Capítulo 22

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Estava passando em uma rua próxima à faculdade, quando vi Lívia caminhando em direção ao ponto de ônibus. Diminui a velocidade e passei a andar devagar ao lado dela.
— Psiu –chamei quando abaixei o vidro, mas ela continuou caminhando sem me dar importância– Lívia! –parei o carro e decidi chama-la pelo nome, então ela parou, girou a cabeça para o lado e me olhou.
— Você não sabe o quanto eu estou aliviada por ser você! –confessou, respirando fundo em seguida– Pensei que fosse alguém querendo me sequestrar.
— Tenho certeza que os sequestradores não te aguentariam por muito tempo –brinquei e ela mostrou a língua para mim– Está indo para casa? –ela assentiu– Entra, eu te dou uma carona. –chamei.
Lívia veio até o carro, entrou e se acomodou. Dei partida e nós seguimos.
— Seu pai sabe que você está com o carro dele? –perguntou, franzindo a testa.
— Sim. Ele me pediu para buscar o carro na oficina. –acrescentei– Não sei qual o santo fez esse milagre, mas eu gostaria muito de agradece-lo.
— Deve agradecer mesmo –ela soltou uma risada e logo depois o silêncio se fez.
— Estava no cinema ontem, não é? –perguntei, quebrando o silêncio.
— Sim –retrucou–
— Gostou do filme?
— Um pouco. Acho que por ser uma comédia romântica, deveria ter mais um pouco de romance para equilibrar com a comédia. –ela respondeu.
— Não prestei muita atenção no filme –confessei.
— Por quê? O quê aconteceu? –perguntou curiosa.
— Estava de olho em você. Ainda não acredito que beijou aquele cara –balancei a cabeça em negação.
— Luan, não começa, por favor –ela pediu.
— Eu te disse para não sair com ele Lívia,  aquele cara não presta!
— Eu sei que eu e você somos melhores amigos e que você só quer o meu bem mas, por favor, para com isso! –ela pediu mais uma vez.
— Eu só quero te proteger Lívia –retruquei– Sei que esse cara não presta, e eu não quero te ver chorando depois –falei, enquanto fazia a curva para entrar na rua da casa dela.
— Eu sei disso, Luan, sei que para você eu sou uma irmã. Eu já sei de todo o seu discurso! –esbravejou ela– Mas eu só quero que você me apoie, que fique feliz por eu ter encontrado alguém. Porque sempre foi assim, eu me matando de tanto estudar para passar na faculdade e você aproveitando para ficar com todas as meninas do colégio e colocar todos os meninos que ficavam afim de mim para correr. –lembrou ela, com os olhos marejados– Aí, quando eu finalmente encontro alguém que gosta de mim, que gosta de estar comigo, que é uma ótima pessoa, você vem falar o quê eu devo ou não fazer? Desculpa Luan, mas o meu mundo não gira em torno de você –vi algumas lágrimas rolarem pelo rosto de Lívia e estacionei em frente a casa dela– Eu preciso ir, obrigada pela carona –ela agradeceu enquanto tirava o cinto e logo em seguida abriu a porta do carro.
— Lívia, espera, por favor! –pedi, elevando um pouco o tom de voz, fazendo com que ela me olhasse. Tirei o cinto de segurança e a puxei para um abraço. Ela resistiu por um tempo, mas logo depois retribuiu– Me desculpa –sussurrei em seu ouvido– Eu fui um completo idiota, fiquei com ciúmes de você. Nunca te vi tão próxima de um homem que não fosse eu e o seu pai, meu instinto protetor de irmão falou mais alto –menti sobre isso. Eu não suportava ver ela com Ricardo porquê eu à amava, mas não podia estragar nossa amizade– Eu prometo que não vou me meter mais nessa história –falei e ela me soltou, me encarando.

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