Três semanas depois

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3 semanas depois...

Três semanas se passaram, depois que chegamos aqui, e eu estou feliz porque o Eduardo conseguiu um emprego. Ele está trabalhando em uma empresa de laticínios. A função dele, é tomar conta da mercadoria que entra e que sai, da empresa.
Ainda não sei quando voltaremos a fazer faculdade. Por enquanto, ele trabalha e eu faço aula de espanhol.
A vó Matilde ( já comecei a chamá–la de avó), é uma pessoa maravilhosa. Ela tem dinheiro, posição social, mas não se julga superior a ninguém.

Ela quis nos dar dinheiro, comprar uma casa para o Edu, mas nós decidimos crescer por nosso esforço próprio.
Eu também quero trabalhar. O Edu e a vovó, foram contra mas há trabalhos leves, que poderei fazer.

Telefono para os meus pais, quase todos os dias. Também ligo para a Ana e a Bianca, porque a saudade é muito grande.
O Eduardo também telefona para a Mariana.
Talvez pareça estranho, continuarmos com nossos "antigos" pais, mas não é da noite para o dia, que vamos mudar tudo. Fomos criados com pessoas, que aprendemos a amar, e de repente, vem um teste de DNA e muda tudo? Não é fácil para nós. Não é fácil para eles.

Eu faço aula de espanhol pela manhã. Quando saí do curso, entrei em uma pizzaria, e comprei uma pizza doce sabor chocolate, com cobertura de morango. Eu senti um desejo enorme, de comer esse tipo de pizza.
Quando estava saindo da pizzaria, ouvi alguém chamando meu nome. Olhei para trás, e vi o Rafael ( amigo da Bianca).

—Jéssica, você aqui? –Ele perguntou, surpreso.

—Rafael? Amigo da Bianca? –Questionei.

—O próprio.–Ele disse, sorridente.

—Ela sempre fala muito em você. Até me mostrou algumas fotos suas. Foi por isso, que te reconhecí. Eu estou morando aqui, com o Eduardo.–Expliquei.

—Bianca já contou tudo que aconteceu, inclusive, que você é irmã dela, e o Edu não é.–Ele disse.

—Bem, eu tenho que ir. O Edu vai chegar para o almoço, e eu preciso comer isso aqui. Não quero que meu bebê, tenha cara de pizza.–Passei a mão sobre a barriga.

—Bianca não falou da sua gravidez.

—O mais importante, ela esqueceu de dizer.–Sorri.

Ele concordou com a cabeça, sorriu, e eu me despedi.
Quando entrei em casa, o Edu estava na sala, conversando com a vovó.
Eu mostrei a pizza, e eles começaram a rir do meu desejo.

—Pizza doce? Esse é o primeiro desejo do meu filhote? –Edu falou, sorrindo.

A vó Matilde ficou rindo, e acariciando a minha barriga. Em seguida, fomos almoçar.
Comi a pizza, como espécie de sobremesa. Claro, que não a comi sozinha. Vovó e Eduardo, me ajudaram a comê–la.

À tarde, o Edu voltou para o trabalho, e eu fiquei na maravilhosa companhia da vó Matilde. Assistimos filme, comemos pipoca, fizemos brigadeiro e conversamos bastante. Foi uma tarde maravilhosamente incrível.

À noite, me vesti, e fiquei no quarto, esperando o Edu chegar.
Quando Eduardo voltou do trabalho, recebi um beijo delicioso e um abraço caloroso.

—Eu tenho a mulher mais linda do mundo!–Ele disse, próximo ao meu ouvido.

Ele estava feliz, porque havia alugado um apê, para morarmos. No dia seguinte, seria a nossa mudança. Mesmo gostando, ter que sair da casa da minha avó me deixou um pouco triste. Eu acabei de conhecê–la e me dei super bem com ela, era justo que tivéssemos mais um tempinho juntas.

O Eduardo vai ganhar um ótimo salário, mas ainda não podemos ficar gastando com coisas supérfluas. Afinal, ele não recebeu o primeiro salário e nós não queremos ficar dependendo do dinheiro da vovó, embora ela tenha de sobra. No Brasil, largamos a faculdade e os nossos empregos. O Edu vendeu o carro e eu, tinha algum dinheiro guardado.

Sentamos à mesa, para o jantar. Vovó nos encarou, muito séria, e falou:

—O que fazem aqui? Um casal jovem, apaixonado, deveria sair para jantar fora.

—Vó, não podemos gastar dinheiro à toa. –Eduardo respondeu.

—Já falei que posso dar dinheiro, aos dois. –Ela disse, sorridente.

—Não é necessário. Já está fazendo muito, permitindo que fiquemos em sua casa. –Respondi, a beijando no rosto.

Ela ficou triste, quando soube da nossa mudança para um apartamento alugado.

—Preferem pagar aluguel, que morar em minha casa? Está faltando algo? –Ela pareceu triste.

—Não. Estamos apenas querendo ter o nosso lar. Quando tudo melhorar, comprarei uma casa. –Eduardo falou, a abraçando.

Vó Matilde havia ido para o quarto, e nós fomos para o nosso.
Vesti uma lingerie vermelha, e fiquei em frente ao espelho, observando se a minha barriga havia aumentado de tamanho.
O Eduardo se aproximou e me agarrou por trás.

—O que você prefere? Menino ou menina? –Perguntei, curiosa.

—Prefiro que seja uma criança saudável. –Ele respondeu, me virando de frente para ele.

—Eu concordo com você! –Enlacei o pescoço dele, com meus braços.

Nos beijamos e fomos para a cama. Já passava das 2h00min da manhã, quando adormecemos, depois de fazer amor.

No dia seguinte...

Na manhã seguinte, levantamos cedo. Eduardo precisava trabalhar e eu tinha que ir para o curso.
Tomamos o café da manhã, nos despedimos da vó Matilde e saímos.
O Edu está usando o carro da vovó, porque ainda vai levar um tempo, até podermos comprar um.

Quando saí do curso, decidi caminhar um pouco, porque mesmo tendo a companhia agradável da minha avó, às vezes fico entediada. Talvez eu sinta falta da amizade de alguém jovem. Sinto muita saudade da Ana, e da Bianca também.

Passei em frente a uma loja chamada: Sonho do bebê.
Como não estava fazendo nada, pensei: "Por que não?"
Entrei na loja, e fiquei olhando para os sapatinhos de lã.

—Buenos días! Puedo ayudar–la?–Disse, uma vendedora.

—Estoy solamente, mirando algunas cosas. –Respondi, gentilmente.

Ela sorriu e afastou–se, indo atender uma cliente que acabara de entrar.
Eu não tinha intenção de comprar nada, mas acabei ficando com um sapatinho branco, de lã, com um bordado que dizia: Amor meu, com linha vermelha.

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Capítulo novo saindo... Rsrs
Desculpem a demora para publicar. Amanhã tem mais.
Beijo!

Trocados Na MaternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora