FINITUS

Sticks And Stones

O calor acolhedor depois do frio amedrontador estava no ar, os envolvidos eram um grupo pequeno, os mesmos que adormeceram na espera pouco atrás. Lexa recebia visitadas rápidas dos amigos com o passar da madrugada e as porções de comida, sucos e vinhos foram tragos ao quarto por Indra. Eldim veio depois, desejando melhoras no adoecer repentino. Clarke vinha garantindo aos soldados e mestres de campo que batiam a porta que não passava de uma complicação da exaustão extrema e uma leve gripe, que apenas umas horas de sono já colocariam sua esposa nas linhas de frente com toda sua teimosia. Lexa foi vista caminhando com roupas molhadas por aí, aquilo deveria ser o suficiente, Anya e Aden confirmavam a história quando um civil incrédulo pressionou a visita, talvez pelo som de grunhidos de dor quando a Comandante vomitada o embrulho vindo de um copo de suco. Aquela foi a única mentira contada na noite, Lexa observou Marcus contar os problemas durante o ataque a montanha e trocava olhares com Clarke, deitada ao seu lado da cama e segurando sua mão desde que acordou. Raven ficou surpresa quando a prima recitou uma de suas próprias frases em uma discussão velha.

"Quanto mais mentes pensando nisso, o melhor." Lexa sorriu para a os olhares e logo em seguida começou a falar. Anya entrou em pane com dez minutos e resolveu escrever as palavras em uma das várias folhas espalhadas pelo chão. Pensou em soltar uma piada, mas sabia exatamente o porquê da bagunça, o mesmo havia acontecido no seu quarto na noite passada. Echo riu no olhar confidente.

Jane cedeu sua cadeira a Raven e caminhou para as frutas, trouxe um prato com uvas e pão e o colocou na cama. Clarke agradeceu e quase enfiou as pequenas frutas verdes na boca de Lexa, ainda fraca demais para se levantar, mas arriscando uma ou outra tira de pão. Baioneta cuidava cuidadosamente de sua dona, mas agora tomando toda a ponta da cama com corpo esticado. Só deu espaço para Aden, escrevendo seu raciocínio em um dos vários pedaços de papel no ambiente, Kane trazia suas antigas habilidades de investigação a superfície e levou uma travesseirada da filha com um sorriso ao apontar que o quarto das Comandantes estava quase tão bagunçado quanto o seu. Octavia trouxe uma taça de água para a cama e brindou com Lexa, um silencioso pedido de desculpas ao se sentar no chão ao lado da namorada e continuar a ouvir as conversas esporádicas no ambiente. Anya estava esticada pelo sofá com pernas servidas de apoio as suas anotações, Jane usava a mesa livre como apoio e Kane resolveu deixar o vinho de lado para comer um pedaço de pão. Agora Raven entendia o porquê dos seus estranhos comentários.

- Okay... Lexa nos contou isso para pensarmos juntos, então... Vamos pensar juntos. – A mecânica pediu, Lexa rabiscando o papel com a tinta azul da caneta, Clarke sorrindo quando lhe viu respirar fundo.

- Sua animação é contagiante. – Clarke murmurou.

Lexa a olhou com um sorriso pequeno, a página arrancada de cor creme do bloco de desenhos cobria as palavras que havia dito a pouco, o desenho de um par de olhos em tinta preta, aos poucos recebendo o contorno conhecido de sua própria pintura de guerra. A caneta deslizava sobre a folha com destreza, pintada com o amarelo sutil das velas por todo o quarto.

- Hey, pombinhas. Foco. – Uma bolinha de papel amassado bateu na testa de Clarke e Lexa sorriu com um sacudir de cabeça. Parando com olhos fechados quando seu nariz foi atingido em seguida, do outro lado do quarto. Diretamente de onde Anya fingia que nada estava acontecendo. – Beleza, vamos lá... Lexa?

- Por que sou eu quem tem que ler? – Se remexeu na cama, uma uva sendo sugada para dentro da boca de Clarke e suprimindo seu sorriso ao mastigar.

- Só- Lê isso de uma vez.

- Da realeza o sangue a trouxe... – Suspirou com olhos para o teto. – Da espada a morte saiu.

- Para. – Pediu. – Todo mundo já deve saber a essa hora que a primeira parte fala da herança, certo?