficar aqui embaixo, cantando e dançando todas as músicas, ok? –falei para meu amigo, que estava prestes a começar sua primeira apresentação.
— Estou nervoso demais Lili! –ele exclamou, passando a mão pelos cabelos– Vou olhar para vocês, vou me sentir mais confortável –eu assenti.
— Já sabem o que fazer, não é meninas? –perguntei para Bruna e Gabi.
— Sim, seremos as fãs do meu irmão –Bruna respondeu animada– Mas acho que as fãs precisam de um nome –disse ela, batendo o dedo indicador contra a bochecha, enquanto pensava– Vamos ser as Lunáticas? –perguntou e Luan soltou uma risada.

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