Capítulo 37

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— Sim, aí resolvi passar aqui para te ver e me despedir –expliquei e me sentei em sua cama também– Te mandei mensagem ontem, mas você não viu.
— Ah... –fez uma pequena pausa– Eu desliguei o celular –respondeu, pegando o celular em cima do criado mudo e me mostrando.
— Vocês está bem? –perguntei, mesmo sabendo que ela não estava.
— Estou, por quê? –mentiu.
— Você chorou, Lili –respondi.
— Não chorei não.
— Chorou sim, eu te conheço –falei, me aproximando dela– O que aconteceu? –perguntei preocupado.
— Eu e o Rick... –fez uma pausa e eu vi seus olhos encherem de lágrimas– Nós brigamos.
— Foi só isso mesmo? –ela assentiu– Não fica assim. Não gasta suas lágrimas com uma coisa que não vale a pena –levei minha mão até seu rosto e acariciei o mesmo– Você sabe que pode contar comigo sempre, não é? –perguntei.
— Sim –respondeu em um tom de voz baixo e eu á puxei para um abraço.
— Amo você, ta bom? –ela assentiu, ainda abraçada comigo.
— Também amo você Rafa –respondeu e eu sorri– Obrigada –agradeceu e desfez nosso abraço.
Fiquei observando Lívia por alguns minutos. Ela era linda demais para chorar por um babaca igual ao Ricardo. Confesso que não me convenci com aquela resposta, mas decidi não insistir na pergunta.
— Eu preciso ir, Lili –falei, afastando meus pensamentos– Preciso organizar algumas coisas para levar pra Londrina.
— Tudo bem –sorriu fraco– Tchau Rafa, boa viagem!
— Obrigado, Lili –agradeci e me levantei–  Fica bem, ok? Essa carinha triste não combina com você –me inclinei, depositando um beijo em sua testa.
— Vou ficar bem, prometo –eu assenti e saí do quarto em seguida.
Desci as escadas e me despedi das pessoas que estavam ali. Fui em direção ao meu carro e rapidamente cheguei em casa.
Arrumei o que precisava, aproveitei as últimas horas ali e depois viajei para Londrina outra vez.

• DOIS MESES DEPOIS •

|Lívia|

Estava parada em frente a faculdade, conversando com um grupo de amigos enquanto esperava Ricardo vir me buscar.
— Vocês viram que a professora rejeitou o trabalho do grupo B? –Lucas falou, chamando a atenção de todos.
— Não é pra menos né? Aquilo estava péssimo –disse Larissa.
— Acho que ela deveria dar uma segunda chance para eles –falei– A maioria das meninas trabalha ou tem filhos, deve ter sido uma missão quase impossível fazer aquilo.
— Aquela professora é muito ruim, seria um milagre se ela desse outra chance –Gustavo falou.
— Se fosse eu, faria um barraco, mas apresentaria de novo –minha amiga falou.
— Seu nome deveria ser barraqueira e não Larissa –Lucas retrucou, fazendo com que todos nós rissemos.
Ouvi uma buzina e quando olhei para avistei Ricardo dentro do carro.
— Bom gente, eu preciso ir –avisei e fui me despedir de todos. Abracei meus amigos e saí em direção ao carro.
— Oi amor! –falei ao entrar no carro e me acomodar.
— Oi! –respondeu sério e deu partida, saindo com o carro em seguida– Quem eram aqueles caras? –perguntou durante o caminho.
— Amigos da faculdade –respondi.
— Por quê você abraçou eles?
— Porque eu estava me despedindo –respondi, óbvia.
— E você acha isso certo? –perguntou– Iria gostar de me ver abraçando outras mulheres?
— Eu não fiz nada demais Ricardo –respondi– O Gustavo namora e o Lucas é gay –expliquei.
— Olha, ela sabe até o nome deles –disse ele, fingindo surpresa.
— Eu estudo com eles a quase três anos, é claro que eu sei –respondi já sem paciência.
— Você não pode ficar abraçando eles assim, as pessoas vão pensar que eu sou corno!
— Mas eu não fiz nada demais!
— Fez sim e você sabe –respondeu, estacionando o carro em frente a minha casa– É melhor você parar com isso, ou nós vamos terminar.
— Por quê você faz isso toda vez que nós brigamos? –perguntei.

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