FINITUS

All The Right Answers

A momentos definitivos na vida de todos nós, bons ou ruins, eles nos mostram o que está à espera no caminho a frente, como uma janela aberta para o lado de fora, a vista diante de seus olhos é o que vai encontrar. Para mim aquilo parecia bastante promissor a pouco tempo atrás, mas agora as coisas haviam mudado e o futuro tinha mais incertezas do que passos firmes no chão.

Diante de mim estava a vista para meu futuro, a janela de vidros limpos e cortinas balançantes. Onde palavras se perdiam, onde olhares esperavam estaticamente por uma resposta. Aquele era mais uma chave virada e outro cadeado aberto na infinidade de compartimentos que nos resumiam na cumplicidade de emoções. Clarke nunca me pareceu tão divina, e eu nunca lhe vi quieta por tanto tempo, seu rosto dizia tudo e nada, me fazia sentir todas as emoções em apenas uma, me deixava confusa e lucida. Pronta para abraça-la contra o peito e dizer que a amava, sendo a resposta qualquer que fosse.

- Clarke, pelo amor de Deus... Só fala alguma coisa. Simplifica, eu não sei. Sim ou não já me ajuda bastante. – Movi os braços nervosamente.

- Eu... – Ela parou para tomar fôlego, moveu os lábios carnudos para formar a próxima palavra, "estou grávida..." ou "não estou grávida", era a resposta. Era o exato segundo que eu finalmente receberia o que precisava ouvir.

Uma sirene soou alto na cidade, o som perturbador e longo arrepiou meus braços, eu tirei meus olhos de minha esposa para a janela da sala a minha esquerda, pássaros voando rapidamente pela paisagem de prédios, casas e estabelecimentos, o aviso se repetindo em amplificadores por todos os cantos, Clarke agarrou meu braço ao correr para o meu lado e nós duas ficamos em silêncio quando a TV da sala se ascendeu, meu celular vibrou enlouquecido e a mesma mensagem da tela smart se fez no aparelho. Uma transmissão de emergência, o som alarmante e assustadoramente eletrônico alto o suficiente para nos prender em sua presença, Sistema de Alerta Emergencial estava no topo do retângulo preto, SAE informa uma Notificação de Ação Emergencial.

- "Isso é uma situação de emergência nacional. Instruções importantes serão dadas a seguir..." - Azazel era quem dizia o que eu não queria ouvir, seu tom era diferente, menos claro e sistemático na TV, no meu celular, no de Clarke e de todos os lados na cidade, dentro das casas, todo eletrônico com funções de rádio e conexão era notificado. Um alarme longo e barulhento como se alguém esperasse a linha de um telefone antes de discar ardeu em minha cabeça pelos próximos cinco segundos.

- Lexa, o que está acontecendo? – Clarke apertou meus dedos e eu imediatamente a trouxe para mais perto de mim, não fazia ideia de como responder. Meu celular estava completamente preso àquele comunicado.

- "A mensagem a seguir é transmitida ao pedido do alto escalão Grounder, isso não é um teste." – Eu engoli em seco. ­– "Um ataque nuclear foi feito contra nossa união, seis bombas detonaram e destruíram dezenas de cidades em território assegurado ao redor do mundo, entre elas se encontram San Diego, Porto de Lagos, Moscou, Cidade do México, São Paulo, Machu Picchu, Jerusalém, Antananarivo, Pequim, Camberra e Reykjavik... Nesse momento, todos os residentes dentro de um raio de quatrocentas milhas destas áreas deveriam buscar um dos abrigos em sua área imediatamente."

- Meu Deus... – Clarke murmurou, eu me vi congelada em medo.

- "Aqueles longe dessas éreas estão aconselhados a evacuar a superfície e se recolher em um abrigo por precaução, estações de metrô e estacionamentos subterrâneos também podem ser usados como proteção. Certifique-se de ter comida, água e um rádio carregado junto a um kit de primeiros socorros e lanterna. Não saia do abrigo até que o sinal de segurança tenha soado, procure por uma estação de informações em sua área para mais informações. Cidadãos interessados em cooperar com a operação, por favor, apresentem-se ao soldado responsável de seu bairro."