Não pode ser

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-Isso não é verdade. Eles são pobres, não tem onde cair mortos. Como poderiam pagar uma maternidade tão cara, como a santa Matilde? -Mariana diz, apontando para os meus pais.

-O que te faz pensar, que tem o direito de nos humilhar? -Meu pai falou, para Mariana.

-Pois fique você sabendo, que eu tive a minha filha, na maternidade santa Matilde. -Minha mãe disse.

-Isso não é possível. É uma maternidade muito cara.-Alberto disse.

-Eu acabei de dizer que, os filhos de vocês foram trocados, e vocês ficam se preocupando com o preço da maternidade? -Sandra disse, entre gargalhadas.

-Isso é uma grande mentira. Essa mulher está mentindo. Eu não posso ser filha deles.-Falei, em tom de desespero.

-Você é filha do Alberto e da Mariana, sim. O Eduardo, é filho do casal que te criou.-Sandra respondeu, tranquilamente.

Eu não estava conseguindo acreditar no que aquela mulher disse. Ela foi capaz de fazer algo assim?
Eu e o Eduardo, fomos os mais prejudicados.

-O Alberto me iludiu, destruiu minha vida. Eu tinha que destruir a dele, também. Depois do acidente que sofri, além de perder o bebê, nunca mais consegui engravidar. Eu sonhava ser mãe. Sonhava ter um filho do Alberto.

-Você é completamente louca.-Alberto falou, se referindo à Sandra.

-Louco é você! Se envolveu com esse tipinho de mulher. Alberto, você não presta.-Mariana disse.

-Isso só pode ser, um pesadelo. Logo, vamos acordar e ver que não foi real.-Minha mãe disse, abraçando o meu pai.

-Por que você aparece, depois de tantos anos, e nos conta o que fez? -Alberto pergunta.

-Porque imaginei que seria muito divertido, ver a cara de vocês, quando soubessem a verdade. Além disso, eu queria completar a minha vingança.-Sandra disse, com um enorme sorriso nos lábios.

-Se isso for verdade, você tem que ir para a prisão.-Meu pai falou, para Sandra.

Eu, Eduardo, Bianca e nossos convidados, observávamos tudo, sem dizer uma palavra.

-Não tenho medo de cadeia. Eu mesma, posso me entregar. Perdi o Alberto, perdi meu filho. A vida já não tem sentido, para mim. E, se vocês não acreditam que eu fiz a troca dos bebês, façam um exame de DNA.-Sandra respondeu.

-Não quero fazer exame nenhum. Sei que meus pais, são Bruno e Paloma. Eu me chamo Jéssica Mendes.-Falei, para todos alí presentes.

-Eu também sei que, meus pais são Alberto e Mariana.-Eduardo disse, olhando para todos.

-Vocês foram trocados na maternidade. Porra! Quem trocou fui eu! Quantas vezes, tenho que dizer? -Sandra gritou.

Saí correndo feito uma louca. Ouvi pessoas me chamando, inclusive o Edu e os meus pais.
Pude escutar minha mãe pedindo ao Eduardo, que viesse atrás de mim. Peguei um táxi e saí dalí o mais rápido que pude.
Eu nem sabia para onde ir. Acabei dando o endereço do apartamento do Eduardo.

Paguei ao taxista, e saí do carro. Quando entrei no apartamento, caí no sofá da sala, e comecei a chorar.
Eu estava tão feliz, e de repente, descubro algo que jamais imaginei que aconteceria comigo. Não consigo acreditar que seja verdade, o que aquela mulher falou.

Ouvi um barulho na porta, e observei para ver quem a abriria. O Edu abriu a porta, e me encontrou chorando.

-Meu amor, eu estava te procurando.-Ele se aproximou do sofá.

-Edu, eu não quero fazer nenhum DNA! -Eu o abracei.

-Calma! Não pensa nisso agora! Pode fazer mal pro bebê.-Ele me beijou.

-Eduardo, me desculpa por estragar a nossa noite, mas eu não estou com cabeça para nada.

-Não se preocupe com nada! Eu sei que, o dia hoje, não foi fácil.-Ele disse, apoiando a minha cabeça no colo dele.

Desta vez, choramos juntos. Eu vi as lágrimas rolando, dos olhos do Eduardo.
Naquele momento, nossa dor era uma só.
Se aquela mulher disse a verdade, meus pais pertencem ao Eduardo. Não quero perdê-los. E, como pode ser que, uma mulher que me tratou tão mal, seja minha mãe?

Trocados Na MaternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora