A mentira machuca

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Quando convidei a Jéssica para sair, jamais imaginei que a Débora apareceria na mesma boate onde nós estávamos.

Tudo estava indo bem. O Beto se divertia com a Ana, enquanto eu dançava e conversava com a Jéssica.

Bianca nos viu e veio nos cumprimentar. A Débora a acompanhou e ao se aproximar, agarrou o meu pescoço e me beijou.
Eu a empurrei, mas a Jéssica já estava me olhando com cara de decepção.

Ela saiu correndo, foi na direção dos banheiros, Ana a seguiu.
Eu quis ir atrás, mas a Débora segurou o meu braço.

—Quem é aquela garota?_Débora questionou, irritada.

—Uma amiga nossa._O Beto respondeu, vendo que eu não estava com paciência para o "blábláblá" da minha noiva.

—Vamos dançar?_Bianca tentou cortar o clima tenso.

—Acho melhor. Não viemos até aqui, para nos aborrecer por causa de uma garota insignificante.

—Não fala assim da Jéssica!_respondi, e saí para buscar uma bebida.

Minutos depois, eu estava de volta à pista de dança.
Bianca dançava ao lado do Beto, Débora se aproximou e começou a dançar, segurando no meu pescoço.

Ana voltou do banheiro, mas Jéssica não estava com ela. Lancei um olhar de curiosidade e ela nada disse. Se aproximou do Beto e começou a dançar com ele e a minha irmã.

Eu não parava de pensar na Jéssica. Olhei para todos os lados, à procura dela e não a vi.

—Aonde a Jéssica foi?_perguntei, passando a mão pelos cabelos.

—Quando estávamos voltando do banheiro, encontramos um amigo da faculdade e a Jéssica ficou conversando com ele._Ana respondeu.

—Que amigo? Não sabia que ela tem amigos na faculdade.

Ela deu de ombros.

—Você não sabia, mas ela tem._respondeu e voltou a dançar.

Débora percebeu meu interesse pela Jéssica e começou a reclamar. Eu não dei importância. Estava irritado demais para permitir que ela acabasse com o pouco de paciência, que ainda me restava.
Tirei as mãos dela de cima de mim e saí para ver se encontrava a única pessoa, que estava me fazendo falta naquele momento.
Quando ia saindo, pude ouvir a Débora me chamando e falando para a Bianca, que não ia deixar barato o que eu estava fazendo.
Continuei andando, passei pelo bar, peguei mais uma bebida e fui procurar a Jéssica.

Minutos depois, a encontrei. Ela conversava com um rapaz alto, moreno e que eu não conheço.
Me aproximei e parei feito um idiota, os encarando.

—O que faz aqui?_pela voz, percebi que ela sentia raiva de mim.

—Estou aqui, porque vou levá-la comigo!_bebi mais um gole de uísque.

—O que te faz pensar, que eu vou? Vai dançar com a sua noivinha!

O moreno me observava.

—Não perguntei se você quer ir. Eu afirmei que você vai!_segurei no braço dela.

—Ela já disse que não vai! Você não ouviu?_O moreno falou.

—Fica na tua! Não te perguntei nada._fiz a Jéssica levantar.

O tal "amiguinho" levantou e quis me bater, mas fui mais rápido e fiz ele provar o "gosto" de um soco bem dado.

Jéssica se assustou quando viu o rapaz caído e me puxou pelo braço, me tirando do local. As pessoas mais próximas, pararam de dançar e ficaram nos olhando.

Saímos pela porta de emergência.
Eu bebi além da conta e já me sentia um pouco tonto.
Quando estávamos fora da boate, ela deu um tapa bem dado no meu rosto. Quase rodei, mas acredito que também foi pelo efeito da bebida.

—Eduardo, você não tinha o direito de mentir para mim. Me fez de palhaça! Escondeu que tem namorada. Por quê?

—Se eu falasse a verdade, teria saído comigo alguma vez?_perguntei, passando a mão no rosto, ainda sentindo arder.

—Jamais! Não sou desse tipo. Mas, pensa que isso te dá o direito de mentir?_vi uma lágrima escorrer pelo rosto dela.

Não tive coragem de responder mais nada. Ela tinha toda razão. Acho que depois dessa, nunca mais ela vai olhar na minha cara novamente.

Ela ficou calada, olhando para as pessoas que passavam. Eu a encarava, tentei tocar o rosto dela, mas ganhei um tapa na mão.
Quando passou um táxi, Jéssica acenou para o motorista, entrou no carro e se foi.
Tentei fazê-la ficar, mas foi em vão.
Sei que menti para ela, mas não quero perdê-la.





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