Tudo por um filho

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Faz dois dias, que não sei nada do meu filho. Dois dias, pode parecer pouco para outras pessoas, mas não para mim. Sou uma mãe, que se encontra desesperada por não saber onde, nem com quem, o filho está. Como pode, ele ter sumido da casa da avó? Quem o levou? Para quê?
Eduardo não tem ido trabalhar, e também não foi à faculdade. Quem é que tem vontade de estudar, com um filho desaparecido?

—Eu trouxe o seu café da manhã. –Eduardo entra no quarto, trazendo uma bandeja com alimentos.

—Não estou com fome!

—Jéssica, você não tem comido, desde que o Enzo sumiu. Não pode continuar assim!

—Como vou conseguir comer, sabendo que meu filho pode está passando fome, ou coisa pior?

—Meu amor, está sendo doloroso para mim também, mas precisamos nos manter de pé, para resolver essa situação. Além disso, você precisa pensar no outro filho, que está carregando. Vamos acreditar que vai dar tudo certo. A polícia está tomando conta do caso.

Não consigo comer. Apenas o suco, consegue passagem. A comida fica entalando, e eu não consigo engolir.
O Edu sai do quarto, e eu permaneço deitada, chorando, porque é a única coisa que tenho feito, desde que fiquei sem o meu Enzo.
Meu celular toca, e acreditando que seja alguma notícia sobre o meu filho, eu atendo.

—Alô! Quem fala?

—Sou eu, mosca morta. Reconhece a minha voz?

—Débora? É você?

—Claro! Quem mais te ligaria, além de mim?

—Débora, não tenho tempo, nem cabeça, pra ficar de papinho com você.

—Não desliga, não! Você não estava querendo saber onde está o muleque? Ele está comigo! Na minha casa. Meus pais viajaram, e eu trouxe o garoto pra ficar comigo. Não gosto de ficar sozinha.

—Débora, eu juro que mato você, se fizer algo com meu filho!

—Baixa a tua bola! Você não está em condições de ameaçar ninguém. Eu quero falar com o Edu. Anota o endereço que eu vou dizer, e passa pra ele. Não pense em acompanhá–lo! Quero ver o Eduardo sozinho!

Depois de anotar o endereço, troco de roupa, pego minha bolsa e saio sem comunicar ao Eduardo. Tento sair sem fazer barulho, para não acordá–lo, quando vejo que ele está dormindo no sofá.
Pego o carro dele, e vou tentar resgatar meu filho, das mãos daquela covarde maldita.

Chego no endereço que ela deu, toco a campainha e ela vem atender. Quando a vejo, sinto um ódio profundo. Minha vontade, é matá–la com minhas próprias mãos, porém, preciso me controlar porque ainda não tenho meu filho comigo.

—O que faz aqui? Eu disse que queria ver o Eduardo.

—Mas eu quis vir. Onde está meu filho? Devolve ele!

—O muleque está no quarto brincando, mas não pense que vou devolvê–lo. Eu estava pensando em trocá–lo pelo Edu, só que como ele não está aqui, acho melhor ficar com ele. É uma forma de ter o Eduardo perto de mim.

—Você ficou maluca? Você vai devolvê–lo sim!

Parto para cima dela, a derrubando no sofá. Não sinto pena, de esbofeteá–la.

—Jéssica, cuidado! Ela tem uma arma. –Eduardo grita, ao entrar na casa.

Sou empurrada, e acabo caindo no chão. Débora levanta do sofá, segurando uma arma apontada pra nós.

—Querem morrer juntos, ou mato um de cada vez?

Ouço o choro do Enzo, e vou para cima dela, tentando arrancar a arma da vagabunda, mas acabo levando um tiro no braço.
Eduardo a segura por trás, enquanto vou procurar meu filho. O encontro sentado no chão, chorando. Eu o pego em meus braços, verificando se ele está bem.
Chego na sala com meu filho nos braços. Embora meu braço esteja doendo muito, minha principal preocupação é tirar meu menino desse lugar.
Ela consegue pegar a arma novamente, e nos intimidar com ela.

—Daqui ninguém sai! –Ela grita.

Rasgo a manga da minha blusa, e amarro no braço, para que pare de sangrar. Seguro meu filho com todas minhas forças, para protegê–lo.
Eduardo olha para mim, e sussurra: Eu te amo!
Em seguida, começa a falar com a Débora.

—Pode liberar os dois! Eu fico aqui com você. Não preciso dela, nem do menino. Podemos nos casar e ter filhos nossos.

—Eu entrei na casa da Mariana facilmente, e peguei o garoto. Os seguranças me deixaram entrar.

—Manda ela ir embora com o garoto! Quero ficar sozinho com você.

Dói muito ver o Edu beijando o pescoço dela, mas eu sei que ele está tentando nos salvar. Levanto, agarrada ao menino, e me aproximo da porta para sair, quando o Edu engana a Débora., tirando lentamente a arma das mãos dela e lhe dando uma coronhada, a fazendo desmaiar.
Saímos rapidamente do local. Enquanto o Edu assume o volante, eu telefono para a polícia.

Levamos bronca dos nossos pais, por fazer tudo sozinhos. Antes de vir para casa, passamos no hospital para cuidarem do meu braço. Agora que tenho o Enzo de volta, me sinto completa.

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Esse foi o capítulo de hoje. Espero que gostem!
Beijo!

Trocados Na MaternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora