Future Floating Petals

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Oceano Atlântico

Bahamas

A porta do carro se abriu, o ar quente e abafado encontrou meu rosto quando desci primeiro agradecendo o rapaz postado em frente as pilastras da grande estrutura. Virei esticando o braço e ajudei Clarke para o lado de fora do Mercedes, seus olhos brilharam e um sorriso grande se abriu, tomou cuidado para não bater a cabeça e continuou segurando minha mão. Parada a direita da porta enquanto Madi descia e logo depois dela Aden e Samira. Baioneta desceu estalando as patas no chão quente e foi direto para a sombra, se largando no chão com língua pendurada.

- Senhora, eu vou chamar o responsável. – O rapaz de pele bronzeada e camisa branca de golas abotoadas se fez ouvir.

- Obrigada, nós vamos esperar os outros chegarem. – Eu agradeci e o vi caminhar para a entrada, abrindo a porta para acelerar do lado de dentro batendo palmas ao restante da equipe. – Por que eles estão de uniforme? Esse lugar é quente demais...

- Olha só para isso... – Aden sorriu grande, Madi deu uma risadinha animada e parou ao lado de Clarke, encarando as laterais da estrutura terrena.

A luxuosa mansão era exatamente como imaginei. A fachada em pedras brancas com teto escuro se misturava ao verde das palmeiras, a estradinha lisa e sem buracos facilitou em muito o enjoou do voou suavemente turbulento. Era o oposto do que Polis podia nos oferecer na temporada fria, céu azul, o ar era limpo e leve com um perfume natural, nem sequer havíamos colocado um pé para o lado de dentro e eu já me sentia completamente diferente. Mais disposta e menos claustrofóbica, sabia que não era a única.

- Parece com a mansão de um livro que eu li... – Samira comentou tirando os óculos escuros do rosto, mão segurando a de Aden enquanto os dois pareciam hipnotizados pela infraestrutura.

- Lexa, esse lugar é lindo... – Clarke enlaçou minha cintura com um sorriso.

- Gostou? – Beijei sua cabeça, achando sua expressão adorável. Ajeitei o pequeno aparelho no interior de minha orelha, não queria deixar de ouvir uma única palavra que sairia de sua boca naquela semana.

- Está brincando? Eu amei... – Baioneta se esticou ainda mais no chão, virou a cabeça para cima e soltou um suspiro. – Ela parece cansada.

- É o calor, eu acho. Todo esse pelo deve ser um forno.

Clarke andava muito mais criativa desde que finalmente conseguimos marcar a data da viagem, a alguns meses atrás. Desenhando sempre que quisesse, traços delicados e concentrados, a vi rabiscando em um dos guardanapos do restaurante quando saímos para jantar certa vez. Uma bela paisagem paradisíaca tomou vida com simplicidade enquanto seus olhos concentrados nunca abandonavam o papel, ela também precisava desesperadamente de descanso. Antes do anúncio oficial, passou um mês inteiro a base de moletons, evitando visitas a cidade e matando o tempo em um dos bosques na floresta com longas conferências por celular, eu fiquei preocupada, até perguntei se queria fazer um pronunciamento mais descomplicado, mas Clarke continuou com o plano e esperou pela entrevista. No meio disso tudo, a espera pareceu se materializar na estranha pausa de crescimento de sua barriga, ou talvez fosse eu e minha ansiedade. Hollis praticamente se mudou para o nosso prédio mesmo que não levaria muito para nos mudarmos, ficou alerta, fez vários e vários exames a meu pedido e eu só me aquietei depois de assistir "Lá Vem O Bebê - Volume 01". Aquele vídeo era um instrumento de tortura, levou duas semanas para conseguir completa-lo porque eu vivia caindo no sono e só quando finalmente fiquei livre da tediosa narrativa sem fim Hollis se colocou a explicar. Eu tinha certeza que havia feito aquilo para se livrar de mim por algum tempo, eu não a culpava, não ser Comandante me deixava com bastante tempo livre, e como eu não podia passar o dia todo treinando ou enchendo Clarke de perguntas, acabou que ela se tornou a válvula de escape.

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