Capítulo 24

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— E por quê essa mudança repentina? –meu pai perguntou.
— Fui contratado por um escritório de lá, aí para ficar mais fácil nós chegamos a um acordo de que, seria melhor que eu me mudasse para lá. Meu pai vai a cada quinze dias e nós já contratamos uma acessora para mim.
— E por quê ela vai com você? –Bruna perguntou.
— Passei para faculdade de medicina em Londrina, então vou precisar morar lá.
— Luan Rafael, nós vamos ter uma conversa muito séria mais tarde –minha tia disse, se levantando– Perdi a fome, com licença! –girou e saiu da sala de jantar.
— Pessoal, me desculpem por isso. Vou conversar com ela –meu tio pediu, saindo da sala em seguida.
O constrangimento tomou conta e todos nós acabamos de jantar e fomos para sala.

{...}

Gabriella estava no quarto com Bruna, minha mãe havia sumido, provavelmente estava conversando com tia Marizete.
Luan tinha ido levar Clara em casa e eu estava sentada no sofá ao lado de Ricardo enquanto ele falava de futebol com meu pai e meu tio.
Ouvi a porta abrir e olhei rapidamente, era Luan e eu precisava conversar com ele.
— Eu já volto –avisei para Ricardo, que me olhou sem entender. Levantei e fui atrás de Luan que estava indo em direção ao escritório de seu pai– Luan! –chamei e ele virou para mim, parando onde estava.
— Oi Lívia –disse sério.
Não falei mais nada, apenas o abracei forte. Depois de um tempo senti ele retribuir o abraço.
Eu não queria chorar, não queria, afinal eu odiava chorar na frente dele. Mas eu estava despedaçada por dentro desde que ouvi que ele iria se mudar com aquela aguada.
— Eu vou sentir tanto sua falta –funguei e ele se soltou do abraço e pegou em minhas mãos.
|Luan|

A decisão sobre a mudança foi muito repentina para mim. Apesar de não querer me afastar das pessoas que amo, seria o melhor para minha carreira no momento e eu não poderia perder essa chance.
Por uma grande coincidência, Clara foi aprovada na faculdade de medicina de Londrina, e também teria que se mudar. Decidi que vou leva-la para morar comigo, assim não me sinto tão sozinho.
Quando cheguei em casa, fui surpreendido com um abraço da minha melhor amiga, dizendo que iria sentir muito a minha falta. Senti meu coração apertar dentro do peito. Eu também vou sentir muito a falta dela, mas por outro lado, me mudar será o melhor para mim, para nós, pois sei que se eu ficar, não vou conseguir esconder o que eu sinto por muito tempo e tudo o que eu não quero, é estragar a nossa amizade.
— Calma, por favor –pedi e ela ergueu o olhar para mim– Eu também vou sentir muito a sua falta, mas quero que entenda que isso é o melhor para minha carreira –Lívia me encarou com os olhos marejados– Sei que nós estamos um pouco afastados ultimamente, mas quero que saiba que nada mudou, você ainda é a minha melhor amiga e independente de qualquer coisa eu sempre vou amar você!
— Promete para mim que nós não vamos deixar a distância atrapalhar nossa amizade? Que nós vamos nos falar sempre?
— Eu prometo, Lili! –afirmei.
— Eu odeio ficar longe de você, parece que falta um pedaço de mim. Mas sei que esse é o seu sonho e tudo o que eu mais quero é que você seja feliz e realize cada um dos seus sonhos –vi algumas lágrimas rolarem pelo rosto da minha melhor amiga. Soltei uma de suas mãos e enxuguei as lágrimas, alisando seu rosto com o dorso da minha mão.

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