Capítulo 60 - " Eu poderia viver só para te olhar..."

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O ambiente encontrava-se silencioso, o lugar vazio.. a não ser por essas duas almas apaixonadas, que ali ficavam.. nus, enrolados apenas em um de seus muitos lençóis brancos.. conectados. Entretanto, nem mesmo pareciam estar presentes no local. Como se estivessem em seu próprio mundo. Só os dois.. embora, o silencio finde-se apenas para se ouvir os estalos de seus beijos.
"Eu poderia viver só para te olhar.."
Dizia Patrick em meio ao beijo, e em seguida a olhava por um instante.
"Você..é.. tão linda.. "
Disse ele a mulher.. assim.. pausadamente. Como se quisesse guardar cada uma de suas feições.. cada traço.. cada segundo do momento atual. Tão honesto ele parecera se admirar ainda mais com a face angelical, e a beleza estonteante da mesma.. ainda que, já a conhecesse a um certo tempo. Como se, tudo.. fosse novidade.. e ela por sua vez, agia do mesmo modo. Quer dizer.. ele já à disse essas e de mais coisas antes, mas, ela ainda cora. Ela poderia simplesmente sorrir, agradecer, beija-lo. E, não que não o tenha feito, literalmente.. todas as opções acima. Mas ainda sim ela corava com seus elogios.. arrepiava com seu falar, sentia sua pele queimar em desejo a cada mísero toque que tivessem, sorria em meio a seus batimentos cardíacos acelerados e seus olhos brilhavam toda vez que o via. Como se fosse a primeira vez. Como se, tudo... fosse novidade. E um amor como o deles sem dúvida alguma é como aqueles que ouvimos nas histórias: O conto do poeta universal, aqueles que; "alguém que conhecia alguém" conhecia os dois. Os avós de alguém, os pais de alguém, um casal de amigos distantes.. o casal do filme que acreditamos ser épico, o dos livros que acreditamos ser impossível de se encontrar realmente na vida, a não ser que se seja muito sortudo.. mas que.. ainda sim oramos e torcemos para que aconteça algum dia, o das músicas que sempre acabam encontrando seu caminho um para o outro. O famoso amor que "deve vir de outras vidas". O amor que resiste ao tempo, as adversidades, que suporta as mais intensas tempestades e que se faz vivo em meio a um dilúvio, o amor que se torna se preciso for mais quente que o próprio sol e te aquece em dias gélidos, o amor que é luz em meio a qualquer escuridão, o amor que tudo suporta, o amor que sobrevive ao impossível e o torna apenas mais um obstáculo do dia-a-dia e que posteriormente, torna-se.. INESQUECÍVEL.

☁️
03:15 da manhã;
Do andar de cima, ouve-se um estalar de chaves batendo, e em seguida a porta se abre.
Ellen desce as escadas um pouco sonolenta e confusa, acende a luz do corredor e meio diz meio murmura..
"Lexie? "
"Sou eu Ells "
Ela também o faz meio em fala meio em murmúrio e sobe. Passando por Ellen e a deixando ainda mais confusa.
Algumas horas passadas depois, Lexie decide contar um pouco sobre a noite anterior.

Flashback on;

— "Estava ótimo não é?!"
"É sim.."
" Vamos, eu te levo pra casa, e, obrigada por ter aceito meu convite. Sabe, jantar com você foi a melhor que fiz em tempos. "
Mark a dizia meio encantado, ele a olhava com indícios de quem está apaixonado, e juntamente com isso, vem o desejo. Ele a buscara em casa as 20:00 hrs, e desde que o fizera não tirava os olhos da mesma, Lexie era uma mulher realmente deslumbrante. Diferentemente de Ellen, ela tinha os cabelos castanhos em um tom escuro, um pouco abaixo do ombro e lisos. Seu sorriso era capaz de iluminar qualquer situação sinuosa e seu corpo era como fosse desenhado com a máxima atenção (e isso convenhamos ela puxara da irmã.)
E no vestido em que se encontrava essa noite, deixaria qualquer um babando a km de distância, era vermelho, para se mesclar com seu sapato de salto alto (mas não tão alto) preto. Era de alças finas e justo, um pouco acima dos joelhos e desenhava cada detalhe de sua silhueta, além de conter um decote generoso, nada que a fizesse parecer vulgar, mas muito sexy, sem perder sua doçura natural. Estava levemente maquiada a não ser por suas bochechas que estavam claramente ruborizadas e isso a irritava muito, sua pele era muito clara..o que, nessa situação só destacava sua timidez.
Assim que entrou no carro ele a deu um beijo leve na bochecha e sorriu praticamente o trajeto todo.. o que, apesar de ter a agradado, a frustrou. Ela não havia se arrumado tanto para apenas um beijinho na bochecha, um sorriso e alguns elogios não é.. pensou. Eles conversavam sobre qualquer coisa e depois de um excelente jantar com direito até a sobremesa..
— Um silêncio eminente..— e foi quando ele a sugeriu que fossem embora e disse docemente que a levaria pra casa, mas, para Lexie a noite ainda não havia terminado. Ainda não.. foi aí que..

Flashback off.

- "Um segundo Lexie.. "
Dizia uma Ellen curiosa com o possível desfecho, mas tendo de ir a outro cômodo atender o telefone. Lexie apenas assente e continua sentada em frente a mesa da cozinha esperando-a voltar para concluir a conversa.. de um modo não tão "animador".
— Pois os acontecimentos à seguir não foram bem o que ela havia planejado. —

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