Space's Depravation

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Tudo desse lado do Meridiano de Greenwich... Metade dos Mares. Metade das Terras. Metade dos céus. Era mentira, Daenerys é uma grande mentirosa. Ela queria apenas demonstrar poder quando eu sabia muito bem que a guerra que aconteceu desse lado do globo depois das bombas dividiu "seu reino" em dois pedaços, o pedaço a Norte que ocupava quase todo continente Europeu e onde estávamos agora -mais precisamente em uma das antigas ilhas da Espanha do Norte-, e Sul. Antes conhecido como Continente Africano, mas acabou sendo rebatizado para Essos, como prova de uma completa separação das terras de Westeros em um ato de independência. Um erro que lhes custou caro.

O que antes já era uma vida difícil naquele grande continente de beleza cruel se tornou um oásis mortal, os poucos que tentaram a sorte como líderes em seus terrenos inférteis de desertos sem fim, cidades destruídas e a morte não só causada pelas bombas, mas a fome amplificada no que restou da humanidade, acabou morrendo ou desapareceu para nunca mais ser encontrado na imensidão de terra quente e sem fim. Era o local escolhido desde sempre pelo meu lado do mundo para enviar os que quebravam a lei de maneira grave, não o suficiente para a execução, e ainda considerados perigosos demais para continuar em minhas terras. Exilio, uma chance de recomeço bem longe das fronteiras da antiga Mali. Se o destino resolvesse ser clemente com seus erros, não cabia a mim discordar. Tem sido dessa maneira desde os primeiros meses da reformada de Polis, após a Batalha da Ascensão, como os locais começaram a chamar.

Westeros é pequena comparada aos outros continentes, mas já se mostrou mais do que perigosa para quem a subestima. Logo no início da década, os que não concordavam com meu comando se recolheram sob o poder dos Sete Tronos erguidos ao redor dessa terra rica em cultura de diversos países caídos, todos os sete que reconheceram meu comando por temerem uma retaliação e acharam melhor seguir suas vidas depois de um tratado de paz que eu assinei sem problema algum. Sem ameaças, sem jogos, até poderíamos fazer negócios, mas eu ainda estava no Comando e havia jurado pela minha vida não interferir na deles.

E então Daenerys apareceu, deveria ter vindo de Essos se estava em exílio, atravessou o Mar Estreito entre os dois continentes e conseguiu seu lugar no trono Targaryen, eu consigo entender completamente essa parte, é seu legado de sangue afinal, mas fazer um levante de armas tão grande em um minúsculo período de tempo, derrubar os outros Sete Reis apenas por se ajoelharem a Comandante em um tratado de paz era o que eu jamais conseguiria entender. Na verdade, eu achava que tinha alguma ideia... Adam... Era só isso o que ela podia ver quando me olhava, ódio. Pessoas injustiçadas já se levantaram contra os reis por muito menos, mas suas ações eram simplesmente sem fundamento e envolver Ragnar só piorava essa loucura.

Nós não tínhamos muitos dados sobre Ragnar no sistema, mas tínhamos sobre Khal Drogo e o pouco que eu entendi da conversa por celular que tive com o Professor Eustácio berrava problema. Ele não era um exilado por sentença, se juntou a eles, Drogo nasceu no chifre da Antiga África poucos anos antes de mim, e cresceu ao redor da seca em uma tribo de cavaleiros das Terras Planas ao Sul de Essos. Seu pai era Norueguês, um traficante de diamantes de sangue que quase dizimou a tribo inteira para conseguir chegar a um poço de riquezas na encosta da montanha dos Andalos. Ele resolveu ficar com a princesa como escrava para o próprio prazer, ela não demorou a engravidar... Nasce o herdeiro de dois legados. O Norueguês mercante não dava a mínima para quem ele carregava em sua memória, recusou qualquer oferta que Eustácio fez durante suas expedições porque gostava da liberdade em navegar, tinha sua própria frota e negócio em expansão. A equipe da Investigações o encontrou no rastreamento de DNA do satélite Grounder, um corpo muito além da morte largado dentro do mesmo poço que tomou anos atrás, envenenando a única fonte de água a quilômetros.

Khal Drogo some do mapa, ninguém consegue encontra-lo, um cavaleiro das Terras Planas se escondendo de um satélite não fazia o menor sentido, mas agora faz... Não era mais Khal Drogo, o homem que teve a educação limitada a obedecer tudo o que o pai mercante dizia, era Ragnar, O Cavaleiro da Noite. Agora autointitulado líder do Exército de Exilados, atravessando o Mar Estreito diretamente para Dragonstone, a caminho da Rainha que falhou em manter os dois continentes unidos e provavelmente estava disposto a dar tudo o que ela ordenasse para unir Norte e Sul e marchar em uma linha reta para o meu lado do oceano.

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