Capítulo 33

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|Luan|

— O que nós vamos fazer? –ela perguntou.
— Quero ver o pôr do sol –olhei para o relógio que estava em meu pulso– Vai demorar uns vinte minutos ainda, então nós podemos conversar –Lívia assentiu– Eu lembro perfeitamente da primeira vez que nós viemos aqui, e que subimos esse morrinho –comentei lembrando.
— Vocês me obrigaram a pescar –ela lembrou– quando o peixe mordeu a isca eu quase caí dentro do rio.
— Se eu não tivesse te ajudado, nem sei o que teria acontecido –ri, lembrando da situação.
— Bons tempos... –respirou fundo e o silêncio se fez.
— Momentos muito felizes.
— Se eu pudesse, viajaria no tempo só para viver tudo aquilo de novo –ela disse e encostou a cabeça em meu ombro.
— Eu também voltaria, mas mudaria algumas coisas –falei.
— Como assim? –ela perguntou, observando o céu que já começava a mudar de cor– Não está satisfeito com a sua carreira?
— Sim, estou muito satisfeito com a carreira –respondi rapidamente– Digo isso pelo lado pessoal –expliquei– Se eu pudesse voltar no tempo, mudaria muita coisa. Iria fazer e falar coisas que sempre quis e não pude por causa do medo.
— E isso mudaria algo na sua vida atualmente? –perguntou.
— Muita coisa e tenho certeza que tudo seria muito diferente. E você, mudaria algo? –perguntei.
— Entendi –ela respondeu– Acho que não mudaria nada, está tudo ótimo assim –riu– Olha lá, vai começar –avisou e eu olhei para frente.
Ficamos ali observando por longos minutos. Quando o sol se pôs completamente, resolvemos ir para o carro, mas durante o nosso trajeto de volta, a chuva começou a cair.
— Meu Deus! –Lívia exclamou e sorriu– Não podia ficar mais perfeito –parou, abrindo os braços e ergueu a cabeça, deixando a chuva cair e molhar todo o seu corpo.
— Você adora um banho de chuva, não é? –perguntei rindo da situação.
— É uma das melhores sensações da vida –disse ela– Por quê você ainda não está aqui do meu lado de braços abertos, Luan Rafael? –perguntou, parecendo brava.
— Calma, estou indo –ri e fui para perto de Lívia, fazendo o mesmo que ela– Isso é incrível! –exclamei e pude ver ela sorrir.
— Tá com você –tocou em mim e saiu correndo na chuva.
— Eu te pego, garota! –saí correndo atrás de dela, tentando pega-la.
Por um momento pensei ter voltado à infância.
Lívia tentou correr de mim, mas acabou escorregando, corri mais rápido, chegando perto dela.
— Você devia tomar mais cuidado –falei, enquanto segurava ela.
— Eu escorreguei no limo, por causa da chuva –começou a rir.
— Você é maluca –falei enquanto olhava para ela.
— Só um pouco –respondeu, parando de rir e me encarando também. – Obrigada por me segurar, Rafa –agradeceu sorrindo.
Ela tinha um sorriso tão lindo que eu mal consegui raciocinar uma frase para responde-la. Meus olhos estavam fixos em seus lábios e sem perceber acabei me aproximando demais.
Lívia me olhava e tinha a respiração ofegante, como se também pedisse para que eu fizesse aquilo, então não pensei muito, a beijei.
Foi um beijo maravilhoso, cheio de paixão. Mas infelizmente, tudo que é bom dura pouco...
— Isso é errado –disse ela assustada, afastando-se de mim.
— Me desculpa, eu não resisti...
— Não precisa se desculpar Luan, eu também quis que esse beijo acontecesse –ela retrucou, me surpreendendo– Mas é errado. Nós dois somos comprometidos e nossos parceiros não merecem isso –eu assenti– Vamos esquecer isso, fingir que nada aconteceu.
— Tudo bem –concordei, mesmo sabendo que seria muito difícil esquecer um momento tão bom.
— Podemos ir? Já nos molhamos demais –riu.
— Preciso passar na sua casa para pegar minha mala –ela assentiu.
Fomos em direção ao carro, entramos e fomos embora.

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