Bônus Marcelo

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Me formei em Medicina muito jovem, pouco tempo depois me casei, com uma bela moça.
Ela tinha um corpo muito bonito, um rosto lindo e um cabelo maravilhoso.
Minha mulher se chamava Carolina. Além de linda por fora, ela era uma pessoa incrível. Uma esposa atenciosa, carinhosa, romântica, fiel e apaixonada.
Carolina e eu, éramos muito felizes. A única coisa que faltava para completar a nossa felicidade, era um filho.
Após um ano de casados, decidimos tentar ter o nosso primeiro herdeiro, descobrimos que Carolina tinha problemas para engravidar.
Como tínhamos muita vontade de ser pais, minha mulher se submeteu a diversos tipos de tratamentos para engravidar, no entanto, nenhum funcionava.
Após longas tentativas, quando já havíamos perdido a esperança, fomos à clínica com a ideia fixa de tentarmos pela última vez. Foi exatamente nesse dia, que o milagre aconteceu: Carolina estava grávida.
Finalmente, teríamos o nosso tão sonhado filho.

Os primeiros meses de gestação foram de pura alegria, mas a partir do 7° mês, a situação ficou difícil.
Fizemos de tudo para que a nossa criança viesse ao mundo, viva e com saúde.
Ainda não sabíamos o sexo do nosso bebê, porque sempre que era feita a ultra-sonografia, a criança estava com as perninhas juntas, escondendo a genitália.

Nossas suspeitas estavam confirmadas. Assim como a gravidez, o parto também seria complicado.
Após uma longa espera, chega o dia do nascimento do meu filho. Eu sugeri que fosse feito uma cesariana, devido as condições físicas da minha mulher, mas a equipe médica que a atendeu, optou pelo parto normal.

Eu permaneci ao lado dela, a todo momento. As coisas se complicaram, fui avisado sem prévio aviso, de que eu ficaria sem a criança, ou sem Carolina.
Como eu poderia escolher, entre os dois amores da minha vida?
Eu chorei, solucei, senti uma dor enorme no peito, assisti a tudo.
Vi minha filha_sim, era uma menina_nascer morta.
Vi minha amada esposa morrendo. Eu quis ir junto, mas não tive forças para mais nada.

Acordei em um quarto de hospital, alguns parentes meus e da Carolina, estavam no quarto me olhando.
Quando lembrei do ocorrido, caí em prantos novamente.

Meus pais e os meus sogros, resolveram tudo por mim. Eu estava destruído por dentro,e isso se refletia no meu exterior também.

Meses se passaram, eu estava com o cabelo grande, a barba crescida, abatido, ainda não tinha retornado ao trabalho e nada mais fazia sentido em minha vida.

Mais alguns meses se foram, meus pais me convenceram a procurar ajuda profissional. Fui aos melhores psicólogos e psiquiatras do país.
Com o tratamento adequado, consegui ver algum resultado.

O tempo foi passando, até que vi aquela mulher grávida parada na porta da maternidade onde trabalho. Ela sentia muita dor, e mesmo não a conhecendo, pude ver Carolina em seu rosto. Tudo que eu poderia fazer, era ajudá-la, e foi o que fiz.

Quando a Jéssica nasceu, eu consegui enxergar nela, a filha que não pude ter em meus braços, que não pude dar todo o amor e o dinheiro que possuo.
Por isso, eu me aproximei dos pais da Jéssica, para dar a ela, o carinho que nunca poderei dar à minha tão desejada filha. Sou muito grato à Paloma, e ao Bruno, por permitirem que eu fosse o padrinho da Jéssica.

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Oi!
O que acharam desse bônus?
Eu o escrevi, para que vocês soubessem um pouco sobre a vida do Dr. Marcelo.
Beijos!!!

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