Problemas em casa

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Jamais poderia imaginar que aquela garota, é a irmã do Eduardo.
Ele já havia me falado que tinha uma irmã, mas eu não sabia que a encontraria com ele, na faculdade.
Não sei o que ela estava fazendo lá, e para falar a verdade, isso não me interessa.

Agora vou sentar, e comer as panquecas que acabei de fazer.
Pego o suco que estava na geladeira, coloco as panquecas na mesa e sento para lanchar.

Quando estou comendo, mamãe aparece na cozinha. Percebo uma certa tristeza no olhar, e também na voz dela.

-Aconteceu alguma coisa, mãe?

-Não. Está tudo bem._ela diz, mas não consegue me convencer.

-Mãe, não sou mais criança. Não queira me esconder as coisas! Eu sei quando algo não vai bem.

-Eu sei que você cresceu, mas não quero que fique se preocupando com os meus problemas.

-Mamãe, os seus problemas, e os problemas do papai, também são meus. Quero saber o que te preocupa!_pego em suas mãos.

-O problema minha filha, é pouco dinheiro entrando em casa e muitas contas atrasadas. A loja do seu pai, lucra cada vez menos.

-Mãe, eu vou ajudar vocês. Vou procurar emprego!

-Jéssica, não faça isso! Eu e seu pai, queremos que você estude, se forme e seja alguém na vida. Agora, me dê uma panqueca dessa, porque o cheiro está delicioso.

Entrego para minha mãe, o prato com as panquecas.

-Muito boa!_ela come um pedaço.

Depois do lanche, lavei os pratos e entrei em meu quarto. Eu precisava pensar, colocar as ideias em ordem.
Não é justo que o meu pai sustente a casa sozinho. Tenho que conseguir um trabalho. Preciso contribuir em casa com alguma coisa.

Meu telefone toca.

O Eduardo está me ligando. Vou atender.

Ligação on:

-Alô?_falo, colocando o celular ao ouvido.

-Jéssica, você vai à faculdade hoje?

-Sim. Por que a pergunta?

-Quero falar com você! Espero que não esteja aborrecida comigo.

-Não estou. Falo com você depois. Até logo!_ouço a resposta dele, e desligo.

Ligação off.

Na hora do almoço, comentei na mesa, que vou procurar trabalho e meu pai ficou muito aborrecido.
Ele não quer me ver trabalhando, enquanto não estiver formada.

Escovei os dentes, tomei banho e agora estou me arrumando para ir à faculdade. Coloquei um tomara-que-caia vermelho, e deixei o cabelo solto mesmo.

Passei pela casa da Ana, e agora estamos na parada de ônibus.

-Amiga, vou procurar um trabalho o quanto antes. Tenho que ajudar meus pais!

-Eles sabem disso?_ela pergunta.

-Eu contei, mas eles não estão de acordo.

-Conta comigo, para o que precisar!_nos abraçamos.

-Eu tenho a melhor amiga do universo!

-Tem mesmo._ela beija o ombro.

-Sua convencida!

Sorrimos juntas.

O ônibus chega, entramos, sentamos e aguardamos ansiosas, chegar à faculdade.

Quando chegamos, não encontramos o Beto, nem o Eduardo.
Acho que já estavam na sala, ou ainda não haviam chegado. Foi melhor assim, porque eu não estava com paciência para conversar com o Edu.

Quando a aula acabou, não esperei para ver o Eduardo. Saí "voando", para não ter que conversar com ele.
Talvez eu esteja me apegando demais ao Edu, e isso não é bom para mim.
Já pude perceber que a família dele tem muito dinheiro. Somos de mundos muito diferentes. Não posso ter nada com ele, então é melhor que eu me afaste, antes que seja tarde para isso.

Depois que jantei, lavei a louça e fui para a sala ver tv.
Meus pais estavam cansados e foram deitar mais cedo.
Quando já não tinha mais nada interessante para assistir, fui para o quarto.

Assim que entro e fecho a porta, ouço alguém batendo na janela do meu quarto

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Assim que entro e fecho a porta, ouço alguém batendo na janela do meu quarto. Afasto a cortina, e vejo o maluco do Eduardo.

-Jéssica, abre a janela! Tá frio aqui.

-Fala baixo! Não quero que acorde meus pais._abro a janela.

Ele entra em meu quarto, fecho a janela e o observo.

-Eu não deveria deixar você entrar. Isso é errado.

-Errado para quem? Para você? Para os seus pais? Ou para essa sociedade machista e hipócrita?_ele se aproxima.

-Errado para nós dois._dou um passo para trás.

Eduardo me agarra pela cintura e junta seus lábios aos meus.
Nos beijamos com um beijo lento, tranquilo.
Sinto que tenho que parar por aqui, mas não sei se consigo. Nossas línguas se encontram e brincam, uma com a outra.
Ele para o beijo e cheira o meu pescoço, tirando as mãos da minha cintura e as levando para o meu bumbum.
Eu o empurro e peço para ele ir embora.

-Qualquer uma no seu lugar, ficaria comigo agora, sem pensar duas vezes._ele diz, irritado.

-Pois é aí que está o problema, porque eu não sou qualquer uma.

Abro a janela e mando ele sair. Quando está indo embora, ele vira para mim, e diz:
-"Me desculpa! Tudo que eu queria, era ter você para mim."

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Bem assanhadinho esse Eduardo, não acham?
Jéssica que se cuide!
Até o próximo...
Beijos!

Trocados Na MaternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora