Duas famílias.,
Duas mulheres grávidas.,
Duas crianças.,
Um menino.,
Uma menina.,
Uma única data.,
Uma única maternidade...
Duas crianças nascem,crescem,se conhecem,se apaixonam e descobrem um segredo:
Estão com as famílias trocadas.
O que será que...
Quando chego à faculdade, encontro a Ana no corredor. Vejo que ela está sozinha e pergunto sobre Jéssica.
-Jéssica não veio hoje._ela responde.
-Por que ela não veio? Ela nunca falta!_respondo,passando a mão no cabelo.
-Mas, para tudo nessa vida, há uma primeira vez._Ana diz.
-Você não respondeu a minha pergunta._reclamo, já ficando nervoso.
-Jéssica está doente.
-Sério? O que ela tem?
-Deve ser um resfriado. Ela estava com febre, dor na garganta e dor de cabeça._ela explica.
-Eu quero vê-la! Quando sairmos daqui, você me leva até a casa dela. O Beto nos dá uma carona no carro dele.
-Onde o Beto se meteu?_Ana pergunta.
-Foi estacionar o carro, mas até agora não entrou.
Beto aparece.
-Falavam de mim?_ele pergunta, beijando o rosto da Ana.
-Estamos falando sobre a sua demora, para estacionar um carro._falo, já sabendo a resposta.
Tenho certeza que ele estava paquerando alguma garota lá fora. Beto está ficando com a Ana, mas eles ainda não tem um relacionamento sério. E o meu amigo é assim como eu, que não fica satisfeito com uma única mulher.
Não estou conseguindo prestar muita atenção nas aulas. A Jéssica não sai do meu pensamento. Fico imaginando como ela está., se melhorou, se ficou pior. Eu quero vê-la! Preciso saber se ela já está bem. Quero tocá-la, ouvi-la, saber notícias dela. Não sei onde Jéssica mora, mas espero que Ana me leve até lá. Não conheço a família dela, não sei se ficarão aborrecidos com a minha visita,e para falar a verdade eu não me importo. Eu vou,e ponto final.
Assim que a aula termina, levanto, pego meu material e chamo o Beto para saírmos da sala. Paramos de frente à sala da Ana,e ficamos esperando ela sair. Ela olha para a porta e nos vê, estamos parecendo dois bobalhões. Pelo menos, é o que ela está nos dizendo apenas com o olhar.
A aula de Ana termina, ela guarda o material na mochila,e vem até nós.
-O que fazem aqui?_ela pergunta,demonstrando não saber.
-Já te falei que quero ir à casa da Jéssica. Você vai nos dizer o endereço dela._respondo, meio chateado.
-Por que quer ir até lá? Vocês só brigam._Ana conclui.
-Isso não é verdade. Estamos nos dando bem._me defendo.
-Vocês tem um jeito muito estranho de se darem bem._ela cruza os braços.
-A gente vai até a casa da Jéssica, ou vocês dois vão ficar aí de "mimimi"?_Beto diz, após um bom tempo observando o nosso "blábláblá".
Saímos da faculdade e entramos no carro do Beto. Ana vai nos dizendo o caminho a seguir.
-Finalmente um dia em que eu não tenha que pegar ônibus para ir para casa._ela fala, parecendo está aliviada.
-Você vai para a faculdade e volta para casa de ônibus, todos os dias?_pergunto.
-Sim. A Jéssica também. O meu pai tem um carro, mas nem sempre está disponível. Às vezes, ele vai para o trabalho no carro dele._ela afirma, de cabeça baixa.
Deve ser muito difícil a vida de quem não tem dinheiro. Eu não sei como é isso. Desde que nasci, sempre tive tudo que desejei.
Minutos depois, estamos parando o carro em frente à casa da Jéssica. Saio do carro e agradeço aos dois. Beto vai deixar a Ana na casa dela, enquanto eu fico para ver a Jéssica.
Crio coragem e me aproximo da porta, batendo na mesma. Uma mulher simples, mas muito bonita aparece.
-Pois não? Em que posso ajudar?_ela pergunta, toda sorridente.
-Eu gostaria de saber sobre a Jéssica. É aqui que ela mora não é?_falo, um pouco nervoso.
-Sim. Quem é você?_ela pergunta, me olhando dos pés à cabeça.
-Sou o Eduardo, amigo dela. Nos conhecemos na faculdade._respondo, um pouco sem jeito.
-Está bem. Pode entrar!_ela responde.
Entro na sala e ela mostra o sofá, para que eu me sente.
-Vou dizer que você está aqui._ela sai da sala, pedindo que eu espere.
Balanço a cabeça, concordando.
É uma casa simples, mas muito limpa e organizada. Há uma estante na sala, com uma tv grande, um aparelho de som e várias fotos da família.
A mãe da Jéssica volta do quarto,e pede que eu aguarde só mais um pouquinho, que a filha já vai falar comigo. Ela pede licença, se retira novamente e eu permaneço aguardando.
Minutos depois a Jéssica aparece na sala. Mesmo doente, ela continua linda.
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-Você está linda!_falo, a admirando.
-Eu me arrumei um pouco para te ver. Não há beleza que resista, quando a pessoa não está bem. Mas, o que faz aqui?
-Filha, isso é jeito de tratar o seu amigo? Ele veio te ver._a mãe dela diz, aparecendo na sala com uma bandeja em mãos.
Eu gostei dessa mulher. Acabei de conhecê-la,e parece que já a conheço a muito tempo. Ela me oferece um suco de frutas, com alguns biscoitos e uma fatia de bolo.
-Não precisava se incomodar,senhora._respondo, recebendo o lanche.
Ela se retira.
Jéssica senta no sofá ao lado, me encarando. Acho que ainda está aguardando a resposta da pergunta que me fez, a minutos atrás.
-Ana me falou que você estava doente. Eu quis vê-la. Fiquei preocupado._respondo.
Ela parece envergonhada pela forma como me tratou.
-Eduardo, me desculpa se fui grossa. Obrigada pela visita._ela sorri e coloca o cabelo atrás da orelha.
-Sem problemas._sorrio de volta.
Termino de comer e coloco a bandeja em um centro que há na sala.
-Ainda sinto febre, mas vou ficar bem._ela diz.
-Eu já vou indo. Espero que você melhore logo._levanto e a abraço.
-Obrigada mais uma vez._ela beija meu rosto.
Nos encaramos e sorrimos um para o outro. A mãe dela aparece na sala, ela sorri para mim. Eu agradeço pelo lanche e a simpatia dela. Me despeço das duas, saio da casa e ligo para o Beto, pedindo que venha me buscar.
Em poucos minutos ele para o carro na minha frente, entro no carro e seguimos para minha casa.
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Oi gente linda! Desculpa a demora para publicar. Amo escrever, mas às vezes acontecem coisas em nossa vida que nos faz ficar sem tempo, ânimo ou disposição. Todos nós temos uma vida "fora" do wattpad, e precisamos cuidar dela também. Mas, estou de volta e isso me deixa muito feliz. Beijos!