Em um mundo totalmente diferente da vida normal, existem dois irmãos, que caçam coisas estranhas, e anormais.
Um mundo onde Anjos e demônios vagam solenemente pela terra, um mundo onde vampiros e lobisomens atacam pessoas, um mundo onde espíritos an...
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• Traição •
Estávamos a caminho do velho bar de estrada, íamos visitar a mãe de Jo, já que a garota havia se juntado a nós a alguns meses, depois de começar a se relacionar com Dean.
Conheço os irmãos Winchester desde que era uma adolescente cheia de espinhas que acreditava em contos de fadas. Sempre fui muito amiga deles, principalmente do Winchester mais velho que, apesar do seu jeito durão e arisco, sempre foi alguém para quem eu podia contar tudo. Bom, nem tudo. Foi impossível não transformar toda a admiração que sentia por ele em amor, mas Dean sempre me tratou como uma irmãzinha, aquela que ele deveria proteger a qualquer custo, igualmente como fazia com Sam.
Não que eu não gostasse disso, é bom ver sua consideração em relação a mim, mas sempre esperei, nem que fosse uma única vez, que ele me olhasse diferente, como uma mulher. Quando isso não aconteceu, e eu o via sair com outras garotas a todo tempo, decidi guardar esses sentimentos no fundo do meu ser, e mantê-los só para mim, nossas vidas já são complicadas demais.
É difícil ter que conviver com o casal 24 horas por dia, algumas cenas me causavam enjoo, e eu precisava me segurar pra não fazer cara feia. O loiro não tem ideia da minha aversão a esse relacionamento, já Jo. Desde que a conhecemos sempre tive a impressão de que ela não gosta de mim, e eu também não escondo a reciprocidade desse sentimento. Tem algo errado nela, além de estar com o homem que amo, sinto que ela não é totalmente sincera com Dean. E eu já tentei avisá-lo, mas tudo o que recebi foi um "Não se meta no meu relacionamento", então foi o que fiz.
Eu tinha minha cabeça encostada no vidro do carro, estava um clima agradável, o sol parecia queimar mais a cada segundo do dia e, dias como esse são ótimos para ir a praia. O motor do Impala cessou seu familiar barulho e parou em frente ao bar de estrada. Eu desci do carro, pronta para esticar as canelas, foram longas horas de viagem até aqui. Peguei a bolsa que havia trago comigo e segui para dentro. Diferente da filha, a mãe de Jo sempre me tratou muito bem, na verdade, todos que frequentavam aquele bar nos conhecia, e eu podia facilmente me sentir em casa ali.
Fui bem recebida, como sempre, e nem tive tempo de guardar minhas coisas antes que um dos caras que jogavam sinuca no meio do bar me puxassem para o jogo.
Quando finalmente pude deitar na cama onde dormiria, parte do dia havia se passado. Samuel estava na cama ao lado da minha, folheando com total atenção um livro, ele estava mais calado que o normal ultimamente.
- Ei, Samuel, você está bem?
Ele olha para mim fazendo uma cara de tédio e eu sorrio.
