Mais da metade da população global havia sido varrida da face da terra desde que a guerra começou oficialmente, enquanto eu e meu esquadrão tentávamos não nos afogar no mar tempestuoso com corpos cansados em ressaca menos de vinte e quatro horas depois do enterro do meu velho amigo, Ilian, o mundo mergulhava de cabeça na guerra. A Black Badge tomava o controle de seus sistemas e de outros, se apossava do que não lhe pertencia e destruía cada base ao redor do mundo em que seu diretor responsável não seguia o código Revenant, muito mudou desde então, anos se colocaram entre as lembranças daquele longo dia até aquele exato bunker. A preocupação que me rondava não era mais se Clarke e eu conseguiríamos nos conciliar depois da revelação de suas mentiras, não era encontrar Vinson e dar um fim a sua chantagem, agora nós estávamos muito resolvidos uns com os outros, não havia intrigadas do lado de dentro das paredes, não havia traidores em nosso meio. Tudo o que precisávamos nos preocupar é em como ganhar uma guerra nuclear sem um satélite, sem uma ogiva, sem um foguete. Como evitar que o remanescente um terço da humanidade desaparecesse em um sopro radioativo para sempre e o mais importante, não morrer no processo.
- Simples, a gente pega um deles. Achou ganhou, perdeu chorou, né? - Klaus abriu os braços, estava otimista mesmo que seu rosto gritasse em alerta para alguma doença grave e abuso de drogas.
- Continue respondendo desse jeito e eu te mando para o espaço pessoalmente. - Niklaus rosnou do outro lado do círculo de hologramas.
- Não fale com o meu irmão desse jeito. - Cinco enfiou as mãos nos bolsos da bermuda e levantou o queixo.
- Hump, pode mandar. Pelo menos eu vou ter uma vista melhor do que a sua quando as bombas começarem a cair. - Klaus deu de ombros com uma risadinha.
- Haha... Ele te pegou, heim? - Steve apontou para o homem de casaco pesado e Niklaus logo em seguida, seu cabelo volumoso balançando como a pomposa juba de um leão gracioso na savana.
- Eu não acredito que vou dizer isso, mas Klaus pode ter razão. - Coulson comentou.
- Você não disse isso. - Ava suspirou com uma risada nervosa.
- Nós precisamos de uma vista melhor, ver a situação por outro ângulo.
- Hackeamos a rede... - Daisy concordou pensativa.
- Como? Com a sua nave gigante? - Damon bufou desfilando de um lado para o outro com um copo raso de Bourbon na mão e o celular na outra.
- Aero porta-aviões. - Coulson corrigiu pacientemente. - E pelo menos eu tenho feito alguma coisa mais útil do que beber. Se continuar nesse ritmo vai acabar com os seus galões de gasolina.
- Eu sei quando parar, Vovô. Muito obrigado por perguntar. - Salvatori rebateu.
- Eu não perguntei. - Coulson sorriu sem dentes, Damon parou olhando para o seu rosto e aproximou o copo da boca apenas para provocar.
- Daisy, acha que consegue? - Clarke se virou para a mulher mais ao lado, sentada sobre uma das suas caixas de munição do outro lado do mundo.
Todos nós estávamos em bunkers idênticos, imediatamente depois de sairmos do palácio eu fiz questão de que os membros da mesa junto a suas famílias e amigos mais próximos fossem remanejados para uma cidade localizada nos arredores de sua área residencial, uma das regiões equipadas com proteção equivalente aos seus cargos que incluíam, é claro, bunkers nucleares. Estávamos literalmente no mesmo ambiente circular em pontos diferentes do mundo, o grande tubo de concreto vertical e seus quatro lances de escada até a porta de vedação de contaminação, caixas abaixo dos degraus vazados de grade grossa e azulada, lâmpadas pequenas nas paredes, tinha a impressão de que até os grãos de poeira eram iguais aos deles. Éramos duas mulheres conversando com outros doze hologramas espalhados pelos lados, Clarke ocupava o pequeno banco de metal ao lado do leitor de digital da porta atrás de mim, eu não podia me manter parada a algum tempo. Polegar abrindo e fechando o isqueiro em minha mão direita ao caminhar com olhos para o chão e escutar o restante de nós em um monologo interno. Era difícil pensar com clareza desde que acordei.
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FINITUS
FanfictionTudo levou àquilo. As perdas, as derrotas, amarguras e feridas. Manhãs calmas se tornaram em caos no campo de batalha, o brilho das estrelas em fagulhas vindas de uma explosão. Um sorriso puro foi uma breve despedida, desde o primeiro nome escrito n...