° Sam °

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Sam

Eu ainda não sabia dizer se me sentia bem pelas palavras de Gabriel ou se ficava irritado. Afinal, ele sabia o que acontecia entre mim e Linda. Todos sabem que há algo entre nós, temos sentimentos um pelo outro, mesmo que nenhum de nós tenha tido a coragem de dar uma oportunidade a isso. Percebo que Linda ainda encarava o local onde Gabriel estava segundos antes, e eu tinha medo de qual seria sua reação. Eu sabia que mais do que ninguém, ela fugia do que sentia por mim, e agora cá estamos nós.

- Linda... - me aproximo dela cautelosamente - Nós podemos procurar algum feitiço ou...-

- Você mais do que ninguém sabe que feitiços não funcionam com as tramóias do Gabriel, Sam. - seus olhos não encontraram os meus.

Isso me causava uma leve tristeza, desde o dia em que decidi deixar claro que gostava dela, venho lidando com sua indiferença, mesmo que ela tenha me confessado sentir o mesmo.

- O que faremos então?

- Não vejo outra alternativa a viver o que somos aqui, uma hora ou outra o Gabriel vai se cansar disso. - meu irmão se pronuncia e acabo concordando com ele.

- Muito fácil para você, ficou com toda a diversão.

Aquilo doeu, no fundo do peito. Pois para mim, ter uma vida ao lado dela era tudo o que eu queria. Por dentro eu sentia o quanto aquilo machucava, por fora eu me mantinha indiferente, já acostumado com aquilo. Meu irmão me olhou por um momento, ele sabia que aquilo não me fazia bem.

- Não fala assim Linda. Eu seria muito feliz se pudesse ficar com a mulher que eu amo por pelo menos um dia.

Ele abre um sorriso fraco, e eu decido que é melhor sair daquele lugar. A passos lentos saio daquele escritório seguindo pelo grande corredor.

Não fraqueja agora Sam. Esse sentimento vai passar, não se deixe cair por palavras amargas.

- Que perfuram mais que uma faca.

Caminhei sem rumo pela casa que, diga-se de passagem, era muito grande. Segui até as escadas pronto para me trancar no quarto pelos próximos dias, semanas ou até meses que passarmos aqui. No entanto, uma voz doce e alegre me chama atenção, vinha de um dos quartos. Nunca fui curioso, mas aquela era a minha casa afinal, não?

Segui lentamente ouvindo a voz da garotinha, que me levava bem em frente a uma porta completamente pintada de rosa, muito diferente das outras que eram todas brancas. A porta estava entre aberta e eu lentamente a empurrei.

- É mesmo senhorita? - a garotinha falava enquanto olhava para uma boneca toda pintada - Eu também amei sua maquigem. Volte sempre! Quem é a próxima?.... Papai?

Arregalo os olhos ao perceber que ela olha para mim com confusão e logo se aproxima sorrindo.

- Você ta' me olhando? - ela pergunta com um sorriso travesso.

- Eu... Estou... - respondo lentamente.

- Quer brincar comigo? Você pode ser meu cliente!

Seus olhos tinham um brilho funebre que me fizeram apenas balançar a cabeça concordando.

- Ótimo. Eu sabia que era boa, mas é um prazer ter o senhor em meu salão. Não tem horário marcado, mas dessa vez vou deixar passar.

Ela pega minha mão enquanto tagarela e me faz sentar em uma branquinho que mal me cabe e me faz ficar todo curvado.

- Você vai ver. Eu vou arrumar todo o seu cabelo e te maquiar. Vai ficar lindo!

- Maquiar? - essa foi a palavra que mais me chamou atenção.

- Humrrum, sua pele ta muito feia. Precisa de uma hidra... - ela parou por um segundo como se não lembrasse - Eu não lembro o nome direito, mas a mamãe vive fazendo.

- Mas... - tento lembrar seu nome - é... Helena?

Falo com dúvida e ela sorri enquanto separava um monte de maquiagem e pincéis.

- Que?

- Homem não usa maquiagem.

Ela para por um segundo. Seu sorriso sumiu, e ela me encara séria, o que me faz encolher os ombros, algo que sempre acontece quando Linda me encara da mesma forma.

- Oh... Mas você não é homem.

Junto minhas sobrancelhas enquanto a encaro.

- E o que sou então?

- Você é meu pai!

Linda

Encaro o lugar por onde Sam saiu e suspiro passando minhas mãos pelo rosto.

- Sabe que não deveria ter dito aquilo, né?

Ouço Dean e aquilo faz com que meu peito doa mais. Sim, eu sei que não é certo agir daquela forma com ele, mas é a única forma de mantê-lo afastado.

- O que você quer que eu faça Dean? Passe as próximas horas brincando de casinha com o Sam? Como se fossemos um casal feliz com filhos e toda a felicidade do mundo?

- Vocês têm filhos? - vejo um sorriso enorme abrir em seu rosto e isso me faz revirar os olhos - Quantos são?

- Dois... Esse não é o ponto Dean.

- Eu sei eu sei. Mas pensa... quando é que vão ter essa oportunidade outra vez? Sam finge que não se importa, mas ele é louco por você Linda! E você também é por ele... eu me pergunto quando é que vai perceber que fugir não vai fazer o que sentem sumir.

Respiro fundo sentando-me em uma grande cadeira de couro. Eu não sei o que fazer, não sei o que pensar. Só sei que de jeito nenhum eu posso deixar que meus sentimentos me dominem outra vez. Dean se aproxima agachando-se ao meu lado.

- Pensa com calma. Eu sei que essa vida aqui não é só um sonho do Sam. É seu também, mesmo que você o enterre no fundo da mente.

Ele levanta-se para beijar minha testa e sorri indo até a porta.

- Agora eu vou torcer para que aquelas duas ainda estejam na minha cama. Porque agora além de gato, sou rico.

Ele diz com um sorriso de lado enquanto girava uma chave nos dedos. Me seguro para não sorrir enquanto o vejo sumir pelo corredor.

Eu penso nas palavras de Dean enquanto segurava meus rosto entre as mãos.

Em que furada você me meteu Gabriel!

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