Connection-On

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    ­- Isso é ridículo.Mary deu um passo em diante e apontou para a esquerda. Árvores de galhos retorcidos, folhas sem cor, o chão escuro de uma neve densa e impura sob as botas de cavalaria. – Já faz dias.

    - Esperar era o plano desde o início. – Adam respondeu com um movimento despretensioso de ombros. – Clarke está ferida demais para se mover mais do que já avançamos.

    - Clarke está muito melhor que Lexa. – Mary rebateu. - Está vendo aquilo?!Apontou para o traço de fumaça negra que manchava o céu entre o pico das árvores. – É exatamente o mesmo que vimos quando Polis estava sob ataque!

    - Aquilo foi anos atrás. – Adam respondeu com um bufar, Mary colocou as mãos na cintura e caminhou para perto do mais velho. – Polis era um acampamento, Lexa sequer era Comandante de verdade!

    - As circunstâncias não mudaram. ­– Negou. – Desde o início esperamos por respostas, nunca damos o primeiro passo e coisas como essa acontecem! Estamos presos em um beco sem saída com inimigos por todos os lados e a única opção que acha viável é esperar o resgate como um bando de baratas com medo do extermínio?!

    - Estamos nos mantendo vivos!

    - Esses não são os modos de um Comandante! Mary rebateu, olhos cálidos e um sorriso amargo se voltando para a morena. De pé em frente a árvore caída, esteve encarando o mesmo pedaço da vegetação por quase uma hora e nem mesmo Clarke podia imaginar o que se passava em sua cabeça no mundo real. – Guerra é uma língua universal, poder é respeitado em qualquer continente... Não vai conseguir o que quer fugindo dessa maneira.

    - Você é louca.

    - Eu sou louca? – Ela riu alto. – Você assassinava pessoas ao seu bel prazer e eu sou louca por querer fazer alguma coisa que realmente mude nossa situação?!

    - Não existem inocentes aqui.

    - Ao menos eu não sou mentirosa.Mary rebateu de imediato. – Eu sei quando devemos atacar, já vi uma situação parecida com essa-

    - A claro, a grande revolucionária.

    - Me lembre mais uma vez como morreu? Certo, traído por seu próprio povo. – Adam bufou. – Me deixe explicar uma coisa, Adam. Você pode ter deixado de tentar tomar o controle, mas ainda é o último na lista dos menos confiáveis para dar qualquer concelho que seja. Até onde eu posso imaginar, se disser para Lexa respirar eu vou julgar como uma armadilha então fique calado e deixe que quem realmente se importa faça alguma coisa.

    - Você é uma mulher fútil e egoísta. – Apontou na impaciência.

    - Você é um ditador que se finge de inocente. – Ela riu com um sacudir de ombros.

    Os dois mergulharam em uma troca calorosa de insultos, vozes ecoando em um vácuo que circulava o crânio de Lexa incansavelmente. Seu corpo doía, diferente do mundo real, aquela realidade insistia em lembra-la de que aquele não era seu lugar verdadeiro. Parecia tentar expulsa-la para fora a cada visita. Ergueu a mão esquerda ao lado do rosto, os dois fantasmas se calaram e buscaram seu rosto.

    - Vai ter que acontecer com cautela. – Pensou calmamente.

    - Sim... – Mary assentiu com um sopro de alivio e um pequeno sorriso.

FINITUSOnde histórias criam vida. Descubra agora