Enzo chegou

1.3K 122 13
                                    

É inacreditável, a rapidez com que o tempo passa. Estou com 9 meses e 5 dias, de gestação. Não vejo a hora do meu bebê nascer. Eduardo e eu, estamos contando os dias.
Mesmo estando com uma enorme barriga, continuo trabalhando na biblioteca. Não é esforço algum, porque fico o tempo inteiro, sentada. Levanto apenas, para ir ao banheiro a cada cinco segundos.

Bianca está cursando moda, noivou com o Rafael, e mora na casa da vovó.
Todos os dias, falo com meus pais (Paloma e Bruno). A saudade é enorme. Não consigo nem descrever.
Estive pensando seriamente, em voltar ao Brasil, no entanto, ainda não conversei com o Edu sobre o assunto.
Largamos a faculdade em nosso país, e até agora não voltamos a estudar.
Meu padrinho Marcelo, já voltou para o Brasil. Ficamos algum tempo sem nos falar, porque ele estava muito ocupado em Portugal, mas agora que ele retornou, voltamos a nos comunicar. Ele já ficou sabendo de tudo que aconteceu em nossas vidas, e sentiu–se triste por mim, e por meus pais.

Acordo sentindo uma forte dor na barriga. Olho para o lado, e vejo que Eduardo está dormindo. Levanto com dificuldade, pego o celular ao lado da cama, e vejo as horas: São 3h00 da manhã.
Coloco o celular onde estava, e quando viro–me para ir ao banheiro, sinto uma pontada forte. Ponho as mãos sobre a barriga, e grito alto o bastante, para acordar Eduardo.

—Meu amor, o que aconteceu? –Ele senta na cama, assustado.

—Edu, é uma dor muito forte. Me ajuda!

Ele sai rapidamente da cama, veste a primeira roupa que encontra no closet, pega as chaves do carro, o celular e me pega nos braços.
Estou usando uma camisola rosa de seda. Saio vestida do jeito que estou.
Deito no banco de trás do carro. Não estou aguentando tanta dor.

Chegamos no hospital, Eduardo faz minha ficha, e não demora muito para que eu seja atendida.
Quando vou levantar da cadeira, sinto um líquido escorrendo entre minhas pernas. Olho e vejo que é transparente, mas há algum vestígio de sangue.

—Sua bolsa estourou. Vamos para a sala de parto! –As enfermeiras falam.

Sou colocada na maca, Eduardo segura em minhas mãos e diz:

—Vai ficar tudo bem! –Ele sorri.

Peço à equipe médica, para permitir que o Edu assista ao parto, e eles permitem.
Ele veste a roupa adequada para permanecer na sala, e fica o tempo todo ao meu lado.
Depois de muito sofrimento, muita dor, meu bebê veio ao mundo.
Ouço o choro da criança, e a primeira pergunta que faço, é se ela está bem. Fico aliviada ao ouvir que está tudo bem.
Olho para o lado, e vejo Eduardo chorando.

—Meu amor, por que chora? –Pergunto, acariciando o rosto dele.

—Você me deu um menino lindo! –Ele responde, beijando meu rosto suado.

—É um menino? Então, vou chamá–lo de Enzo.

Não sabíamos qual seria o sexo do bebê. Decidimos que aguardaríamos até chegar a hora do parto, mas eu havia escolhido um nome, caso fosse menino.
Estou no quarto descansando. Peço para o Edu comunicar à Bianca, que o Enzo nasceu.

Eduardo envia uma mensagem para ela, que provavelmente deve está dormindo.
A enfermeira bate na porta, e entra com meu filho nos braços.

—Ele precisa ser amamentado! –Ela diz.

Enzo é colocado em meu colo. Rapidamente, ele pega em um dos meus seios e parece estar faminto. A enfermeira sai, nos deixando à vontade.
Enquanto Enzo se alimenta, Eduardo acaricia a cabecinha dele.

—Agora estamos completos. –Ele diz, com um lindo sorriso nos lábios.

Acabo dormindo, com Enzo agarrado ao meu seio.
De manhã quando abro os olhos, vejo Eduardo sentado do lado da cama. Enzo não está comigo. Fico assustada, e começo a gritar chamando alguma enfermeira. Imediatamente, aparece uma delas no quarto.

—Aconteceu alguma coisa? –Ela pergunta, aflita.

Eduardo me olha, assustado.

—Onde está meu filho? –Pergunto, com as mãos na cabeça.

—Acalme–se! Ele está junto dos outros bebês.

Me sinto mais aliviada, e mesmo assim peço que tomem o maior cuidado possível, com meu bebê. A enfermeira me olha, como se eu fosse uma exagerada.

Às 8h40min da manhã, Bianca chega ao hospital, acompanhada da vó Matilde. Elas nos dão bronca, por não ter avisado antes.
Eduardo aproveita a presença das duas, para ir ao apartamento buscar as roupas do bebê.
Peço que ele telefone para o Brasil. Meus pais tem que saber, que o meu filho lindo veio ao mundo.

Trocados Na MaternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora