Mais uma descoberta

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No dia seguinte...

O que era para ser um dia feliz, acabou sendo o pior dia de nossas vidas.
Eu dormi no apartamento do Eduardo, mas não tivemos forças, para comemorar o casamento.

Quando levantei, ele estava preparando o nosso café da manhã.

—Bom dia, meu amor! –Ele falou, e me abraçou.

—Bom dia! –Respondi, e puxei uma cadeira para sentar.

—Conseguiu dormir? –Ele perguntou, preocupado.

—Eu tentei. –Dei um meio sorriso.

—Fiz um café delicioso, para nós três. –Ele disse, sorridente.

—Nós três? –Eu não havia entendido.

—Sim. Já esqueceu do bebê? –Ele disse, parecendo está feliz.

Ele conseguiu me fazer sorrir.

—Só você, pra me fazer sorrir. O que aconteceu ontem, não te abalou? –Perguntei, sem entender.

—Acho que ainda não caiu a ficha. Não acredito que uma coisa dessa, seja verdade. Muito menos, que esteja acontecendo com a gente.–Ele respondeu, escondendo o sorriso.

—Eu também não consigo entender, e nem posso acreditar.–respondi.

—Quando acordei, me telefonaram dizendo que a Sandra já está presa, mas para que ela continue na prisão, temos que fazer o exame de DNA, e provar que ela cometeu mesmo, o crime. Afinal de contas, fazem tantos anos.–Ele disse, pegando em minhas mãos.

—Provar? Temos que provar? Ela mesma, disse tudo o que fez? Não é o bastante? –Falei, revoltada.

—Para a polícia, não é suficiente.–Ele explicou.

—Edu, não quero fazer DNA nenhum. Tenho medo da verdade. Eu amo meus pais, sei que você ama os seus também. Não vai ser fácil, descobrir que vivemos todos esses anos, com as famílias trocadas.–Falei, chorando.

—É difícil para mim, também.–Edu respondeu, secando minhas lágrimas.

Eu não estava sentindo a menor vontade de comer, mas o Eduardo me convenceu a comer e também, a fazer o exame.
Terminei de comer, e fui para o quarto, me vestir.
Tomei um banho, escovei os dentes, passei uma maquiagem no rosto, arrumei o cabelo e me vesti.

Quando cheguei na sala, o Edu estava conversando com a Bianca, a Ana e o Beto.

—Tudo bem, amiga? –Ana me
abraçou.

—Não tão bem, quanto eu gostaria.–respondi, retribuindo o abraço.

—Eu sinto muito, que vocês estejam passando por isso.–Beto disse, abraçando o Edu.

—Jéssica, se você for minha irmã, eu vou ficar imensamente feliz.–Bianca disse, me dando um abraço.

Ela continuou falando.

—Edu, se você não for meu irmão biológico, mesmo assim, vou continuar te amando e te tratando como meu irmãozinho.–Ela disse, e abraçou o Edu.

Eles se despediram, e nós fomos fazer o exame.
Nossos pais, já estavam no laboratório, nos esperando. Quando vi minha mãe, saí correndo para abraçá–la. Também dei um abraço no meu pai e não segurei as lágrimas.
O Eduardo, se aproximou dos pais, para conversar.

—Filha, independente do resultado do exame, você sempre vai ser a nossa menina.–Mamãe disse, fazendo carinho no meu rosto.

—Sua mãe tem razão, filha.–Meu pai falou, beijando minha cabeça.

—Obrigada, pelo apoio de vocês. Eu tenho pais maravilhosos.–Falei, abraçando os dois ao mesmo tempo.

Fomos chamados para recolher as amostras de sangue.
Alberto e Mariana, não nos dirigiram a palavra.
Sangue recolhido, saímos da sala, e fomos informados de que, os exames estariam prontos no mesmo dia.

Fomos à lanchonete mais próxima, para comer alguma coisa. O Edu nos acompanhou. Os pais dele, ficaram afastados de nós, e também um do outro, aguardando o resultado.
Mariana estava vendo uma revista de moda, e Alberto não largava o celular.

4 horas depois...

Estávamos ansiosos e preocupados, aguardando saber a verdade.
De repente, um médico aparece trazendo os exames.

—Prontos para saber o resultado? –Ele perguntou, com os papéis em mãos.

—Sim, estamos.–Todos nós, respondemos.

Ele continuou.

—Bem, o jovem Eduardo Garcia, não é filho de Mariana e Alberto Garcia. Seus pais são, Paloma e Bruno Mendes.

Ele prosseguiu.

—A jovem Jéssica Mendes, não é filha de Paloma e Bruno Mendes. Sua mãe, é Mariana Garcia. Porém, Alberto Garcia não é seu pai.

Ele concluiu.

—Confirma–se assim, que houve uma troca de bebês.–Ele finalizou.

Não havia mais dúvida. Não sou filha dos pais que tanto amo. Minha mãe biológica, é uma mulher que se julga superior, a quem não tem dinheiro, posição social.

—Eu sou filha sua, mas dele não? Como você explica isso? –Perguntei.

—Vocês devem está pensando que, eu fui infiel no casamento.–Mariana falou.

—E não foi? –Questionei.

—Eu não vou negar. Eu me envolvi com outra pessoa, e engravidei, mas vocês não podem me julgar. O Alberto foi muito mais infiel do que eu.–Ela esclareceu.

Todos nós, ficamos abismados com esta nova descoberta.

—Que tipo de pessoa, é você? –Perguntei, a encarando.

Trocados Na MaternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora