Ice cold Pain

224 12 28
                                    

- ...E então nós ficamos esperando em frente a porta.

- "Por isso está desse jeito? Por que levou uma surra? " - Bellamy perguntou, um pouco preocupado.

- Obrigada pelas palavras...

- "Espera, eu preciso de um segundo..." - Monty levantou as mãos no monitor a nossa frente. - "A filha que você pensou que não existia está não só aí, mas também tem uma chama? "

- Não, ela não tem uma chama. - Neguei.

- "Você acabou de dizer que ela era quem estava cortando a comunicação. " - Raven relembrou. - "Estática, tudo aquilo de interferência de rádio. Sabe como é, Lexa... Você ficava nervosa e ninguém conseguia ouvir uma música. "

- Os celulares. - Levantei meu aparelho entre os dedos, me ajeitando na cadeira com um suspiro cansado. - Nada do formato físico ou tentáculos minúsculos que tem na minha cabeça ou da Clarke... Eu vou enviar as fotos, só um segundo.

Alguns toques na tela, a imagem foi enviada. Confusa, de uma porção de pontos espalhados por uma cabeça pequena e infantil em cor azul-esverdeada de um Raio X feito a poucos minutos antes que eu saísse do escritório em que todos estavam para a sala de reuniões, os vidros agora escuros nos davam alguma privacidade do restante do avião vibrando sob meus pés. Do outro lado da linha, Monty, Raven, Octavia, Bellamy e Abby se espremiam em frente ao visor do laboratório em Polis para todos observarem os documentos enviados.

- "Oh!!" - Bellamy soltou um sopro assustado, Raven franziu o cenho tentando forçar sua mente a se acostumar com o que via, Monty segurou seu crânio. Eu tive a mesma impressão, era como enxergar uma porção de grossos grãos de pó de vidro dentro de sua própria corrente sanguínea.

- "Como... Como isso... Ela está bem? Está com dor?!" - Abby perguntou rapidamente.

- Não, ela não está sentindo dor alguma... Lembram de alguma coisa com isso? - Questionei desgostosa, me levantei com um grunhido longo, segurei a cadeira ao caminhar em direção a mesa mais ao lado. Coloquei o celular em seu centro transparente e observei o holograma de uma porção de documentos surgir diante de meus olhos.

- "Tem alguma maneira de conseguirmos respostas sem todos aqueles exames? " - O holograma de Waverly cruzou os braços na outra ponta da superfície, usava o paletó de Arian, que caminhava de um lado para o outro no canto do ambiente escuro. - Ela é só uma criança... - Relembrou com desconforto.

- "Precisamos saber o que isso faz. " - Bellamy negou.

- Já sabemos o que isso faz. - Arian negou em presença verdadeira, caminhando para a mesa, dedos expulsando páginas holográficas da atmosfera acima da mesa até encontrar o que queria. - Aqui, esse tal de Wonkru está datado de antes da primeira chama, que está no seu cérebro. - Apontou para minha cabeça. - A Octavia se lembra dos arquivos então pronto, já sabemos que é o projeto que deu início a chama, ponto final. É só tirar e... Sei lá, incinerar.

- "Essa coisa não tem um corpo físico. " - Octavia negou. - "Eu usei esse conceito para criar o Praimfaya, nanotecnologia injetada na corrente sanguínea. O Wonkru não tem limitações físicas, consegue ir ainda mais fundo no cérebro humano com apenas um piscar de olhos. "

- O Wonkru está no cérebro da minha filha. - Relembrei. - Não é um maldito brinquedo-

- "Lexa, eu sei. Não fui o que eu quis dizer. " - Octavia interrompeu. - "Olha, eu me lembro do projeto e eu consigo ver as anotações... Não é uma chama completa, não se parece com uma, é só o conceito de conexão primário. " - Sacudiu a folha velha à frente do rosto, lendo as palavras em tinta gasta.

FINITUSOnde histórias criam vida. Descubra agora