A paixão fala mais alto

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Eu estava no quarto fazendo um trabalho, quando meu celular tocou. Vi que era um número desconhecido e por pura curiosidade, decidi atender.
Era nada mais, nada menos, que uma pessoa da empresa onde estavam precisando de secretária.

No dia que saí para procurar emprego, também entreguei currículo onde estavam à procura de secretária. E agora, eles estavam me ligando.

Atendi a chamada e fiquei boquiaberta quando me pediram para estar presente amanhã, em uma entrevista.
Eu afirmei que estaria presente, na hora marcada e assim que a pessoa do outro lado da linha terminou de falar, desliguei.

Continuei fazendo o trabalho e quando terminei fui à casa da Ana. Eu precisava contar para alguém e nada melhor, que contar para a minha melhor amiga.
Eu poderia esperar até chegar a hora de nos encontramos na aula, mas a ansiedade falou mais alto.
Acho que conversamos por umas duas horas, depois voltei para casa. Já era hora de almoço e eu precisava almoçar, para ir à faculdade.
Ajudei a arrumar a mesa e chamei meus pais para comer.

Eles estavam na sala conversando, quando os chamei, vieram sem demora.
Comemos, conversamos, depois vi que já estava quase na hora de sair.
Beijei meus pais e fui me vestir.

Quando entrei no quarto, peguei minha mochila, verifiquei se estava tudo dentro e a joguei na cama. Abri o guarda-roupa, escolhi algumas peças e troquei de roupa.

Me olhei no espelho, arrumei o cabelo, peguei minha bolsa e saí do quarto.

Olhei para a hora no celular e concluí que não daria tempo ir até a casa da Ana. Liguei para o celular dela e avisei que estava indo para a parada de ônibus. Ela entendeu e falou que nos encontraríamos lá. Desliguei e continuei caminhando.

Após algum tempo, estávamos dentro do ônibus, esperando ansiosamente chegar à faculdade.

-Já conseguiu perdoar o Edu?_ela perguntou, cutucando meu braço.

-Ainda não sei. Preciso pensar._respondi, sem olhar nos olhos dela.

-Eu sei que você gosta dele. Admita!_ela insistiu no assunto.

Olhei para o outro lado e permaneci calada. Ela notou que eu não queria continuar com o assunto e não falou mais nada.

Quando chegamos, Ana viu o Beto e o chamou para conversar. Eu fui para a sala e fiquei na minha.
Meu celular vibrou e vi uma mensagem do Eduardo.

Jéssica, esquece o que aconteceu!
Preciso que me perdoe. Eu jogo tudo para o alto e termino esse noivado hoje mesmo... Basta você dizer que vai ficar comigo.
Estou apaixonado.
Me procura!

Li a mensagem e confesso que fiquei sem ar. Acho que a Ana tem razão quando diz que eu gosto do Eduardo. Talvez eu goste mesmo, e não queira admitir.

Já estávamos indo embora quando ouvi um assovio. Olhei para trás e vi a irmã do Eduardo.

-Jéssica, meu irmão quer falar com você._ela disse, ao se aproximar.

-Onde ele está?_perguntei, já que não estava vendo o Edu.

-Ele já entrou no carro. Não veio falar pessoalmente, porque está envergonhado.

Pensei um pouco e falei.

-Se ele quiser falar comigo, vá até a minha casa! Pode ser hoje à noite.

-Ou... Podemos sair._ela sugeriu.

-E você pretende levar a sua futura cunhada?_provoquei, para saber qual a real intenção dela.

-Claro que não! A Débora não precisa saber._ela respondeu.

-Fala para o Eduardo, que vou pensar. Depois, eu telefono para dar uma resposta.

-Ok! O Beto e a Ana também estão convidados, caso você decida ir._respondeu e saiu.
Eu a vi entrando no carro do Edu. Em seguida, o Beto se despediu da Ana e se foi.

Eu queria conversar com o Edu, mas não sabia se seria a coisa certa a fazer.
À noite, enviei uma mensagem para ele.

Se deseja falar comigo, venha até a minha casa!

Dentro de poucos minutos, recebi uma resposta.

Se é você quem está chamando, vou correndo!
Me aguarde!

Deixei um sorriso escapar dos meus lábios, quando li a mensagem.
Já que ele estava vindo para a minha casa, fui para o quarto me vestir melhor.
Tomei um banho rápido, me vesti, passei perfume e fui para a sala. Meus pais estavam vendo tv.

-Vai sair filha?_papai perguntou.

-Não. Estou esperando uma visita chegar.

-Quem vem aqui?_mamãe perguntou, curiosa.

-O Eduardo._respondi e notei que meu pai fez cara feia.

Minha mãe sorriu.

-O que esse rapaz vem fazer aqui?_meu pai questionou, sua expressão era séria.

-Apenas conversar._respondi, sorrindo.

Ouvi um carro buzinar lá fora.

-Deve ser ele!_falei e saí.

Vi o carro do Edu estacionado na frente da minha casa e ele estava encostado no automóvel. Quando o vi, me aproximei.

-Você quer sair? O Beto levou a Ana e a Bianca para passear. Se quiser, a gente vai se encontrar com eles.

-Se eu não quiser?perguntei,o desafiando.

-Fico aqui com você! O que decide?

-Não tô com vontade de sair!_respondi.

-Foi o que pensei. Por isso... Eu trouxe batata frita e suco.

Ele tirou duas porções de batata frita de dentro do carro, depois me entregou um copo enorme, de suco de uva.

-Está querendo me comprar?perguntei e ele sorriu.

-Se você permitir, eu compro!_ele se aproximou.

Ele usava um perfume delicioso. Sentir o corpo de Eduardo tão próximo ao meu, fez com que todos os pelos do meu corpo, se arrepiassem. Eu me afastei com a desculpa de que estava lanchando. Ele apenas sorriu.

Terminei de comer e Edu me entregou uma sacola para colocar as embalagens.
Tivemos uma longa conversa, eu decidi perdoá-lo.
Eduardo me puxou pela cintura, encostou os lábios aos meus e nos beijamos, apaixonadamente.

Trocados Na MaternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora