No dia seguinte

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Quando a Jéssica entrou naquele táxi e se foi, entrei novamente na boate.
Chamei a Ana e contei o que havia acontecido. Ela ficou preocupada com a Jéssica e pediu para ir embora.

Deixei a Débora com a minha irmã e fui para casa com o Beto e a Ana.
Certamente a minha noiva ficou uma fera, mas isso não me preocupou. Pouco importa, que ela fique aborrecida.

Passamos pela casa da Jéssica, mas como encontramos fechado, decidimos não incomodar.
Ana garantiu que falaria com ela por telefone, então eu consegui ficar mais tranquilo.

Seguimos para nossas casas. Quando cheguei, tomei banho e deitei, mas demorei a pegar no sono.
A imagem da Jéssica chorando, não saía da minha cabeça. Senti ciúmes quando a vi conversando com aquele desconhecido, mas sei que não tenho direito de reclamar de nada. Não era minha intenção magoá-la, simplesmente aconteceu. Eu deveria ter contado desde o início sobre a existência da Débora na minha vida, no entanto, fui um covarde.

Também fui um covarde, quando permiti que meu pai tomasse certas decisões sobre a minha vida.
Eu deveria ter recusado esse noivado, abrir mão do conforto que o dinheiro dele me traz. Não tive coragem, não fiz nada para mudar essa situação e agora estou lamentando, a minha falta de iniciativa.

Quando acordei, estava morrendo de dor de cabeça. Tomei banho, escovei os dentes e fui tomar café.
Quando entrei na cozinha, encontrei a Bianca tomando café.

—Débora ficou furiosa. Ela dormiu no meu quarto, mas já foi. Disse que vocês ainda vão ter uma conversa séria._falou, enquanto comia.

Sentei e tomei café em silêncio. Quando terminei a primeira refeição do dia, fui quase correndo para o quarto, me vesti adequadamente para ir à empresa, peguei a chave do carro e saí.
Eu não queria esse trabalho agora, mas fui ameaçado a ficar sem mesada, então não tive muita escolha.
Meu pai deseja me ver como um homem de negócios.

Pelo menos, consegui ser pontual.
Ao me ver, todos deram um simpático "bom dia" e deixaram um largo sorriso aparecer.
São um bando de falsos, bajuladores, na certa fazem isso porque sou filho de um dos donos.
Para não parecer arrogante, sorri de volta e passei pelo corredor, até chegar na sala que meu pai havia reservado para mim.
Ele escolheu uma sala ampla e muito organizada.
Puxei a cadeira, sentei e acessei a contabilidade da empresa. Tive a autorização do meu pai, para isso.

Foi uma manhã bem proveitosa e até divertida. Passei boa parte do tempo na sala e acabei participando de uma reunião. Fui apresentado a alguns sócios, que ainda não me conheciam.

Fui liberado mais cedo, meu pai permite esse privilégio, porque sabe que tenho que ir à faculdade.

Ao chegar em casa, tomar banho e almoçar, troquei poucas palavras com a minha mãe e fui para a faculdade.

Beto passou pela minha casa e nós fomos juntos, no meu carro.
Durante o caminho, conversamos sobre o meu trabalho na empresa e principalmente sobre a Jéssica.

Quando chegamos, dei uma volta por todo o local, mas não a encontrei. Entrei na sala dela e nenhum sinal.

Assisti as aulas sem muito interesse e não parei de lembrá-la um só minuto.

Apenas quando estávamos saindo da sala, vimos ela e a Ana conversando.
Eu a chamei e ela puxou a Ana pelo braço, saindo de onde estavam.
Quando estava indo atrás delas, Beto me convenceu a ficar.
—Dê tempo ao tempo!_ele disse,segurando em meu ombro.

—Acho que você tem razão._respondi, pensativo.

Mais uma vez, deixei a Jéssica ir.

Trocados Na MaternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora