A despedida

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Depois do resultado daqueles exames, houve uma tremenda confusão no laboratório.
A Jéssica ficou muito abalada, porque além de ser filha da Mariana, ela não é filha do Alberto, como deveria.

Quando deixamos o laboratório, eu a acompanhei até a casa dos pais dela. Bem, dos meus pais, na verdade. Vou levar bastante tempo, para me acostumar, e acredito que para eles, também não vai ser nada fácil.

Enquanto eu conversava com o Bruno e a Paloma, a Jéssica pegava as roupas dela no quarto. Quando casamos no civil, decidimos que moraríamos juntos no meu apartamento, e depois eu compraria uma casa. Afinal, ainda pretendemos casar na igreja. No entanto, depois de todos esses acontecimentos desagradáveis, eu tomei a decisão de levá–la para a Espanha. A ideia, é passarmos algum tempo por lá e talvez depois, voltarmos ao Brasil.

Os pais dela (meus), ficaram muito tristes, mas acabaram concordando. Nós precisamos de algum tempo para pensar. Vai ser melhor, que fiquemos longe durante algum tempo.

Com muita tristeza, nos despedimos. Jéssica não parava de chorar, e eles também não.
Quando chegamos no apartamento, fizemos nossas malas, nos vestimos e antes de sair, telefonei para a Bianca e pedi que ela fosse ao aeroporto, junto com o Beto e a Ana.

Deixamos o apartamento, sem olhar para trás. É triste ter que partir, mas é o melhor que podemos fazer agora.
Ao chegar no aeroporto, Bianca e nossos amigos, já nos esperavam.
Foi muito difícil, ter que nos despedir deles.
Entramos no avião, e partimos, com a certeza de está fazendo o certo.

Ao chegar em Sevilha, pegamos um táxi até a casa da minha avó.

—Edu, a gente vai ficar na casa da sua avó? –Jéssica pareceu não gostar muito.

—Hoje sim, mas amanhã vou procurar um lugar para ficarmos.–Ela deu um meio sorriso.

Eu liguei para a minha avó, avisando que estava indo para Sevilha, mas não contei o motivo da viagem.
Descemos do carro, paguei a conta e toquei a campainha da casa. Não demorou muito e vovó veio abrir a porta.

Ela abriu um enorme sorriso, ao me ver.

—Dudu, meu amor! Finalmente, lembrou que tem avó. –Ela disse, fingindo está aborrecida.

Jéssica apareceu atrás de mim.

—Essa jovem tão linda, quem é? –Ela ficou observando a Jéssica.

—Essa é a Jéssica. Ela é minha esposa.

Vovó abriu bem os olhos, sem acreditar no que ouviu.

—Você casou, e eu não fiquei sabendo? –Ela pareceu aborrecida de verdade.

—Vó, é uma longa história. Nós estamos cansados da viagem, mas prometo que amanhã eu te conto tudo. Prometo também que, amanhã vou procurar um lugar para alugar.

—Quanto a isso, não se preocupe! Podem ficar, o tempo que quiser.

Ela me deu um abraço, e também abraçou a Jéssica. Em seguida, nos levou para ver o quarto onde iríamos dormir.
Como já era de se esperar, um quarto grande, luxuoso e de muito bom gosto.
Ela deixou o cômodo, e nós ficamos deitados, descansando.

Às 6h00min da noite, ela veio nos chamar para o jantar.
Após um banho relaxante, nos trocamos e fomos para a sala de jantar.

—Podem sentar! Mandei preparar um ensopado de peixe delicioso. –Vovó disse, sorrindo.

Estávamos comendo em silêncio, até que minha avó ofereceu uma taça de vinho à Jéssica, e eu falei que ela estava proibida de beber. Ela ficou nos encarando sem entender, e eu falei de uma vez:

—Jéssica está grávida! Eu vou ser pai. –Vovó arregalou os olhos.

—Não acredito que vai me dar um bisneto?

Nessa hora, a Jéssica sorriu.

Minha avó teve a ideia de brindarmos com água, por respeito à gravidez da Jéssica.

—Dona Matilde, obrigada por tudo. Primeiramente, por me receber em sua casa.

—Como eu não receberia, a esposa do meu neto querido?

Ao terminar de comer, fomos para o quarto. Desde que casamos, ainda não tivemos intimidade, porque surgiu um problema atrás de outro.
Ao deitar na cama, Jéssica não ficou nem cinco minutos acordada.
Enquanto ela dormia, fiquei acordado, pensando em tudo que deixamos no Brasil: Família, amigos, faculdade, trabalho. Admito que não foi nada fácil.

Trocados Na MaternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora