Solou Gonplei

160 10 11
                                    

- "Tam dam dam dam... Tam dam dam dam... Tam da-da-da-dam, tam tam da dam da-da-da-dam..." - Fechei meus olhos e sacudi a cabeça, eu não podia acreditar no que ouvia. - "Tam dam taram! Tararam! Tararam! Tataraam!"

Anya estava pendurada além da borda, o aparelho na mão direita, seu corpo se balançando suavemente de cabeça para baixo, pernas cruzadas ao redor da corda, a mão livre apertada a pistola enquanto os cabelos presos caiam atrás de sua cabeça. Eu me inclinava para o grande buraco atentamente enquanto a descia com calma, as voltas ao redor do apoio da mesa, parafusado ao chão, diminuíam o seu peso contra minha cintura, me deixava mais firme no chão enquanto deslizava os metros. O som de fibra entre meus dedos, cada metro abaixo meu coração acelerava mais e mais. Não falávamos muita coisa, a falta de contato visual me deixava nervosa, Baioneta assistia sua trajetória com as patas separadas nas laterais da cabeça, em busca de inimigos abaixo. Minha irmã estava tensa e escondia da melhor maneira possível.

- "Taram tarammm!! Tara tammm! Tarararam rararammm!" - Cochichou no silêncio.

- E lá vamos nós. - Suspirei.

- "Ela está pendurada de cabeça para baixo, achou mesmo que ia perder a oportunidade?" - Raven comentou com uma risada. - "Eu estava me segurando para não cantar..."

- "Bond... James Bond... Taram tammm!! Tara tammm! Tarara rararammm! Uh, merda... Está balançando bastante agora." - Ela soltou uma risada.

- Quanto até o raio de vinte metros? - Sacudi a cabeça com um sorriso incrédulo.

- "Ahm... Dez, eu acho. Me dá uma ajuda, um pouco mais para a esquerda." - Eu suspirei e dei um passo ao lado empurrando sua corda com minha cocha ao mate-la esticada cuidadosamente. - "Um pouco mais..." - Mais um passo a esquerda. - "Ótimo, perfeito. Obrigada, Robin."

- Eu não sou o Robin-

- "Eu sou o Morcego de Gotam... Eu tenho voz de mostro para assustar os outros e uma roupa que me faz andar igual robô." - Anya engrossou a voz e eu não pude segurar uma risada baixa. - "Nas noites solitárias de minha cidade natal, eu ando no meu Batmóvel de volta para minha Batcaverna para comer meu Batsanduiche preparado pelo Batmordomo."

- "Nisso que dá deixar as Maxine sozinhas em missão." - Monty sacudiu a cabeça. - "Me admira que esperaram todo esse tempo para começar com as brincadeiras."

- "Só mais um pouquinho e... Beleza, dentro do círculo de alcance." - Anya alertou e eu parei a corda, lhe segurando ao redor do meu corpo com firmeza. - "Caramba, eu nem consigo ver o satélite nesse breu."

- Não consegue ver um pedaço de metal no meio de um buraco gigante? - Franzi o cenho. - Quem estava caçoando mesmo por precisar de óculos?

- "Eu só não respondo como deveria porque sou eu quem está na ponta da corda..."

- Sabia decisão. - Assenti.

- "Oh, merda." - Um estrondo veio da esquerda, eu apertei firme a corda assistindo a parede a uns cinquenta metros pender para o nosso lado, mergulhando no chão para vibrar sob meus coturnos e levantar uma nuvem de poeira.

- Tudo bem aí, Anya?

- "É, estou legal... Só vou virar o Batman Branco." - Ela falou e eu sacudi a cabeça, achando inacreditável seu esforço. - "Por falar nisso, já viu um Morcego branco? É estranho."

- Não pessoalmente, mas consigo imaginar.

- "Um Batman branco daria muito mais medo. Ele não ia conseguir se esconder, mas... Sério, simplesmente assustador."

FINITUSOnde histórias criam vida. Descubra agora